Times de que Gostamos: Shakhtar Donetsk 2008-2009
que embora não tenha obtido êxitos nacionais conseguiu importantes feitos
continentais.
Em pé: Lewandowski, Luiz Adriano, Kucher, Fernandinho, Pyatov, Chygrynskiy; Agachados: Ilsinho, Willian, Srna, Jádson e Rat. |
Kucher (Ishchenko), Chygrynskiy, Rat; Hübschman, Fernandinho; Ilsinho (Gay),
Jádson, Willian; Gladkiy (Luiz Adriano/Brandão/Seleznev). Téc.: Mircea Lucescu
por Rinat Akhmetov, um dos mais ricos empresários da Ucrânia, em meados dos
anos 90, o Shakhtar Donetsk evoluiu assombrosamente. Até então, o clube da região
de Donbas, conhecida pelas minas de carvão, nunca havia conquistado um campeonato
nacional, seja ele o soviético ou o ucraniano, tendo tido como maiores glórias
algumas copas.
2001-2002, o clube cresceu e passou a ameaçar o histórico Dynamo de Kiev, que
no entanto pôde gabar-se por muito tempo da conquista de um título
internacional. Com esse contexto, após fazer uma campanha razoável na UEFA
Champions League 2008-2009, tendo até mesmo vencido um time reserva do
Barcelona, no Camp Nou, o Shakhtar desceu à Copa da UEFA e fez uma campanha
histórica.
Istambul, o clube de Donetsk enfrentou adversários de qualidade, como Tottenham e Olympique de Marselha, e conquistou uma proeza que abalou a atual
maior rivalidade da Ucrânia: eliminou o Dynamo na semifinal. Na finalíssima, o
adversário foi um forte Werder Bremen, que possuía jogadores de grande qualidade e com
passagens pela Seleção Alemã.
perda dos títulos nacionais, algo que, diante de um quadro geral, em que o clube vem sistematicamente sendo campeão em solo ucraniano, parece não
importar muito ao torcedor do clube, que viveu uma temporada histórica em
2008-2009 e ainda se superiorizou ao seu grande rival diante dos olhos do
mundo.
figura que ainda hoje comanda o gol do Shakhtar: Andriy Pyatov (foto). Embora não
tenha se firmado como um grande goleiro com o passar dos anos, cometendo
ocasionais e clamorosas falhas, o arqueiro que também defende a Seleção
Ucraniana esteve em boa forma na meta, não obstante tenha falhado na final da
Copa da UEFA, não conseguindo segurar um petardo de Naldo em cobrança de falta.
Pyatov não é um grande goleiro, mas cumpriu – e ainda hoje cumpre – seu papel.
Darijo Srna – outro atleta que ainda hoje defende o Shakhtar – capitão e um dos grandes jogadores da história do time de Donetsk viveu excelente
temporada em 2008-2009. Tendo no apoio sua maior arma, o jogador proveu três
assistências na Copa da UEFA, sendo instrumental para a conquista. Além disso,
o croata é o segundo jogador que mais vezes defendeu o clube, com mais de 550
jogos.
Pelo outro lado, o romeno Razvan Rat garantia o balanço ao setor
defensivo, sendo bem menos ofensivo que Srna (foto). Ainda assim, foi responsável por
uma assistência na final da competição. Embora não tenha sido um jogador
brilhante, viveu ótimo momento no Shakhtar, o melhor e mais longo de sua
carreira.
especial, mas viu um jogador fazer uma temporada muita acima de sua média:
Dmytro Chygrynskiy (foto abaixo). Grandalhão e desajeitado, o cabeludo foi um paredão durante
esta temporada; no mano a mano era praticamente impossível ultrapassá-lo e no
jogo aéreo era intransponível. Tal desempenho foi tão bom que levou o Barcelona
a apostar em seu futebol. No entanto, o sucesso foi passageiro e desde então
sua carreira só declinou. Seu companheiro habitual foi Oleks Kucher, à época um
beque mais veloz que seu companheiro, mas menos eficiente no jogo aéreo. Ainda
hoje no Shakhtar, é um dos símbolos do time e um defensor versátil, já tendo
atuado como volante e nas laterais, sem grandes qualidades, mas sem cometer
graves falhas.
UEFA, no entanto, Kucher foi muitas vezes preterido por Mykola Ishchenko,
defensor mais limitado e que não conseguiu se firmar no período em que
permaneceu na Donbass Arena. O jogador foi titular em quase toda a disputa, mas
nas partidas mais importantes, fora de casa contra o rival Dynamo e na final,
foi suplantado por seu titular.
Confira também: Dynamo Kyiv x Shakhtar Donetsk: o clássico ucraniano
dos serviços de alguns jogadores, tendo sido o tcheco Tomás Hübschman o que
atuou com maior habitualidade. Bom nos desarmes e sempre bem posicionado na
cabeça de área, o experiente jogador foi uma das referências da equipe e uma
das grandes seguranças da mesma. Além dele, pelo setor o time dispunha dos
préstimos do forte Igor Duljaj, jogador sérvio, que até marcava mais forte que
Hübschman, mas tinha menos talento com a bola, e de Mariusz Lewandowski,
polonês de maior estatura, também muito seguro, mas mais lento. Todos estes eram também
opção para a zaga.
cancha, o brasileiro Fernandinho (foto, à esquerda) era o jogador que ditava o ritmo do jogo da
equipe. Atuando como meio-campista central, era o principal responsável pela
distribuição de bola da equipe e também se firmou como um importante elemento
surpresa, marcando gols em quatro das nove partidas da campanha do time da Copa
da UEFA.
de Fernandinho no Atlético Paranaense era o jogador mais criativo do time: Jádson (foto, à direita). Habilidoso,
dono de ótima visão de jogo, rápido e bom finalizador, o jogador era quem mais
desequilibrava no time ucraniano. Vivendo aquele que foi possivelmente o melhor
momento de sua carreira, o brasileiro fez uma Copa da UEFA fantástica, tendo
sido, provavelmente, o melhor jogador do Shakhtar. Ao todo, marcou
quatro gols e criou três assistências na campanha do título, tendo sido o autor
do tento que deu a glória continental ao clube na prorrogação.
