Times de que Gostamos: Juventus 1995-1997

Após lembrar o bom time do Aston Villa treinado por Martin O’Neill na temporada 2009-2010, rememoro a excepcional equipe da Juventus do período entre 1995-1997.

Em pé: Ciro Ferrara, Mark Iuliano, Porrini, Vieri, Peruzzi, Paolo Montero
Agachados: Zidane, Di Livio, Deschamps, Jugovic, Boksic.


Time: Juventus

Período: 1995-1997

Time base:  Angelo Peruzzi; Torricelli,
Ciro Ferrara, Pietro Vierchowood (Paolo Montero), Pessotto; Antonio Conte (Di Livio), Paulo
Sousa (Jugovic), Didier Deschamps; Ravanelli (Zidane), Gianluca Vialli (Vieri) e
Del Piero. Téc. Marcello Lippi

Conquistas: UEFA Champions League, Supercopa Italiana (95-96), Campeonato
Italiano, Supercopa da UEFA e Mundial de Clubes (96-97)


Primeiro clube de sucesso da carreira do vitorioso treinador Marcello
Lippi, a Juventus de Turim que se apresentou entre 1995 e 1997 tinha todas as
características que nosso imaginário projeta quando pensamos em equipes italianas de sucesso. 



Defensivamente, era sólida; ofensivamente, criativa e eficiente. 


Essas foram as chaves para a formação de uma das mais vencedoras equipes da história do futebol da Velha Bota e de toda a Europa, conquistando títulos nacionais e continentais. Entre as temporadas 1995-1996 e 1996-1997 ocorreram mudanças substanciais no elenco Bianconeri, que foi obrigado a mudar de esquema tático (saindo do 4-3-3 para o 4-4-2), sem perder sua a essência campeã.

O meio da década de 90 foi extremamente frutífero para a esquadra de Turim. Em 1996, vieram os títulos da UEFA Champions League, vencida contra o então campeão continental e poderosíssimo Ajax, e a Supercopa Italiana; em 1997, o Campeonato Italiano, a Supercopa da UEFA (em massacrante goleada contra o Paris Saint-Germain de Raí), o Mundial de Clubes e, ainda, um vice da Champions, ocasião em que os alvinegros perderam a taça para o Borussia Dortmund.


Deixaram o clube campeão europeu, o histórico zagueiro italiano Pietro Vierchowood, o meio-campista Paulo Sousa, que se transferiu para o
Borussia Dortmund, tornando-se bicampeão europeu, e os atacantes Fabrizio Ravanelli e Gianluca Vialli, que partiu para a Inglaterra, onde se tornou lenda do Chelsea. 



Contudo, novas e valiosíssimas peças desembarcaram em Turim. Foram os casos dos zagueiros Paolo
Montero e Mark Iuliano, além dos atacantes Alen Boksic, Nicola Amoruso e do
grande centroavante Christian Vieri. Além desses, entretanto, chegou aquele que se tornaria soberano na equipe, um jogador cujo talento, técnica e destreza saltava aos olhos: o francês Zinedine Zidane, maestro absoluto.



O gol bianconero foi
salvaguardado pelo ótimo goleiro Angelo Peruzzi. Formado na Roma, o arqueiro se transferiu para a Juve em 1991, clube em que permaneceu até 1999. Em 96, ficou marcado por defender as
cobranças de pênaltis de Edgar Davids e Sonny Silooy na finalíssima da UEFA Champions League, contra o Ajax. Peruzzi esteve, ainda,
no elenco italiano campeão mundial em 2006, sob o comando de Lippi.

A dupla de zaga foi um dos setores modificados na transição de temporadas. Em 1995-96, esta foi formada por Ciro Ferrara, capitão da esquadra, e pelo experiente Pietro Vierchowood.
O primeiro, jogador de dois clubes – Napoli e Juventus – foi um ótimo e
vitorioso zagueiro. Apesar de ter disputado apenas a Copa do Mundo de 1990, jogou
49 partidas pela Squadra Azzurra. Teve a honra de atuar com craques da estirpe de Diego Maradona e Careca no Napoli e Roberto Baggio, Alessandro Del Piero e Zidane, dentre outros craques, na Juventus. 

