Times de que Gostamos: Juventus 1995-1997
Em pé: Ciro Ferrara, Mark Iuliano, Porrini, Vieri, Peruzzi, Paolo Montero Agachados: Zidane, Di Livio, Deschamps, Jugovic, Boksic. |
Ciro Ferrara, Pietro Vierchowood (Paolo Montero), Pessotto; Antonio Conte (Di Livio), Paulo
Sousa (Jugovic), Didier Deschamps; Ravanelli (Zidane), Gianluca Vialli (Vieri) e
Del Piero. Téc. Marcello Lippi
Italiano, Supercopa da UEFA e Mundial de Clubes (96-97)
Lippi, a Juventus de Turim que se apresentou entre 1995 e 1997 tinha todas as
características que nosso imaginário projeta quando pensamos em equipes italianas de sucesso.
Defensivamente, era sólida; ofensivamente, criativa e eficiente.
Essas foram as chaves para a formação de uma das mais vencedoras equipes da história do futebol da Velha Bota e de toda a Europa, conquistando títulos nacionais e continentais. Entre as temporadas 1995-1996 e 1996-1997 ocorreram mudanças substanciais no elenco Bianconeri, que foi obrigado a mudar de esquema tático (saindo do 4-3-3 para o 4-4-2), sem perder sua a essência campeã.
O meio da década de 90 foi extremamente frutífero para a esquadra de Turim. Em 1996, vieram os títulos da UEFA Champions League, vencida contra o então campeão continental e poderosíssimo Ajax, e a Supercopa Italiana; em 1997, o Campeonato Italiano, a Supercopa da UEFA (em massacrante goleada contra o Paris Saint-Germain de Raí), o Mundial de Clubes e, ainda, um vice da Champions, ocasião em que os alvinegros perderam a taça para o Borussia Dortmund.
Borussia Dortmund, tornando-se bicampeão europeu, e os atacantes Fabrizio Ravanelli e Gianluca Vialli, que partiu para a Inglaterra, onde se tornou lenda do Chelsea.
Contudo, novas e valiosíssimas peças desembarcaram em Turim. Foram os casos dos zagueiros Paolo
Montero e Mark Iuliano, além dos atacantes Alen Boksic, Nicola Amoruso e do
grande centroavante Christian Vieri. Além desses, entretanto, chegou aquele que se tornaria soberano na equipe, um jogador cujo talento, técnica e destreza saltava aos olhos: o francês Zinedine Zidane, maestro absoluto.
O gol bianconero foi
salvaguardado pelo ótimo goleiro Angelo Peruzzi. Formado na Roma, o arqueiro se transferiu para a Juve em 1991, clube em que permaneceu até 1999. Em 96, ficou marcado por defender as
cobranças de pênaltis de Edgar Davids e Sonny Silooy na finalíssima da UEFA Champions League, contra o Ajax. Peruzzi esteve, ainda,
no elenco italiano campeão mundial em 2006, sob o comando de Lippi.
A dupla de zaga foi um dos setores modificados na transição de temporadas. Em 1995-96, esta foi formada por Ciro Ferrara, capitão da esquadra, e pelo experiente Pietro Vierchowood.
O primeiro, jogador de dois clubes – Napoli e Juventus – foi um ótimo e
vitorioso zagueiro. Apesar de ter disputado apenas a Copa do Mundo de 1990, jogou
49 partidas pela Squadra Azzurra. Teve a honra de atuar com craques da estirpe de Diego Maradona e Careca no Napoli e Roberto Baggio, Alessandro Del Piero e Zidane, dentre outros craques, na Juventus.
Já Vierchowood, igualmente
vencedor, chegou da Sampdoria já aos 36 anos e só disputou uma temporada pela equipe de
Turim. Apesar de sua grande qualidade e de ter feito sucesso pela equipe, decidiu mudar-se para o Milan no ano que se seguiu. Quem ocupou o seu lugar foi o uruguaio Paolo
Monteiro, muitas vezes lembrado em decorrência de entradas violentas, mas, ainda assim, um atleta que colocou seu nome na história da Juve.
