Times de que Gostamos: Estrela Vermelha 1990-1991

Em pé: Stojanovic, Belodedici,  Prosinecki, Mihajlovic, Najdoski, Marovic;
Agachados: Jugovic, Savicevic, Pancev, Binic, Sabanadzovic.
Time: Estrela Vermelha
Período: 1990-1991
Time Base: Stojanovic;
Sabanadzovic, Belodedici, Radinovic (Najdoski), Marovic; Jugovic, Mihajlovic,
Prosinecki, Savicevic; Pancev e Binic. Téc.: Ljupko Petrovic
Conquistas: Campeonato Iugoslavo,
Copa da Iugoslávia, UEFA Champions League, Intercontinental

Segundo e último time do Leste
Europeu
a conquistar a UEFA Champions League, o Estrela Vermelha, que, à época,
ainda pertencia à Iugoslávia, congregou um grande número de talentos de
diversas etnias eslavas
. Kosovares, Montenegrinos, Bósnios, Sérvios, Croatas,
Albaneses, Macedônios e até um Romeno (de origem sérvia) fizeram com que o time
tivesse uma formação que uniu as boas características que distinguem os povos
da Europa Oriental, sempre conhecidos por sua apurada técnica.

A trajetória continental dos Crveno-beli envolveu confrontos contra o
Grasshoppers Zürich, campeão Suíço, o Rangers, escocês, o Dynamo Dresden, do
Alemão Oriental (a segunda partida teve de ser suspensa em função de interferências da torcida alemã), o Bayern de Munique, do Alemão, e o Olympique de Marseille,
Francês e que havia eliminado o último campeão, o Milan. A final, em Bari, seguiu uma tendência histórica e foi muito dura e tensa, tendo sido decidida apenas nas
disputas penais – pela quarta vez na história da Champions.

Posteriormente, o esquadrão
iugoslavo ainda venceria o Colo Colo, até hoje o único campeão da Copa
Libertadores da América vindo do Chile, no Intercontinental disputado em
Tóquio.
Capitão e uma das referências do
time, Stevan Stojanovic (foto) era o goleiro. Lembrado por ter sido um excepcional
pegador de pênaltis, reafirmou sua fama na final da competição, defendendo a
cobrança de Manuel Amoros e deixando o Estrela Vermelha em condições de
conquistar seu primieiro e único título continental. Não obstante, também é
lembrado por um frango contra o Bayern de Munique, ocasião em que a bola passou
no meio de suas pernas. Ao final da competição, saiu para o Royal Antwerp,
passando o bastão para Zvonko Milojevic, que foi o titular no Japão.

Polivalente, Refik Sabanadzovic
era o responsável pela cobertura do lado direito. Defensor eficiente, podia
atuar pela lateral destra, zaga e como volante, sempre com muita consistência.
Após a conquista do título europeu, fez história com a camisa do AEK Athens e
chegou a defender a Seleção Iugoslava em algumas ocasiões. Pela faixa oposta,
Slobodan Marovic (foto) era outra figura segura, bastante discreta, mas utilíssima,
sendo capaz de jogar em qualquer função da primeira linha de defesa.

A zaga tinha em Miodrag
Belodedici
(foto) seu grande expoente. Apelidado de “Cervo”, em função de sua elegante
capacidade de desarme, após conquistar a UEFA Champions League de 1985-1986 com
o Steaua Bucareste, se tornou o primeiro jogador a vencer a competição por duas
equipes diferentes, tendo feito parte, ainda, da surpreendente Seleção Romena
de 1994. No time iugoslavo, compartia o setor com outro defensor, que variava
entre Dusko Radinovic e Ilija Najdoski, ambos capazes de atuar na lateral
esquerda, dotados de razoável técnica e, a despeito da baixa estatura de
Radinovic (1,76m), muito bons no jogo aéreo.
Do meio-campo ao ataque, a equipe
era só talento. 
Na proteção da defesa e contenção, Sinisa Mihajlovic possuía uma das mais raras características do futebol: a união de
qualidade defensiva e técnica para desenvolver o jogo. Excepcional cobrador de
faltas – um dos melhores da história –, era outra figura polivalente, sendo útil
na lateral esquerda e na zaga, mas sempre tendo importância ofensiva, com excepcionais
lançamentos. Posteriormente, fez história no futebol italiano, defendendo as
camisas de Roma, Sampdoria, Lazio e Inter. É, ainda, o jogador que mais gols de
falta marcou na Serie A Italiana, com 28 tentos, ao lado de
Andrea Pirlo.

Logo à frente, dois
meio-campistas jogavam e faziam o time jogar. Se, pelo lado direito, Vladimir
Jugovic
assombrava pelo estilo cerebral de jogo, com excepcional qualidade de
passe, visão de jogo e classe na organização, pela faixa canhota, Robert
Prosinecki
(foto) mostrava que, no futebol, não há limites para a criatividade.
Habilidosíssimo, era insinuante, driblador e veloz. Ambos brilharam,
posteriormente, em grandes equipes como Juventus, Lazio e Inter – no caso de
Jugovic – e Real Madrid e Barcelona – caso de Prosinecki. Com a participação
dessas figuras, o trio ofensivo não tinha do que se queixar.
Livre para municiar a dupla de
atacantes, Dejan Savicevic era outra figura de grande talento. Criado nas
quadras de futsal, se tornou um atleta dono de grande controle de bola, dribles curtos e
habilidade, demonstrando extrema qualidade para decidir e servir a dupla de atacantes. Após
o título, marcou seu nome na história do Milan, conquistando muitos títulos
entre 1992 e 1998.

