Times de que Gostamos: San Lorenzo 2001-2002
à memória o revolucionário time do Barcelona da temporada 2010-2011, do
treinador Pep Guardiola, falo um pouco sobre o grande San Lorenzo, do início do
século XXI.
Em pé: Saja, Serrizuela, Michellini, Collocini, Tuzzio, Ameli. Agachados: Aldo Paredes, Raúl Estévez, Walter Erviti, Romeo, Leandro Romagnoli. |
Time: San
Lorenzo
2001-2002
Serrizuela (Esquivel), Coloccini (Morel Rodríguez), Ameli (Capria), Paredes; Tuzzio (Pusineri), Michelini (Zurita),
Erviti (Chatruc), Romagnoli; Estévez (Astudillo) e Bernard Romeo (Alberto Acosta). Téc.
Manuel Pellegrini/Rúben Insúa
Mercosul, Torneio Clausura e Copa Sul-Americana.
Um dos cinco
gigantes do futebol argentino – junto com Boca Juniors, Independiente, Racing
Club e River Plate –, o Club Atlético San Lorenzo de Almagro é o único que
nunca conquistou a Copa Libertadores da América e, até o ano de 2002 (pois a
final da Copa Mercosul de 2001 aconteceu em janeiro de 2002), o clube sequer
sabia o que era conquistar um torneio internacional.
muito jovem e talentosa, e com um estilo de jogo bem “argentino” – ao mesmo
tempo extremamente técnico e “catimbado” – os argentinos conseguiram, por fim,
conquistar um título internacional. E não só um. Em 2002, o clube, após vitória por 4×0 contra
o Atlético Nacional de Medellín, na Colômbia, apenas empatou em casa e sagrou-se
o primeiro campeão da recém-constituída Copa Sul-Americana (vale ressaltar que
esta edição não contou com equipes brasileiras).
San Lorenzo pôde bater no peito e falar: “talento se faz em casa!”. Grandes
jogadores como o goleiro Sebastian Saja (foto), o zagueiro Gonzalo Rodríguez, os meias
Leandro Romagnoli e Walter Erviti e o atacante Guillermo Franco foram formados
nas categorias de base do clube.
boa, que ótimos valores surgidos na base do clube, como Walter Montillo, que apareceu em 2002, não
tiveram muitas oportunidades no clube.
Ainda muito
jovem, coube a Sebastian Saja a proteção da meta do Ciclón. Identificado com a torcida e dono de grandes reflexos –
que, por vezes, proporcionavam defesas mágicas –, Saja tinha uma interessante
peculiaridade. Além de ter se consagrado como grande pegador de pênaltis, o
arqueiro também os cobrava, tendo ótimo aproveitamento. Em 2002, em prêmio
concedido pelo jornal uruguaio El País,
conquistou o prêmio de melhor goleiro da América. Em 2007, atuou no Grêmio.
período, a lateral direita do clube buenairense teve dois donos. Nos títulos do
Torneio Clausura e da Copa Mercosul, o titular era Juan José Serrizuela.
Atarracado, tinha boa condição atlética e atacava bastante, tendo, no forte
chute de média distância, um de seus principais trunfos. Com sua saída para o
Independiente, o paraguaio Celso Esquivel, mais afeito às tarefas defensivas,
assumiu a condição de titular da equipe. Pelo lado contrário o titular foi Aldo
Paredes (foto), jogador polivalente (podia atuar também na zaga e como volante) tinha
muito senso tático e qualidade técnica. É o nono jogador que mais defendeu o
clube, com 264 partidas e cinco gols marcados.
setor que sofreu modificações de um ano para o outro. Durante a disputa do
Clausura 2001, o setor foi composto pelo jovem e cabeludo, Fabricio Coloccini (foto),
e pelo experiente Horacio Ameli. O primeiro tinha grande vigor físico e enorme
qualidade na bola aérea, já o segundo, mais baixo, possuía bom senso de
posicionamento e qualidade nos desarmes. Com a saída de Coloccini, o argentino
Diego Capria, famoso pelas potentes cobranças de faltas, assumiu a titularidade
na Copa Mercosul. Já no título da Copa Sul-Americana, com a saída de Ameli (que
foi para o Internacional), o jovem e vigoroso Gonzalo Rodríguez ganhou espaço
na equipe. Outro que atuou no setor foi o paraguaio Morel Rodríguez, opção
também para a lateral esquerda.
foi composta por Eduardo Tuzzio, Pablo Michelini e Walter Erviti (foto). O primeiro, apesar
da falta de velocidade, era implacável na marcação, sendo o “volante-volante”.
