Uma boa chance para Erik
Eleito a Revelação do Campeonato Brasileiro de 2014, o atacante Erik, cria do Goiás, viveu um 2015 de altos e baixos, cercado por problemas extracampo, envolvendo possíveis transferências, a má fase do time – sua própria queda de rendimento – e até conflitos com seus próprios companheiros e com o treinador Hélio dos Anjos. Para 2016, o garoto já tem novo destino e com ele uma excelente opção para deslanchar em sua carreira e alcançar o ótimo nível que dele se espera desde 2014: o Palmeiras. Mas por que o alviverde paulista é uma opção tão boa?
Marcelo Oliveira sempre esteve ligado ao futebol de alguma forma. Primeiro foi
comentarista da Rede Minas e, por anos, trabalhou nas categorias de base do
Atlético Mineiro, ajudando a formar várias das revelações mais recentes do
clube. Quando, por fim, decidiu deixar o Galo, em 2009, trabalhou em
Ipatinga e Paraná Clube até ser contratado pelo Coritiba, clube que o projetou.
trabalho de afirmação de alguns jogadores jovens, casos de Lucas Mendes, Luccas
Claro, Everton Ribeiro e William Farias, e, após um período ruim do Vasco,
voltou a mostrar sua capacidade de desenvolver promessas no Cruzeiro, clube em
que foi bicampeão brasileiro. De volta a Belo Horizonte, Marcelo Oliveira deu
muitas oportunidades a jogadores como Mayke, Alisson, Lucas Silva e Vinícius
Araújo e também foi importantíssimo na lapidação de Ricardo Goulart.
como uma de suas grandes missões o desenvolvimento das pratas da casa do
alviverde. Jogadores como Nathan, João Pedro, Matheus Sales e Gabriel Jesus –
estes dois últimos terminaram o ano como titulares – devem ganhar cada vez mais
espaço e ser trabalhados por Marcelo Oliveira, comandante que mostra desde o
início de sua carreira boa capacidade para trabalhar com atletas de pouca idade.
Para um jogador com o histórico recente de Erik, isso pode ser fundamental.
criando ao longo dos anos a fama de ser uma das mais exigentes do Brasil –
senão a mais. Isso tudo vem dentro de um contexto de anos ruins, rebaixamentos
e diminuição no número de títulos. Algo que, no entanto, não se pode acusá-la é
de não abraçar o time em vários momentos (como revela a média de público do Brasileirão
de 2015 – 29.633 – a terceira maior do torneio) e ter um peculiar apreço por jogadores
polêmicos, problemáticos, atletas conhecidos por conturbar o ambiente.
foi o caso de Erik em 2015, ainda que não se possa rotular um atleta tão jovem
como “problemático”. Isso fica evidenciado pelo afastamento que sofreu e pelas
várias críticas recebidas durante a última temporada, vindas desde o ex-goleiro
e ex-diretor de futebol Harlei, passando pelo treinador Hélio dos Anjos e
chegando ao presidente Sérgio Rassi.
“O grupo não gosta da
maneira como ele se comporta, como não se doa nos treinos e jogos. Ele tem de
resgatar a confiança dos companheiros, harmonia no convívio”, revelou Harlei, então
diretor de futebol do clube.
“Nesta faixa etária, é o pior que
peguei na minha vida, em todos os sentidos. Como ser humano, profissionalismo,
entra tudo. O pior em tudo, só isso. Olha que eu peguei muitos jogadores, até
no próprio Goiás”, falou Hélio dos Anjos, um de seus treinadores durante o
ano.
“O motivo do afastamento foi o
seu não comprometimento. São vários fatores. Não estava com bom relacionamento
com os colegas, vinha chegando em cima da hora nos treinamentos, sem
envolvimento com o grupo… Isso foi minando, minando, até que chega na
situação em que o treinador fala: “Presidente, vou ter que tomar algumas
medidas e quero saber se a diretoria acata”. Obviamente acatamos o que for
melhor para o grupo”, pontuou o Presidente Sérgio Rassi.
casos de jogadores que foram bem-sucedidos a despeito de uma peculiar tendência
a trazer problemas. Sem fazer quaisquer comparações entre a grandeza de suas
histórias e futebol, obviamente, foi assim com Edmundo, Paulo Nunes, Jorge
Valdívia, Diego Souza e tem sido assim atualmente com Dudu.
outro fator que pode auxiliar muito o crescimento de Erik é a presença de
jogadores experientes no elenco. Representado principalmente pelas figuras de
Fernando Prass (37 anos), Edu Dracena (33) e Zé Roberto (41), este seleto grupo
tem um passado e é reconhecido pela boa índole que demonstrou durante todos os
anos de suas carreiras.
europeu, Dracena chegou a atuar pela Seleção Brasileira e Zé Roberto disputou
duas Copas do Mundo. Além de serem figuras imponentes e respeitadas, sabem
transmitir uma mensagem, o que pode ser muito importante para Erik reencontrar
os trilhos de sua carreira e fazê-la melhor a cada dia.
possui outras figuras que a despeito de terem menos idade são muito
experientes, como Arouca, Cleiton Xavier e o paraguaio Lucas Barrios, jogadores
vividos e vitoriosos.
Pessoas com algo a acrescentar à carreira de Erik, com
algo a dizer e um longo histórico que fala por si, não faltam no Palmeiras,
outra razão que coloca o clube paulista como uma boa alternativa de carreira
para o ex-atacante do Goiás.
favorável, chegando a um clube que recentemente conquistou a Copa do Brasil, e
que conta com uma torcida que tem enchido a Arena Allianz Parque, um treinador
conhecido como um profissional compreensivo e que possui grande capacidade de
trabalhar com garotos e um grupo de jogadores de indiscutível profissionalismo
e dedicação, resta um último e igualmente importante ponto a considerar: a
exposição que o jogador terá no Palmeiras.
disputa da Copa Libertadores da América, competição em que dividirá grupo com
Nacional de Montevidéu, Rosário Central e River Plate-URU ou Universidad de
Chile, Erik terá a chance de jogar sob muitos holofotes. Se for bem na
competição estará exposto em uma das melhores vitrines do futebol mundial e se
valorizará. Como plano de carreira, é fundamental para um jogador com o seu
potencial passar por esta competição.
e muito. Mesmo não sendo um goleador nato, um jogador de área, o famigerado
centroavante, o veloz atacante tem números expressivos e marca muitos gols. Nos
Brasileirões de 2014 e 2015, disputou 60 jogos e balançou as redes 22 vezes.
Em
2014, com 12 gols, deixou nomes como Diego Tardelli, Luis Fabiano, Alexandre Pato e Leandro
Damião comendo poeira na artilharia e em 2015, com 10 e mesmo com muitos problemas, foi
mais eficiente que Fred, Walter, novamente que Luis Fabiano e Damião, Lisandro
López, dentre outros.
Com a cabeça no lugar e focado, Erik tem tudo para deslanchar no Palmeiras: ambiente, comando, companhia e palco.