Times de que Gostamos: Feyenoord 1969-1970

Na última semana, tratamos do
excelente time do Werder Bremen da temporada 2003-2004, dos artilheiros Ivan
Klasnic e Aílton. Nesta, o foco é o primeiro campeão da UEFA Champions League
vindo da Holanda, o Feyenoord.
Em pé: Jan Boskamp, Eddy Treytel, Joop Van Daele, Rinus Israel, Theo Laseroms, Matthias Maiwald, Abraham Geilman, Wilhem Van Hanegem.
Sentados: Henk Wery, Dick Schneider, Franz Hasil, Theo Van Duivenbode, Wim Jansen, Coen Moulijn, Piet Romeijn and Ove Kindvall
Time: Feyenoord
Período: 1969-1970
Time BaseTime Base: Graafland (Treytel); Romeijn (Haak),
Israel, Laseroms, Duivenbode; Jansen, Hasil, Van Hanegem; Wery, Kindvall e
Moulijn.
Téc.: Ernst Happel

Conquistas: UEFA Champions League e Mundial de Clubes

Primeiro campeão europeu vindo da
Holanda
, o Feyenoord do final dos anos 60 e do início da década de 70 já
mostrava um estilo de jogo semelhante ao que o mundo veria em 1974, com a
Seleção Holandesa do craque Johan Cruyff.

Comandada pelo austríaco Ernst
Happel
, o primeiro treinador a conquistar a UEFA Champions League por dois
clubes diferentes na história – também venceu com o Hamburgo –, a equipe mostrava muita
criatividade, habilidade e já experienciava lampejos do famigerado Futebol Total,
que afamou a Laranja Mecânica.

Misturando gerações, em uma época
de transição, o time encontrou uma forma de jogar muito interessante e
inteligente. A soma de um setor defensivo limitado, mas correto e sólido, com um
meio-campo extremamente criativo e um ataque insinuante gerou, como resultado,
a vitoriosa equipe de Roterdã do final da década de 60, que culminou com a
glória continental em 1970.
A meta do Feyenoord foi defendida
durante muitos anos por Eddy Graafland (foto), um dos maiores goleiros da história da
Holanda. Tendo atuado oito anos no Ajax e 12 no rival de Roterdã, é lembrado como grande defensor de pênaltis. Apesar disso,
com a chegada do jovem Eddy Treytel, em 1968, foi relegado à reserva, sem,
contudo, deixar de ser um jogador extremamente influente. Apesar da sua
condição de suplência, aos 36 anos, Graafland teve papel vital na campanha da
UEFA Champions League, tendo disputado o jogo final e, com brilhantes defesas,
parado o ataque do Celtic, que havia sido campeão em 1967. Com o título, aposentou-se. Por
seu turno, Treytel permaneceu defendendo o clube até 1979.
Pelo lado direito da defesa, o
clube tinha a presença de Piet Romeijn, jogador que disputou mais de 250 jogos
pelo clube e é lembrado por sua força, imposição física e dedicação.
Basicamente, era um marcador. Do lado oposto, Theo van Duivenbode (foto) era a
referência. Cria do Ajax, onde foi treinado por Rinus Michels, tinha boa
técnica e eficiência nos passes. Curiosamente, foi dispensado do clube da
capital holandesa com a desculpa de que não possuía “espírito vencedor”. O
tempo provou o engano. Tanto Romeijn quanto Duivenbode chegaram à Seleção
Holandesa no período. 

Diferentes – porém complementares
Rinus Israel (foto), ou Ijzeren Rinus (Rinus
de Ferro), e Theo Laseroms, o “Tanque”, formaram aquela que deve ser lembrada
pelos torcedores do Club aan de Mass
o Clube da Massa – como a melhor de sua história. Líder por natureza, Rinus
tinha técnica e ótima leitura de jogo, sendo muito útil na construção das
jogadas de ataque do time. Por sua vez, Laseroms era mais afeito ao trabalho
sujo, sendo (apesar de menos técnico) mais seguro e intransponível na bola
aérea. Os dois são outras peças deste lendário time do
Feyenoord que vestiram a camisa da Laranja Mecânica; Israel foi, inclusive, figura
importante do escrete holandês na Copa de 1974.
Na meia-cancha, o alvirrubro
contou com os préstimos de três jogadores talentosíssimos e capazes de
desempenhar qualquer papel no setor. Companheiros também na Seleção
Neerlandesa, Wim Jansen e Willem van Hanegem (foto) firmaram um trio fantástico com o
internacional austríaco Franz Hasil. Na teoria, Jansen era o meia mais central,
sendo o responsável central pela contenção, enquanto van Hanegem, pela
esquerda, e Hasil, pela direita, tinham total liberdade para criar.
Na prática, todos faziam de tudo,
demonstrando uma capacidade de entendimento do jogo que poucos jogadores
demonstraram na história do futebol. Apesar de van Hanegem, conhecido como De Kromme (o encurvado) mostrar,
usualmente, maior habilidade que seus companheiros, os outros dois se
equiparavam a ele com sua enorme qualidade de passe e visão de jogo.
À frente, um poderoso trio de
atacantes de características distintas assombrava os marcadores adversários. Ao
infernal Coen Mouljin (foto), cotado por muitos como o maior jogador da história do
Feyenoord (onde atuou por 17 anos) e membro da Seleção Holandesa de todos os
tempos eleita por Johan Cruyff, juntaram-se a velocidade e destreza de Henk
Wery
e a fome de gols e instinto devorador do matador sueco Ove Kindvall. Sobre
Mouljin, diz-se que jogava com instinto e há quem se arrisque a falar que,
individualmente, o craque era comparável ao mito Cruyff.
Wery era uma flecha pelo flanco
destro; Mouljin era o showman do lado
esquerdo; e Kindvall, pelo centro, protagonizava as cenas de maior êxtase nas
arquibancadas. Um trio de qualidades que, combinadas, parecia ter o encaixe
perfeito. Coube ao goleador escandinavo – que já se tornara o primeiro
artilheiro estrangeiro do Campeonato Holandês – a autoria do gol do título mais
celebrado pelo torcedor do Feyenoord, o da UEFA Champions League.