Sergio Porrini, seu reserva imediato) e Gianluca Pessotto pela
esquerda. Jogadores com características
mais defensivas do que ofensivas, ajudavam a dar liberdade para o setor de criação e possuíam a essência do defensor italiano, podendo, pois, atuar em outras posições da
defesa. Curiosamente, o lateral esquerdo era destro.
de controle das ações, úteis defensiva e ofensivamente. Estes foram Didier Deschamps, capitão da França na Copa de 1998, pelo centro, Paulo Sousa, membro
da geração de ouro de Portugal, mais à esquerda, e Antonio Conte, atual técnico
da Juve, à direita. Todos tinham como habilidades o bom passe, a capacidade de marcação e a visão
de jogo.
saída de Paulo Sousa, a equipe mudou a forma de jogar. Passou, então, a ter um meio-campo formatado em “losango”, tendo o mesmo sido formado por Deschamps, Conte (eventualmente substituído pelo centrocampista italiano Angelo Di Livio), Vladimir Jugovic e Zidane.
marcado por ter sido o responsável pela cobrança do pênalti derradeiro na final
da UEFA Champions League contra o Ajax. Já Zidane dispensa maiores
apresentações. Sua alta classe, sempre com a cabeça erguida, distribuição de passes com extremo refino e leque amplo de finalizações precisas foram algumas das grandes marcas do craque francês.
de grande velocidade e autor de gols decisivos, pela direita; Gianluca Vialli, pelo centro, empurrando a bola para as redes; e Alessandro Del Piero, atleta de extrema técnica e perícia na cobrança de faltas, pela esquerda.
Com a saída dos dois primeiros, Del Piero
firmou-se como um segundo atacante e passou a municiar seus novos companheiros: o croata Alen Boksic e o italiano Christian
Vieri, grandes goleadores.
Lombardo e Michele Padovano, teve a sorte de presenciar a ascensão do brilho da estrela do
treinador Marcello Lippi. Ao todo – contabilizando as duas passagens que teve
pelo clube –, o italiano conquistou treze títulos com a Juventus, tornando-se um dos maiores de toda a história da
equipe mais vencedora na Itália.
Ficha técnica de alguns
jogos importantes nesse período:
Italiana 1995: Juventus 1×0 Parma
Torricelli; Antonio Conte, Paulo Sousa (Carrera), Didier Deschamps; Ravanelli,
Vialli (Di Livio) e Del Piero (Rampulla). Téc. Marcello Lippi
Alberto Di Chiara (Melli); Sensini, Dino Baggio, Brambilla, Crippa (Benarrivo);
Hristo Stoichkov e Gianfranco Zola. Téc. Nevio Scala
League 1995-1996: Juventus 1×1 Ajax (4×2 nos pênaltis)
Padovano e Jugovic marcaram de pênalti (Juventus); Litmanem e Scholten marcaram
de pênalti e Davids e Silooy perderam (Ajax)
(Jugovic), Paulo Sousa (Di Livio), Didier Deschamps; Ravanelli (Padovano),
Vialli, Del Piero. Téc. Marcello Lippi
Ronald de Boer (Wooter), Kiki Musampa (Kluivert), Edgar Davids, Jari Litmanem;
Finidi George, Nwankwo Kanu. Téc. Louis van Gaal
Juventus 1×0 River Plate
Peruzzi; Porrini, Ciro Ferrara, Paolo Montero, Moreno Torricelli; Deschamps, Di
Livio, Jugovic, Zidane (Tacchinardi); Del Piero e Boksic. Téc. Marcello Lippi.
Berti (Gancedo), Monserrat, Ortega; Francescoli e Julio Cruz (Marcelo Salas).
Téc. Ramón Díaz.
de 1996: PSG 1×6 Juventus
(Juventus); ’52 Raí (PSG)
Vincent Guérin, Laurent Fournier, Raí, Jérôme Leroy; Valdés (Pouget), Loko.
Téc. Ricardo Gomes
Pessotto; Angelo Di Livio, Didier Deschamps, Tacchinardi (Lombardo), Zidane;
Del Piero e Padovano (Iuliano). Téc. Marcello Lippi
Italiano 1996/1997: Milan 1×6 Juventus
Simone (Milan)
Maldini; Franco Baresi, Savicevic, Blomqvist (Roberto Baggio), Zvonimir Boban; Cristophe
Dugarry, Marco Simone. Téc. Arrigo Sacchi
Juventus: Peruzzi; Porrini (Pessotto), Ciro Ferrara, Mark Iuliano, Dimas; Di
Livio, Jugovic, Tacchinardi, Zidane (Lombardo); Boksic (Amoruso), Vieri. Téc.
Marcello Lippi