Times de que Gostamos: Sevilla 2005-2007

Depois de lembrar o apoteótico Milan do período entre 1988/1990, rememoro o excelente time do Sevilla, que brilhou na última década.


Em pé: Palop, Kanouté, Aitor Ocio, Puerta, Escudé, Luis Fabiano;
Agachados: Poulsen, Renato, Daniel Alves, Jesús Navas e David.


Time: Sevilla

Período: 2005/2007

Time Base: Palop;
Daniel Alves, Navarro, Escudé, David (Dragutinovic); Poulsen (Maresca), Renato
(Martí), Adriano, Jesus Navas; Kanouté (Saviola) e Luis Fabiano. Téc. Juande
Ramos


Conquistas:
Bicampeonato da Copa da UEFA, Copa do Rey, Supercopa da Europa e Supercopa da
Espanha




Vem da Espanha
uma das equipes que tiveram grande destaque em meados da última década
. Não,
não se trata de Barcelona ou Real Madrid. Também não falo do Valencia,
comumente a terceira força do futebol hispânico. O esquadrão em questão é o do
Sevilla, clube que teve como principal característica um jogo muito veloz com
uma pitada de brasilidade
.


Iniciando a
escalação sevilhana, Andrés Palop
(foto) foi um dos grandes responsáveis pelos muitos
êxitos do Sevilla nesse período. Nesse sentido, é imprescindível a lembrança
dos três pênaltis defendidos pelo arqueiro espanhol na final da Copa da UEFA da
temporada 2006/2007
.  Suas vitórias
fizeram com que ele entrasse no hall dos maiores goleiros da história da
equipe, tendo defendido o alvirrubro entre 2005 e 2013, e servindo, ainda, à
Seleção Espanhola na Eurocopa de 2008, aos 35 anos, mas na condição de
suplente.



Pelas laterais
da equipe, jogaram dois jogadores de características antagônicas
. Enquanto o
lateral esquerdo David tinha um estilo de jogo mais resguardado
, permitindo ao
brasileiro Adriano maior liberdade para atacar pelo lado esquerdo, o ala
direito Daniel Alves
(foto), então uma jovem promessa pouco conhecida do público
brasileiro, era um furacão pela direita
. Seus avanços, por vezes temerários,
confirmaram o flanco destro como o ponto mais forte do time. O entendimento
alcançado entre Daniel e o espanhol Jesus Navas, fez com que, pelo lado
esquerdo, os defensores adversários jogassem com muita cautela
.

A dupla de zaga
foi o ponto de equilíbrio do time andaluz
. Javi Navarro (foto), jogador de linha mais
experiente do clube – o mais experiente do time titular foi o goleiro Palop – e
Julien Escudé
formaram uma dupla de zaga muito séria e segura. Não que
dispusessem de grande técnica, mas os dois zagueiros tinham a confiança e o
respeito de seus companheiros, e na prática os dois foram muito eficientes. Além
disso, apesar de não terem grande estatura, os defensores eram bons, inclusive,
na bola aérea.


A princípio, o
posto de principal destruidor das jogadas adversárias pelo meio-campo, não era
muito bem 
definido
, tendo a clube jogado durante um bom período com uma dupla
de jogadores de boa qualidade técnica. Esta era formada por dois dos três
volantes de que dispunha o treinador Juande Ramos, quais sejam Enzo Maresca,
Martí e o brasileiro Renato. Contudo, a chegada do dinamarquês Cristian Poulsen (foto) modificou essa estrutura, tendo o volante de forte marcação, e, por vezes,
violento, ocupado o posto à frente da defesa do Sevilla.

Como já citado,
o time dispunha do talento de três meio-campistas muito técnicos, com excelente
visão de jogo e toque de bola.
Dentre eles, a escolha preferida do treinador
espanhol foi o brasileiro Renato (foto). Cabia a ele a regência da meia-cancha
sevilhana. O brasileiro, que havia passado pelo Santos e pelo Guarani, e à
época era presença constante na Seleção Brasileira, logrou êxito na equipe, se
tornando um de seus grandes ídolos e posteriormente recebendo a faixa de
capitão do time.

Completando a
linha do meio-campo do alvirrubro, Adriano e Jesús Navas (foto) conduziam a equipe
pelos lados
. Apesar da semelhança tática entre os dois, com o brasileiro
explorando o lado esquerdo e o espanhol o direito, suas características técnicas
eram bem diferentes. Adriano tinha como principais expedientes a movimentação, o
toque de bola e as investidas à linha de fundo para propiciar bons cruzamentos
para os poderosos centroavantes Luís Fabiano e Kanouté. Já Jesús Navas, era o
fator de desequilíbrio da equipe. Driblador nato, o pequeno notável era bem
mais agressivo que Adriano
, partindo sempre para as jogadas individuais, que
muitas vezes resultaram em gols e assistências para seus companheiros.



Finalizando as jogadas
da equipe, Kanouté e Luis Fabiano
(foto) não formaram a mais sintonizada das duplas de
ataque da história do futebol. Apesar disso, o instinto matador e o faro de gol
– comum a ambos – levaram-nos a grandes e memoráveis momentos pelo Sevilla
. Nesse
esquema montado por Juande Ramos, o brasileiro, que possuía mais mobilidade, saía
mais da área para ajudar na construção das jogadas, enquanto o malinês
permanecia sempre na área a espera do menor ressalto da bola para estufar as
redes.