Orientando a equipe, tal como um maestro,
Ernst Happel (foto) elevou a orquestra Feyenoord ao patamar dos gigantes do futebol
europeu. Se já era, nacionalmente, um grande time na década de 60, obtendo muitos êxitos, se
confirmou gigante na esfera continental na temporada 1969-1970. O austríaco conferiu sua marca ao
time projetado pelo treinador Ben Peeters e criou um time dos sonhos: sólido
defensivamente; criativo no meio; impetuoso no ataque. Em síntese: um escrete eterno.

Ficha técnica de alguns jogos
importantes no período:
Oitavas de finais da UEFA
Champions League: Feyenoord 2×0 Milan
Estádio De Kuip, Roterdã

Árbitro: Hans-Joachim Weyland

Público 62.782

Gols: ‘6 Jansen e ’81 van Hanegem (Feyenoord)

Feyenoord: Treytel; Romeijn, Israel, Laseroms,
Duivenbode; Jansen, Hasil, van Hanegem; Wery, Kindvall e Moulijn. Téc.: Ernst
Happel

Milan: Cudicini; Maldera; Anquilletti, Schnellinger,
Rosato, Santin; Fogli (Rognoni); Sormani; Prati, Lodetti, Combin (Golin). Téc.:
Nereo Rocco
Semifinal da UEFA Champions
League: Feyenoord 2×0 Legia Varsóvia
Estádio De Kuip, Roterdã

Árbitro: Kevin Howley

Público 63.000

Gols: ‘3 van Hanegem e ’31 Hasil (Feyenoord)

Feyenoord: Treytel; Haak, Israel, Laseroms,
Duivenbode; Jansen, Hasil, van Hanegem; Wery, Kindvall e Moulijn. Téc.: Ernst
Happel

Legia: Grotynski; Stachurski, Trzaskowski,
Zygmunt; Z. Blaut, B. Blaut, Zmijewski; Brychczy Pieszko, Denya, Gadocha. Téc.:
Edmund Zientara

Final da UEFA Champions League: Feyenoord 2×1
Celtic
Estádio Giuseppe Meazza, Milão
Árbitro: Concetto Lo Bello
Público 53.187

Gols: ’30 Tommy Gemmell (Celtic); ’31 Israel e ‘117
Kindvall (Feyenoord)

Feyenoord: Graafland; Romeijn (Haak), Israel,
Laseroms, Duivenbode; Jansen, Hasil, van Hanegem; Wery, Kindvall e Moulijn.
Téc.: Ernst Happel

Celtic: Williams; Hay, McNeill, Brogan,
Gemmell; Murdoch, Auld (Conelly); Johnstone, Hughes, Wallace, Lennox. Téc.:
Jock Stein

Sem Resultados

  1. Unknown disse:

    Grande time holandês! Sou fã do futebol deste país.

  2. Unknown disse:

    Nunca pensei que você feyernood teria Champions e mundial de clube.meus sentimentos de orgulho ,eu como Brasileiro fiquei de boca aberta.

  3. Unknown disse:

    Com craques da austria da suecia e principalmente da holanda o bruxo ernst happel criou o seu carrossel duelando palmo a palmo com o ajax numa rivalidade absurda.na final da champions de 70 o celtic era favorito mas a escola holandesa se sobresaiu e no mundial contra o violento estudiantes o feyenoord sobreviveu a uma guerra empatando na argentina e ganhando em casa.o autor do gol do mundial van daele jogava de oculos e no primeiro jogo os malucos do estudiantes o quebraram mas ele foi achado e esta hoje no museu do clube de rotterdam.

  4. Unknown disse:

    Parabéns ! Sou nostágico torcedor do futebol Holandes desde a Copa de 1978 na Argentina ,quando eu tinha 7 anos ,vi os jogos daquela copa já sem Cruiff ,seu craque maior . O futebol holandes é um exemplo de futebol ofensivo.
    Grande abraço .

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *