Times de que Gostamos: Borussia Mönchengladbach 1974-1977

Após lembrar o fantástico time do
Estrela Vermelha, da temporada 1990-1991, trato do grande Borussia
Mönchengladbach de meados da década de 70, que, comandado pelo histórico Udo
Lattek, ditou o ritmo do Futebol Alemão.
Em pé: Jensen, Wimmer, Wittkamp, Heynckes, Schäffer, Klinkhammer.
Agachados: Danner, Simonsen, Del’Haye, Kleff, Vogts, Köppel, Bonhof

Time: Borussia Mönchengladbach

Período: 1974-1977

Time Base: Kleff (Kneib); Vogts, Stielike (Schäffer), Wittkamp,
Klinkhammer; Wimmer, Bonhof, Danner (Wohlers/Kulik), Jensen (Köppel); Allan
Simonsen e Jupp Heynckes.
Téc.: Hennes Weisweiler e Udo Lattek
Conquistas: Tricampeonato Alemão e Copa da UEFA

O início da década de 70 revelou
um quadro até então desconhecido no panorama do futebol mundial.
O Bayern de
Munique, hoje uma potência global, conquistou o tricampeonato europeu e pela
primeira vez em sua história dominou as ações no cenário germânico, com uma
esquadra poderosíssima, composta por jogadores da categoria de Paul Breitner,
Sepp Maier e do inesquecível Franz Beckenbauer. No entanto, na esfera doméstica, seu lugar foi
destituído por outra equipe de veloz evolução: o Borussia Mönchengladbach.
Com três títulos alemães, em
sequência, entre 1974 e 1977, uma UEFA Cup e um vice-campeonato europeu
, os Fohlen interromperam a
hegemonia de seus rivais bávaros e consagraram uma equipe fortíssima, cuja qualidade
era tão grande que permitia uma série de variações táticas e dificultava uma
boa leitura de jogo por parte de seus rivais. Curiosamente, o trabalho em
Gladbach foi iniciado por Hennes Weisweiler e continuado por Udo Lattek, o
grande responsável pela montagem das engrenagens do poderoso Bayern do início
da década.

Leia também: Times de que Gostamos: Bayern de Munique 1973-1976

Nas quatro linhas, havia,
sobretudo, dois jogadores que se destacavam como os grandes pilares da equipe:
na defesa, Berti Vogts, defensor multifuncional e reconhecido por sua
determinação e virilidade; e no ataque, Jupp Heynckes, atacante completo e
prolífico, um verdadeiro craque.

Se no início da década, o time já
havia conquistado um título alemão, quando ainda contava com o excepcional Günter
Netzer
– que foi vendido ao Real Madrid em 1973 –, em meados do referido
período, o time alcançou sua melhor forma e foi dominante.

No início do período vitorioso,
ainda sob o comando de Weisweiler, o Borussia tinha em sua meta o arqueiro Wolfgang
Kleff
(foto), que, como é comum da Alemanha, era muito bom. Com mais de 300 jogos pela
equipe, foi titular entre 1969 e 1976 e chegou a ganhar oportunidades na
Seleção Alemã, no entanto, como concorria com o mito Sepp Maier, não chegou a
ter muitas chances. Em meados da década de 70, Kleff foi substituído por
Wolfgang Kneib, goleiro contratado junto ao modesto SV Wiesbaden e que disputou
112 partidas pelo Borussia no Campeonato Alemão, entre os anos de 1976 e 1980.

O setor defensivo era um dos
pontos mais fortes da equipe, mas é difícil defini-lo. Todos os membros do
setor possuíam qualidades que lhes permitiam atuar em qualquer região da
retaguarda e até mesmo do meio-campo. Figuras dotadas de grande inteligência,
Berti Vogts (foto), Uli Stielike, Hans Klinkhammer, HansJürgen Wittkamp, Frank
Schäffer
e Horst Wohlers tinham suas características próprias, mas possuíam uma
incomum versatilidade.

