Duplas históricas: Gabriel Batistuta e Rui Costa
Os anos 90 tiveram muitas peculiaridades, algumas delas lembradas com nostalgia. A referida década representou o auge da Nintendo, famigerada empresa do ramo de jogos eletrônicos. No período, foi firmada uma parceria que dificilmente será esquecida. Além do característico tom violeta, a camisa da Fiorentina passou a estampar a marca japonesa. Ainda assim, nada disso seria lembrado não fosse o fato de a equipe ter vivido um dos momentos mais importantes de sua história.
Daqueles conhecidos loucos a representar as cores de River Plate e Boca Juniors, Batistuta, formado no Newell’s Old Boys, foi contratado pela Fiorentina em 1991 — eram tempos em que o futebol italiano atraia os maiores jogadores do planeta. Até então, tudo acontecera muito rapidamente em sua carreira. Em um ano era revelação dos Leprosos, no outro representava os Millonarios e logo depois os Xeneizes. Em 1991, passou a vestir a camisa da Viola e conquistou a Copa América pela Seleção Argentina.
“A nossa história dentro do campo de jogo é suficiente para demonstrar a nossa amizade, ali nos entendíamos muito bem”, revelou Batigol, em 2008, ao periódico português Mais Futebol.
Eis que a Fiorentina ganhou um grande reforço em sua volta à primeira divisão, em 1994/95. Tratava-se de um miúdo de apenas 22 anos, que, em 1991, participara do irresistível título do Mundial Sub-20, conquistado pela Seleção Portuguesa, de Luís Figo, Jorge Costa, João Pinto, Capucho e… Rui Costa.
Juntos, Ángel e Maestro foram brilhantes. Na primeira temporada da parceria, o argentino foi o artilheiro do Campeonato Italiano, com 26 tentos. O time terminou em 10º lugar, porém, ao menos em pontos, mais próximo da classificação à UEFA Cup do que da zona do descenso. O melhor momento da dupla, veio no ano seguinte, na campanha de 1995/96. Mais entrosados, levaram a Viola de volta ao pódio.
Com Rui Costa e Batistuta, a Viola ainda conquistou o terceiro lugar do campeonato nacional em 1998/99, que teve o hermano na vice-artilharia, um gol atrás do brasileiro Amoroso. Em sua última campanha com a camisa da Fiorentina, 1999/00 o goleador voltou a ficar em segundo lugar no ranking dos matadores do Campeonato Italiano, dessa vez um gol atrás de Andriy Shevchenko.Tristemente, os dias de glória vividos pela Fiorentina entre a segunda metade dos anos 90 e o início do século XXI teve final trágico. Em 2002, foi decretada a falência do time, que desceu à quarta divisão, ascendendo já no ano seguinte. Curiosamente, o salto se deu diretamente à segunda divisão, em razão do controverso e famoso Caso Catania, que aumentou o número de equipes da competição e admitiu a Viola, que desde 2004/05 disputa a Serie A Italiana.
No período em que estiveram juntos, atacante e meia tiveram companhias qualificadas — chegaram a dividir clube até mesmo com Edmundo —, mas foram sempre as maiores referências, com a capitania da equipe, infinidade de gols da parte do argentino e assistências do português. Hoje, os craques gozam de uma certeza: sempre terão onde se instalar quando desejarem lembrar as belezas da Toscana.
Batistuta — Gabriel Omar Batistuta — 1º de fevereiro de 1969
Carreira: Newell’s Old Boys (1988/1989), River Plate (1989/1990), Boca Juniors (1990/1991), Fiorentina (1991/2000), Roma (2000/2002), Internazionale (2002/2003), Al-Arabi (2003/2005)
Títulos: Campeonato Argentino (1990), Torneo Clausura (1991), Serie B (1993/94), Coppa Italia (1995/96), Supercoppa Italiana (1996, 2001), Serie A (2000/01), Copa América (1991, 1993), Copa das Confederações (1992)
Rui Costa — Rui Manuel César Costa — 29 de março de 1972
Carreira: AD Fafe (1990/1991), Benfica (1991/1994; 2006/2008), Fiorentina (1994/2001), Milan (2001/2006)
Títulos: Taça de Portugal (1992/93), Campeonato Português (1993/94), Coppa Italia (1995/96, 2000/01, 2002/03), Supercoppa Italiana (1996, 2004), Serie A (2003/04), UEFA Champions League (2002/03), UEFA Supercup (2003)