Um pouco mais à frente, Michelini (capitão da equipe) e Erviti tinham as
grandes qualidades comuns aos volantes argentinos. Raçudos, técnicos e grandes
passadores, funcionavam como os pulmões da equipe. Tuzzio foi o primeiro a
deixar a equipe, logo após o título argentino. Seu substituto foi Lucas Pusineri,
conhecido como El Motorcito. Após o
título da Copa Mercosul, Erviti e Pusineri também se despediram do clube,
abrindo espaço para José Chatruc e Cristian Zurita.
equipe contou com todo o talento de Leandro Romagnoli (foto), um dos grandes ídolos da
história do Ciclón. Pequenino, Pipi, jogava como um autêntico camisa
dez argentino. Driblador e insinuante, ganhou a idolatria do torcedor. Contando
suas duas passagens pelo clube, Romagnoli já é o quinto atleta que mais vezes
defendeu o San Lorenzo. Em 323 partidas marcou 34 gols. Destaque da Seleção
Argentina na base, nunca conseguiu chances reais na principal.
mudou muito durante esse período. Nos títulos de 2001, o ataque foi formado
pelo habilidoso e rápido Raúl Estevez – que passou, sem sucesso, pelo Botafogo –
e pelo centroavante Bernardo Romeo (foto), que, considerando suas três passagens pelo
clube, marcou 99 gols, afirmando-se como o nono maior artilheiro da
história do San Lorenzo. Em 2002 a dupla deixou o clube, para Boca Juniors e Hamburgo,
respectivamente. Coube ao experiente Alberto Acosta (homônimo do ex-jogador do
Náutico), sexto maior artilheiro da história do clube, com 123 gols, e ao
rápido Rodrigo Astudillo o comando do ataque na Copa Sul-Americana.
principal responsável pela evolução do San Lorenzo, o treinador chileno Manuel
Pellegrini, o clube teve também outros bons valores no banco, casos do
experiente meio-campista Leandro Rodríguez e dos atacantes Guillermo Franco e
Loco Abreu (foto). Em 2002, houve troca no comando da equipe e Rubén Dario Insúa,
ex-jogador do próprio San Lorenzo assumiu o clube, dando continuidade ao
trabalho de Pellegrini.
Ficha técnica de
alguns jogos importantes nesse período:
Mercosul de 2001: San Lorenzo 1(4) x 1(3) Flamengo
Gasómetro, Buenos Aires
Ruiz
Machado (Flamengo); ’22 Estevez (San Lorenzo);
Pusineri, Saja, Capria marcaram de pênalti para o San Lorenzo e Petkovic, Andrezinho,
Edson marcaram para o Flamengo; Acosta, Serrizuela, Juan, Cassio e Roma
desperdiçaram suas cobranças.
Saja; Serrizuela, Ameli, Paredes; Franco (Pusineri), Michelini, Erviti,
Romagnoli; Estevez (Rodríguez) e Acosta. Téc. Manuel Pellegrini
César; Édson, Juan, Fernando (André Bahia), Cássio; Leandro Ávila, Jorginho,
Rocha (Andrezinho), Petkovic; Roma e Leandro Machado (Jackson). Téc. Carlos
Alberto Torres
Sul-Americana de 2002: San Lorenzo 0x0 Nacional de Medellín
Gasómetro, Buenos Aires
González
Saja; Zurita, Gonzalo Rodríguez, Morel
Rodríguez, Paredes; Esquivel, Herrón, Chatruc (Cordone), Romagnoli; Astudillo (Luna)
e Acosta (Cabrera). Téc. Rubén Insúa
Medellín: Velásquez; Calle, Vanegas, Guzmán, Díaz; Chará, Moreno (Rambal), Toro
e Grisales; Restrepo e Echeverría (Rentería). Téc. Alexis García