Vogts, campeão mundial em 1974,
era opção pela lateral direita, pela zaga central e como líbero; Stielike (foto) começou sua carreira na zaga central e se transformou em um brilhante
meio-campista e líbero, passando, posteriormente pelo Real Madrid e
atuando durante uma década pela Seleção Alemã; Klinkhammer atuava pela lateral
esquerda, mas também se encaixava na zaga; enquanto Wittkamp, Schäffer e Wohlers
eram grandes opções tanto para a zaga. como líberos ou na contenção, atuando
como volantes. Todos tinham em comum a qualidade para ler o jogo, o que
permitia aos treinadores Weisweiler e Lattek promoverem muitas alterações táticas, conforme a necessidade.

Vale a lembrança de que Vogts,
jogador afamado por ter parado Johan Cruyff na final da Copa do Mundo de 1974, defendeu
apenas o Borussia Mönchengladbach em toda a sua carreira, entre 1965 e 1979.
Na prática, o time atuava em um
diferenciado 3-4-3, mas é arriscado cravar este como o esquema tático predominante
naquela grande equipe, que podia atuar em um 4-3-3, um 5-2-3, um 5-3-2, ou até
mesmo em um 4-4-2 tradicional, dada a qualidade de seus jogadores e suas
mentalidades.
O meio-campo contava com outras
figuras muito inteligentes e versáteis. Titular da Seleção Alemã de 1974, Herbert
Wimmer
(foto) era um construtor de jogo que podia atuar em qualquer das faixas do
meio-campo e fazia o papel de coadjuvante como poucos, sempre com interminável
fôlego, que lhe rendeu o apelido de “Pulmão de Ferro”.
Além dele, havia a presença do
bom Rainer Bonhof (atual vice-presidente do clube) outro jogador capaz de fazer
todas as funções do meio-campo. Sua rapidez e qualidade de passes, tanto curtos quanto longos, auxiliava na fluidez do jogo da
equipe, que tinha no jogador ainda uma ótima alternativa para decidir partidas:
a boa finalização de média distância.

Por fim, normalmente, o meio-campo dos Fohlen tinha Dieter Danner, jogador que
não tinha a mesma qualidade de seus companheiros, mas fazia papel semelhante,
com qualidade. É também lembrado pelas várias lesões com as quais conviveu em
sua carreira.

À frente, no ataque, estava o
maior craque da esquadra: Heynckes (foto). Habilidoso, rápido e goleador, atuava em
qualquer faixa do ataque. Terceiro maior artilheiro da história do Campeonato
Alemão, atrás de Gerd Müller e Klaus Fischer, é lembrado por muitos como o
maior jogador da história do clube e foi o grande nome da conquista da UEFA Cup
de 1975, marcando um hat-trick na
final, contra o Twente. 
No total, atuou mais de 400 vezes pelo clube, marcando
quase 300 gols, que o colocam com o maior artilheiro da história do clube. Além disso, é outro campeão mundial de 1974, todavia sem grande protagonismo.
Pelo lado esquerdo do ataque,
Allan Simonsen foi um parceiro e um jogador brilhante. Dinamarquês, foi eleito,
em 1977, o melhor jogador do mundo, recebendo o Balon D’or, prêmio oferecido
pela revista France Football. Veloz e técnico, saia-se muito bem atuando pelas
pontas e era um assistente muito eficaz. 
Além dele, em grande parte do tempo, o
Borussia teve Henning Jensen, outro dinamarquês, na frente – especificamente,
pelo lado direito. Outro jogador habilidoso, marcava muitos gols e era peça
chave na rotação constante dos atacantes da equipe. Em 1976, foi vendido ao Real
Madrid.

No comando da equipe, Weisweiler
foi o responsável por montar a estrutura do mais vitorioso time que os Fohlen já tiveram em sua história, ao
passo que Udo Lattek  (foto) garantiu que o excepcional time continuasse evoluindo, o
que fez com brilhantismo. Além disso, os treinadores contaram com alguns
jogadores úteis, além dos já citados. O defensor Wilfried Hannes, os meias
Herbert Heindenreich, Christian Kulik e Horst Köppel e o atacante Kalle Del’Haye
compunham com grande qualidade o elenco germânico.


Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:

Final da UEFA Cup 1974-1975: Twente 1×5 Borussia Mönchengladbach

Diekman Stadion, Enschede

Árbitro: Paul Schiller

Público 21.000

Gols: ‘2 e ’86 Allan Simonse, ‘9, ’50 e ’60
Jupp Heynckes (Borussia); Epi Drost (Twente)

Twente: Groß; Drost; Ierssel, Overweg,
Oranen; Bos (Mühren), Thijssen, Pahlplatz (Achterberg), van der Vall; Jeuring e
Zuidema. Téc.: Antoine Kohn

Borussia: Kleff; Vogts, Wittkamp, Surau
(Schäffer), Klinkhamer; Wimmer (Köppel), Bonhof, Danner; Jensen, Simonsen e
Heynckes. Téc.: Hennes Weisweiller

8ª rodada do Campeonato Alemão 1975-1976: Borussia Mönchengladbach 4×1
Bayern de Munique

Bökelbergstadion, Mönchengladbach

Árbitro: Ferdinand Biwersi

Público 34.500

Gols: ’15 Stielike, ’56 Simonsen, ’64 Danner
e ’81 Jensen (Borussia); ’75 Marek (Bayern)

Borussia: Kleff; Vogts, Wittkamp, Stielike
(Köppel), Klinkhammer; Wimmer, Bonhof (Schäffer), Danner; Jensen, Simonsen e
Heynckes. Téc.: Udo Lattek

Bayern: Maier; Kapellmann (Weiß),
Schwarzenbeck, Beckenbauer, Horsmann; Schuster, Zobel, Dürnberger; Torstensson,
Wunder, Rummenigge (Marek). Téc.: Dettmar Cramer

13ª rodada do
Campeonato Alemão 1976-1977: Borussia Mönchengladbach 2×0 Schalke 04

Bökelbergstadion, Mönchengladbach

Árbitro: Herbert Lutz

Público 34.500

Gols: ’38 Wittkamp e ’78 Heynckes
(Borussia)

Borussia: Kneib; Vogts, Schäffer, Wohlers,
Klinkhammer; Wittkamp, Köppel (Hannes), Bonhof; Simonsen, Heynckes, Del’Haye (Heindenreich).Téc.:
Udo Lattek

Schalke 04: Maric; Sobieray (Gede), Rüssmann, Fichtel, Thiele; Lütkebohmert
(Kremers), Bongartz, Oblak; Abramczik, Fischer, Kremers. Téc.: Rausch

Final da UEFA
Champions League de 1976-1977: Liverpool 3×1 Borussia Mönchengladbach
Estádio Olímpico, Roma
Árbitro: Robert Wurtz

Público 57.000

Gols: ’28 McDermott, ’64 Smith e ’82
Neal (Liverpool); Simonsen (Borussia)

Liverpool: Ray Clemence; Phil Neal, Tommy
Smith, Emlyn Hughes, Joey Jones; Ian Callaghan, Jimmy Case, Terry McDermott,
Ray Kennedy; Steve Heighway e Kevin Keegan. Téc. Bob Paisley

Borussia: Kneib; Vogts, Wittkamp,
Klinkhammer; Bonhof, Schäffer, Wohlers (Hannes), Stielike; Wimmer (Kulik) Heynckes
e Simonsen. Téc. Udo Lattek

Sem Resultados

  1. Unknown disse:

    Pra esse borussia so faltou a champions na epoca pois o resto ganharam tendo meia selecao no elenco.lembrando que eles jogaram o mundial em 77 contra o boca pois o liverpool campeao europeu nao quis.o mais incrivel que o borusdia empatou 2 a 2 na argentina pra perder de 3 a 0 na alemanha.

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