No comando do ataque, Darko
Pancev
(foto) era um goleador prolífico, um típico matador. Junto com Savicevic e
Lothar Matthäus, ocupou o segundo lugar no Ballon D’Or de 1991, conquistando,
ainda, a Chuteira de Ouro da Europa, prêmio recebido em função de seus 34 gols
na temporada, recorde no continente. Apesar da estatura nada imponente (1,75m)
tinha excelente aproveitamento no cabeceio. Seu companheiro, Dragisa Binic, não
tinha tanto talento, mas era oportunista. Conhecia, como poucos de seu tempo, a
pequena área adversária, sendo também lembrado pela eficiência de seus chutes e
por sua curiosa cambalhota ao comemorar gols. Inesperadamente, nenhum dos dois teve
muito sucesso após deixar o clube.

O regente da ópera Estrela
Vermelha era Ljupko Petrovic (foto), uma das grandes referências do futebol do Leste
Europeu, sobretudo na Iugoslávia e Bulgária. Após criar a equipe e conduzi-la à
glória máxima do continente europeu, deixou o clube, sendo substituído por
Vladimir Popovic, ex-jogador do time na década de 60 e responsável por conduzir
o time à vitória contra o Colo-Colo. Outras peças importantes nesse período foram o defensor Goran Vasilijevic, o meia Milorad Ratkovic e o meia-atacante Vlada Stosic.

Ficha Técnica de alguns jogos
importantes nesse período:
Semifinal da UEFA Champions
League: Bayern de Munique 1×2 Estrela Vermelha
Estádio Olímpico, Munique
Árbitro: Hubert Forstinger

Público 66.000

Gols: ’23 Wohlfarth (Bayern); ’45 Pancev e ’70 Savicevic
(Estrela Vermelha)

Bayern: Aumann; Reuter, Kohler, Augenthaler,
Pflünger; Schwabl, Effenberg, Thon (Ziege); Bender (Strunz), Wohlfarth e Brian Laudrup.
Téc.: Jupp Heynckes

Estrela Vermelha: Stojanovic, Marovic,
Belodedici, Najdoski, Radinovic; Jugovic, Mihajlovic (Stosic), Prosinecki,
Savicevic; Pancev e Binic (Tosic). Téc.: Ljupko Petrovic
Final da UEFA Champions League:
Estrela Vermelha 0(5) x 0(3) Olympique de Marseille
Estádio San Nicola, Bari
Árbitro: Tullio Lanese
Público 58.000
Pênaltis: Prosinecki, Binic,
Belodedici, Mihajlovic e Pancev marcaram (Estrela Vermelha); Casoni, Papin,
Mozer marcaram, Amoros perdeu (Olympique)
Estrela Vermelha: Stojanovic;
Sabanadzovic, Belodedici, Najdoski, Marovic; Jugovic, Mihajlovic, Prosinecki,
Savicevic (Stosic); Pancev e Binic. Téc.: Ljupko Petrovic



Olympique: Olmeta; Casoni, Boli,
Mozer, Di Meco (Stojkovic)); Amoros, Fournier (Vercruysse), Germain, Pelé,
Waddle; Papin. Téc.: Raymond Goethals

Final do Intercontinental:
Estrela Vermelha 3×0 Colo Colo
Estádio Nacional, Tóquio
Árbitro: Kurt Röthlisberger
Público 62.064
Gols: ’19 e ’58 Jugovic e ’72 Pancev
(Estrela Vermelha)
Estrela Vermelha: Milojevic;
Vasilijevic, Belodedici, Najdoski, Radinovic; Jugovic, Mihajlovic, Stosic,
Ratkovic; Savicevic e Pancev. Téc.: Vladimir Popovic



Colo Colo: Morón; Garrido,
Margas, Vilches, Ramirez; Mendoza, Salvatierra (Dabrowski), Barticciotto,
Pizarro; Martínez (Rubio) e Yañez. Téc.: Mirko Jozic

Sem Resultados

  1. Unknown disse:

    Pouquíssimas vezes vi um conteúdo futebolístico tão rico na internet… Parabéns pela iniciativa!

  2. Wladimir Dias disse:

    Muito obrigado, amigo!

  3. Unknown disse:

    Que esquadrao do meio pra frente sobrava craque especialmente savicevic conhecido como o genio.assisti a final do mundial contra o colo colo na globo de madrugada foi um passeio e os chilenos nao viram a bola.pena que a iugoslavia entrou em guerra em 92 e se dividiu pois esses craques mais os croatas iriam fazer sucesso nas copas de 94 e 98.poderia ter sido a melhor iugoslavia da historia.

  4. Rei do rio disse:

    Melhor conteùdo històrico do futebol que eu ja li pela internet.
    parabèns eu ja conhecia o estrela vermelha e alguns jogadores mais me aprofundei aqui sensacional, parabèns.

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