Já Vierchowood, igualmente
vencedor, chegou da Sampdoria já aos 36 anos e só disputou uma temporada pela equipe de
Turim. Apesar de sua grande qualidade e de ter feito sucesso pela equipe, decidiu mudar-se para o Milan no ano que se seguiu. Quem ocupou o seu lugar foi o uruguaio Paolo
Monteiro
, muitas vezes lembrado em decorrência de entradas violentas, mas, ainda assim, um atleta que colocou seu nome na história da Juve.


As laterais foram ocupadas por Moreno Torricelli, pela direita (ou por
Sergio Porrini, seu reserva imediato) e Gianluca Pessotto pela
esquerda. Jogadores com características
mais defensivas do que ofensivas, ajudavam a dar liberdade para o setor de criação e possuíam a essência do defensor italiano, podendo, pois, atuar em outras posições da
defesa. Curiosamente, o lateral esquerdo era destro.


Adiante, o meio-campo foi, inicialmente, formado por três atletas de características
de controle das ações,  úteis defensiva e ofensivamente. Estes foram Didier Deschamps, capitão da França na Copa de 1998, pelo centro,  Paulo Sousa, membro
da geração de ouro de Portugal, mais à esquerda, e Antonio Conte, atual técnico
da Juve, à direita. Todos tinham como habilidades o bom passe, a capacidade de marcação e a visão
de jogo.

Na temporada sequente, com a chegada do gênio Zinedine Zidane e a
saída de Paulo Sousa, a equipe mudou a forma de jogar. Passou, então, a ter um meio-campo formatado em “losango”, tendo o mesmo sido formado por Deschamps, Conte (eventualmente substituído pelo centrocampista italiano Angelo Di Livio), Vladimir Jugovic e Zidane.


O iugoslavo Jugovic foi o responsável por ocupar a vaga de Paulo Sousa. Jogador mais talentoso, com vasto repertório de qualidades e dono de veia mais ofensiva, ficou
marcado por ter sido o responsável pela cobrança do pênalti derradeiro na final
da UEFA Champions League contra o Ajax. Já Zidane dispensa maiores
apresentações. Sua alta classe, sempre com a cabeça erguida, distribuição de passes com extremo refino e leque amplo de finalizações precisas foram algumas das grandes marcas do craque francês.
O ataque de 1995-96 foi formado por um tridente: Frabrizio Ravanelli, dono
de grande velocidade e autor de gols decisivos, pela direita; Gianluca Vialli, pelo centro, empurrando a bola para as redes; e Alessandro Del Piero, atleta de extrema técnica e perícia na cobrança de faltas, pela esquerda. 



Com a saída dos dois primeiros, Del Piero
firmou-se como um segundo atacante e passou a municiar seus novos companheiros:  o croata Alen Boksic e o italiano Christian
Vieri
, grandes goleadores.

O banco de reservas, além de ter contado com a presença de ótimos e versáteis jogadores como Mark Iuliano, Angelo Di Livio, Alessio Tacchinardi, Attilio
Lombardo
e Michele Padovano, teve a sorte de presenciar a ascensão do brilho da estrela do
treinador Marcello Lippi
Ao todo – contabilizando as duas passagens que teve
pelo clube 
–, o italiano conquistou treze títulos com a Juventus, tornando-se um dos maiores de toda a história da
equipe mais vencedora na Itália.