Ilsinho era uma ótima opção de velocidade. Lateral de vocação ofensiva, o
jogador foi transformado em meio-campista pelo treinador Mircea Lucescu e
ganhou maior liberdade para avançar e mostrar seu futebol. Pelo flanco canhoto, o titular era Willian. Ainda um garoto de 20 anos, o jogador era um dos pontos
de desequilíbrio da equipe, sempre utilizando seu drible em velocidade para
quebrar a marcação adversária e deixar seus companheiros em melhores condições
no jogo. Na Copa da UEFA criou três importantes assistências.
habitualmente o titular e foi o responsável pelo primeiro gol do Shakhtar na
final. Rápido, dono de bom posicionamento e oportunista, o brasileiro se tornou
um jogador histórico para o clube, o maior artilheiro de todos os tempos, com 128
tentos. No entanto, em 2008-2009, o jogador ainda não havia se firmado como a
grande referência que viria a ser posteriormente e muitas vezes foi preterido pelo
ucraniano Oleks Gladkiy e pelo brasileiro Brandão (que deixou o clube durante a
temporada).
pelo futebol brasileiro e pela forma disciplinada como treina seus atletas e
enxerga a melhor posição para os mesmos, o romeno Mircea Lucescu (foto) comanda o
Shakhtar desde 2004 e é uma grande referência do clube. Além dos jogadores
citados, o comandante tinha outras opções para mudar uma partida, caso do polivalente
meio-campista Oleksey Gay, que podia ser usado para aumentar o controle da
bola, o defensor Vyacheslav Shevchuk, opção defensiva para a lateral-esquerda e
para a zaga, além dos atacantes Evgen Seleznev, autor de um importante gol
contra o Tottenham, e Marcelo Moreno, que não se adaptou ao clube.
Hübschman, Duljaj (Lewandowski), Fernandinho, Ilsinho (Willian); Luiz Adriano
(Seleznev), Brandão. Téc.: Mircea Lucescu
(Gudjohnsen), Touré, Xavi; Iniesta, Eto’o (Bojan), Henry (Messi). Téc.: Pep
Guardiola
e ’83 Busquets (Barcelona)
(Luiz Adriano), Jádson (Brandão), Willian; Gladkiy. Téc.: Mircea Lucescu
Sánchez, Keita, Hleb, Victor Vásquez; Bojan e Pedro (Gudjohnsen). Téc.: Pep
Guardiola
(Shakhtar Donetsk)
Chygrynskiy, Rat; Lewandowski, Fernandinho; Ilsinho (Luiz Adriano), Jádson,
Willian; Gladkiy (Seleznev). Téc.: Mircea Lucescu
Jenas, Bentley, Parrett (Bostock); Giovani dos Santos (Bent) e Frazier
Campbell. Téc.: Harry Redknapp
(Shakhtar Donetsk)
Chygrynskiy, Rat; Hübschman, Gay, Fernandinho (Lewandowski), Ilsinho (Willian),
Jádson; Luiz Adriano (Gladkiy). Téc.: Mircea Lucescu
(Valbuena), Cheyrou, Cana; Koné, Niang e Zenden (Samassa). Téc.: Eric Gerets
Kiev)
(Willian), Fernandinho, Ilsinho (Lewandowski), Jádson; Luiz Adriano (Gladkiy).
Téc.: Mircea Lucescu
Aliyev, Eremenko (Côrrea), Ninkovic; Bangoura e Milevskiy. Téc.: Yuriy Semin
(Werder Bremen)
Fernandinho; Ilsinho (Gay), Jádson (Duljaj), Willian; Luiz Adriano (Gladkiy).
Téc.: Mircea Lucescu
Niemeyer (Tziolis), Özil; Rosenberg (Hunt), Pizarro. Téc.: Thomas Schaaf
Cara, muito bom todo seu texto…parabéns!!!
Tenho uma opinião muito clara sobre o Jadson e gostaria de compartilhá-la: ele surgiu muito bem no Atlético Paranaense e teve uma passagem muito marcante no futebol ucraniano (não foi em vão que atuou 7 anos no Shakhtar), mas sempre achei que tinha potencial para ter despotado num mercado de mais ponta. Você concorda ou não?
Outra questão que gostaria de comentar: depois do título da Copa da UEFA 2008/2009, o Shakhtar até que acumulou campanha dignas na UEFA Champions League, Na temporada 2010/2011, teve êxito ao chegar às quartas-de-final eliminando a Roma. Em 2012/2013, deixou na primeira fase ninguém menos do que o até então atual campeão: Chelsea. Porém, sinto que o time atual não é tão bom em relação ao dos anos anteriores. Os brasileiros,por exemplo, são mais fracos tecnicamente do que os que passaram em outros tempos. O que acha?