O banco de
reserva também guardava grandes opções
. Para o setor defensivo, havia a presença do
sérvio Dragutinovic, que podia atuar na zaga ou na lateral esquerda, também para a lateral esquerda e o meio-campo o bom Antonio Puerta, que viria a falecer em campo em partida contra o
Getafe, para o centro do campo os volantes/meias Maresca (foto), Martí e Duda e ainda para o ataque os avançados Chevantón e Kherzakhov



Há que se lembrar, ainda, que o bom trabalho de Juande Ramos não foi
esquecido e após sair do clube espanhol ele treinou o Tottenham, o Real Madrid,
o CSKA e o Dnipro da Ucrânia, seu clube atual
. Derradeiramente, é importante
também lembrar o atacante Saviola que teve rápida, porém valorosa passagem pelo
Sevilla.


Ficha técnica de
alguns jogos importantes nesse período:


Final da Copa da
UEFA 2005/2006: Middlesbrough 0x4 Sevilla


Estádio Philips,
Eindhoven


Árbitro: Herbert
Fandel



Público: 31.300



Gols: ’27 Luis
Fabiano, ’79 e ’84 Enzo Maresca, ’89 Kanouté (Sevilla)


Middlesbrough:
Schwarzer; Parnaby, Riggott, Southgate, Queudrue (Yakubu); Fábio Rochemback,
George Boateng, Morrison (Maccarone), Downing; Jimmy Floyd Hasselbaink e Mark
Viduka (Cattermole). Téc. Steve McClaren


Sevilla: Palop;
Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Maresca, Martí, Adriano (Puerta),
Jesús Navas; Saviola (Kanouté) e Luis Fabiano (Renato). Téc. Juande Ramos


Supercopa da
UEFA 2006: Barcelona 0x3 Sevilla


Estádio Louis
II, Mônaco


Árbitro: Stefano
Farina


Público 18.000


Gols: ‘7 Renato,
’45 Kanouté e ’90 Maresca (Sevilla)


Barcelona:
Valdés, Belletti, Rafa Márquez, Puyol, Sylvinho (Giuly); Thiago Motta (Iniesta),
Xavi (Gudjohnsen), Deco; Ronaldinho, Eto’o e Messi. Téc. Frank Rijkaard


Sevilla: Palop;
Daniel Alves, Javi Navarro, Escudé, David; Cristian Poulsen, Renato, Adriano
(Puerta), Jesús Navas (Maresca); Luis Fabiano (Martí) e Kanouté. Téc. Juande
Ramos


Final da Copa da
UEFA 2006/2007: Espanyol 2×2 Sevilla (1×3 nos pênaltis)


Estádio Hampdem
Park, Glasgow


Árbitro: Massimo
Busacca



Público 48.000



Gols: ’18 Adriano
e ‘105 Kanouté (Sevilla); ’28 Riera e ‘115 Jônatas (Espanyol)/ Kanouté,
Dragutinovic e Puerta marcaram de pênalti, Daniel Alves perdeu (Sevilla);
Pandiani marcou de pênalti, Luis García, Jônatas, Torrejón perderam (Espanyol).


Espanyol:
Iraizoz; Zabaleta, Torrejón, Jarque, David García; Moisés, De la Peña (Jônatas),
Rufete (Pandiani), Riera; Luis Garcia e Tamudo (Lacruz). Téc. Ernesto Valverde


Sevilla: Palop;
Daniel Alves, Javi Navarro, Dragutinovic, Adriano (Renato); Poulsen, Martí,
Maresca (Jesús Navas), Puerta; Luis Fabiano (Kherzakhov) e Kanouté. Téc. Juande
Ramos


Final da Copa do
Rey 2006/2007: Sevilla 1×0 Getafe


Estádio Santiago
Bernabéu, Madrid



Árbitro: Julian
Rodríguez Santiago



Público 80.000

Gol: ’10 Kanouté (Sevilla)


Sevilla: Palop; Daniel
Alves, Javi Navarro, Escudé, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Martí), Puerta
(Duda), Jesús Navas; Luis Fabiano (Kherzakohv) e Kanouté. Téc. Juande Ramos


Getafe: Luis
García; Contra (Pachón), Belenguer, Pulido, Paredes; Celestini, Mario Cotelo,
Nacho (Dorado), Casquero; Manu del Moral (Verpakovskis) e Dani Güiza. Téc. Bernd
Schuster


Supercopa da
Espanha 2007: Real Madrid 3×5 Sevilla


Estádio Santiago
Bernabéu, Madrid


Árbitro: Alberto
Undiano



Público 69.000



Gols: ’16 e ’29 Renato,
’36, ’81 e ’90 Kanouté (Sevilla); ’20 Drenthe, ’44 Cannavaro e ’79 Sergio Ramos
(Real Madrid)


Real Madrid:
Casillas; Sergio Ramos, Pepe, Cannavaro, Drenthe; Mahamadou Diarra, Miguel
Torres (Guti), Sneijder (Júlio Baptista); Raúl (Saviola), van Nilstelrooy e
Robinho. Téc. Bernd Schuster


Sevilla: Palop;
Daniel Alves, Mosquera (Keita), Fazio, Dragutinovic; Poulsen, Renato (Maresca),
Duda (Kherzakhov), Martí, Jesús Navas; Kanouté. Téc. Juande Ramos

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