Ficha técnica de alguns
jogos importantes nesse período:


Final da Supercopa
Italiana 1995: Juventus 1×0 Parma

Estádio Delle Alpi, Turim

Árbitro: Pietro Ceccarini

Gol: ’33 Gianluca Vialli

Juventus: Peruzzi; Tacchinardi, Ciro Ferrara, Pietro Vierchowood,
Torricelli; Antonio Conte, Paulo Sousa (Carrera), Didier Deschamps; Ravanelli,
Vialli (Di Livio) e Del Piero (Rampulla). Téc. Marcello Lippi

Parma: Bucci; Roberto Mussi (Asprilla), Fernando Couto, Fabio Cannavaro,
Alberto Di Chiara (Melli); Sensini, Dino Baggio, Brambilla, Crippa (Benarrivo);
Hristo Stoichkov e Gianfranco Zola. Téc. Nevio Scala

Final da UEFA Champions
League 1995-1996: Juventus 1×1 Ajax (4×2 nos pênaltis)

Estádio Olímpico, Roma

Árbitro: Manuel Díaz Veja

Público 80.000

Gols: ’12 Ravanelli (Juventus); ’41 Litmanem (Ajax)/ Ferrara, Pessotto,
Padovano e Jugovic marcaram de pênalti (Juventus); Litmanem e Scholten marcaram
de pênalti e Davids e Silooy perderam (Ajax)

Juventus: Peruzzi; Torricelli, Ferrara, Vierchowood, Pessotto; Antonio Conte
(Jugovic), Paulo Sousa (Di Livio), Didier Deschamps; Ravanelli (Padovano),
Vialli, Del Piero. Téc. Marcello Lippi

Ajax: van der Sar; Blind, Frank de Boer (Scholten), Silooy, Bogarde;
Ronald de Boer (Wooter), Kiki Musampa (Kluivert), Edgar Davids, Jari Litmanem;
Finidi George, Nwankwo Kanu. Téc. Louis van Gaal

Mundial de Clubes 1996:
Juventus 1×0 River Plate

Estádio Nacional, Tóquio

Árbitro: Márcio Rezende de Freitas

Público 48.305
Gol: Del Piero ’81 (Juventus)
Juventus:
Peruzzi; Porrini, Ciro Ferrara, Paolo Montero, Moreno Torricelli; Deschamps, Di
Livio, Jugovic, Zidane (Tacchinardi); Del Piero e Boksic. Téc. Marcello Lippi.
River Plate: Bonano; Hernán Díaz, Celso Ayala, Eduardo Berizzo, Sorín; Astrada,
Berti (Gancedo), Monserrat, Ortega; Francescoli e Julio Cruz (Marcelo Salas).
Téc. Ramón Díaz.
Final da Supercopa da UEFA
de 1996: PSG 1×6 Juventus

Parc des Princes, Paris

Árbitro: Nikolay Levnikov

Público 29.519

Gols: ‘4 Porrini, ’22 e ’40 Padovano, ’33 Ferrara, ’83 Lombardo, ’88 Amoruso
(Juventus); ’52 Raí (PSG)

PSG: Lama; Algerino (Kenedy), N’Gotty, Le Guen, Domi (Leonardo);
Vincent Guérin, Laurent Fournier, 
Raí, Jérôme Leroy; Valdés (Pouget), Loko.
Téc. Ricardo Gomes

Juventus: Peruzzi; Toricelli, Ciro Ferrara (Amoruso), Sergio Porrini,
Pessotto; Angelo Di Livio, Didier 
Deschamps, Tacchinardi (Lombardo), Zidane;
Del Piero e Padovano (Iuliano). Téc. Marcello Lippi  

26ª rodada do Campeonato
Italiano 1996/1997: Milan 1×6 Juventus

Estádio San Siro, Milão

Árbitro: Stefano Braschi

Público 81.170

Gols: ’19 e ’49 Jugovic, ’31 Zidane,  ’70 e ’80 Vieri, ’73 Amoruso (Juventus); ’75 Marco
Simone (Milan)

Milan: Rossi; Marcel Reiziger, Desailly (Tassotti), Vierchowood, Paolo
Maldini; Franco Baresi, Savicevic, Blomqvist (Roberto Baggio), Zvonimir Boban; Cristophe
Dugarry, Marco Simone. Téc. Arrigo Sacchi



Juventus: Peruzzi; Porrini (Pessotto), Ciro Ferrara, Mark Iuliano, Dimas; Di
Livio, Jugovic, Tacchinardi, Zidane (Lombardo); Boksic (Amoruso), Vieri. Téc.
Marcello Lippi 

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