O renascimento da Fiorentina em 2012-13

A TEMPORADA 2012-13 foi a melhor em bastante tempo na Itália. Se a disputa pelo título ficou polarizada entre Juventus e Napoli, a briga pelas primeiras colocações, que rendem vaga em competições continentais, envolveu muitas equipes. Estiveram entre os contenders Milan, Udinese, Lazio, Roma, Catania, Inter de Milão e a Fiorentina. Todos viveram bons momentos durante a competição. A qualidade do futebol praticado por uma dessas equipes chamou a atenção em especial: a tradicional equipe de Florença, a Viola.

Let's Go Viola Fiorentna

Superando anos difíceis

Anos depois de viver dias gloriosos, sobretudo durante a década de 1990, quando contou com grandes referências técnicas como Francesco Toldo, Rui Costa, Gabriel Batistuta e Edmundo, momentos terríveis chegaram ao estádio Artemio Franchi. No início dos anos 2000, a Fiorentina chegou a disputar a quarta divisão italiana devido a uma crise financeira arrasadora que a levou à falência.

A tempestade passou, mas não a chuva. Depois do retorno à elite em 2004-05, o que se viu fora temporadas irregulares. Levou tempo para o esquadrão florentino renascer e jogar futebol vistoso.

Em 2012-13, o clube apostou na formação de uma equipe marcada por muito toque de bola no meio-campo e saída em velocidade pelos lados. Essa composição deu resultado. A meia cancha foi formada pelo espanhol Borja Valero, responsável por 13 assistências, além dos chilenos David Pizarro e Matías Fernandez. Na contenção, entrou Alberto Aquilani, autor de inesperados sete gols na temporada.

Mais tarde, na janela de transferências do inverno europeu, juntou-se a eles o volante Mohamed  Sissoko, vindo por empréstimo do Paris Saint-Germain.

Borja Valero Fiorentina

Foto: AFP

Defesa forte, ataque goleador

Com uma defesa sólida, a quinta menos vazada da competição (-44G), e um ataque poderoso, o segundo mais prolífico, atrás apenas do Napoli (72G), a equipe chegou à quarta colocação e disputará a Liga Europa de 2013-14. Outro dado que revela o funcionamento das engrenagens montados pelo treinador Vincenzo Montella foi a posse de bola. A Fiorentina teve a terceira maior média do Calcio. Com 55,8%, ficou atrás apenas de Juventus e Milan.

Além da força do meio-campo, o time mostrou qualidade em outros setores. Foram importantes peças da Viola os eslavos atacantes Stefan Jovetić, que despertou interesses diversos e pode deixar o clube na próxima temporada, e Adam Ljajić, afora o colombiano multifuncional Juan Cuadrado (emprestado pela Udinese). Este se revelou capaz de fazer, sempre com muita velocidade, qualquer posição no lado direito do campo.

A equipe ainda contratou o atacante Giuseppe Rossi, famoso pela dupla formada com o brasileiro Nilmar no Villarreal, mas o italiano não contribuiu de imediato. Espera-se que tenha papel mais decisivo na próxima temporada

Resultados confirmam: a Viola voltou

Em termos de resultados, os pontos altos da temporada da Fiorentina foram as vitórias contra a Lazio (2 a 0, em casa e fora), contra a Inter, 4 a 1, e contra o Milan em pleno San Siro, 3 a 1. A equipe atuou, no mais das vezes, em um esquema tático 4-3-3, alinhando o seguinte onze inicial: Viviano; Roncaglia, G. Rodriguez, Savic, Pasqual; Aquilani, Borja Valero, Pizarro (Fernández); Cuadrado, Jovetić, Ljajić.

Sócrates Fiorentina

Foto: Reprodução

Desde a saída do técnico Cesare Prandelli, que assumiu a seleção italiana, a equipe florentina se reorganizou.

Ainda que não tenha conquistado nada, voltar a praticar um futebol vistoso foi uma grande notícia. É muito bem-vindo o renascimento de uma das equipes mais tradicionais da Itália, e que já contou com craques do nível de Sócrates, Roberto Baggio, Daniel Passarela, Pietro Vierchowod e Predrag Mijatović e outros tantos.

Toda melhora começa em algum ponto. A da Fiorentina está em marcha.

Wladimir Dias

Idealizador d'O Futebólogo. Advogado, pós-graduado em Jornalismo Esportivo e Escrita Criativa. Mestre em Ciências da Comunicação. Colaborou com Doentes por Futebol, Chelsea Brasil, Bundesliga Brasil, ESPN FC, These Football Times, revistas Corner e Placar. Fundou a Revista Relvado.

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