Times de que Gostamos: Boavista 2000-2001
da Real Sociedad do início dos anos 80, trago um pouco da história do último campeão português não pertencente ao
grupo dos três maiores do país, o Boavista, da temporada 2000-2001.
Em pé: Ricardo, Litos, Pedro Emanuel, Rui Bento, Duda, Sánchez; Agachados: Quevedo, Frechaut, Silva, Petit e Martelinho. |
Time: Boavista
(Quevedo); Petit, Rui Bento, Martelinho, Sánchez, Duda; Silva (Whelliton).
Téc.: Jaime Pacheco
55 anos passaram-se entre as temporadas de 1945-46 e 2000-2001 – uma mera e
óbvia questão matemática, certo? Errado se estivermos falando do contexto do
futebol português. No longínquo ano de 1946, o Belenenses conquistou o
Campeonato Português pela única vez em sua história e, até 2001, os lusos
viram uma tríade famosa conquistar todos os títulos nacionais, algo que só
foi rompido, e por apenas um breve ano, na referida temporada 2000-2001,
quando o Boavista subiu ao posto mais alto do futebol lusitano, superando seu
rival, o Porto.
a melhor defesa da competição, meio-campistas que aliavam força e
técnica e atacantes goleadores, em grande medida responsáveis pelo
segundo melhor ataque da competição, o Boavista conquistou um dos títulos mais emocionantes da história
recente de Portugal, alcançando um ponto a mais que os Dragões e só
soltando o grito de campeão na penúltima rodada.
campanha titubeante do Benfica, que terminou com a pior temporada da
história do clube, na sexta posição, e um desempenho também abaixo do
esperado do Sporting, que havia sido o último campeão e chegava para a
temporada reforçado, com figuras como Rodrigo Tello, Pavel Horvarth,
Rodrigo Fabri, Phil Babb e os internacionais portugueses João Pinto e
Paulo Bento.
boavisteiros em algumas ocasiões, em razão de a liga ter sido presidida
por Valentim Loureiro, ex-presidente do Boavista, – algo que não
entraremos no mérito –, são evidentes os méritos desportivos do clube
alvinergro para a conquista do título inédito e de certa forma inesperado
da equipe portuense.
Ricardo, titular do camaronês William Andem, que teve
passagem pelo futebol brasileiro, onde vestiu as camisas de Cruzeiro e
Bahia. Na temporada em foco, o arqueiro português mostrou porque era a
figura que sucederia Vítor Baía na Seleção Portuguesa, defendendo-a nas
Eurocopas de 2004 e 2008 e na Copa do Mundo de 2006, sendo lembrado por seus
grandes reflexos e capacidade de defender penalidades. Com mais de 200 jogos
pelo clube, é uma das figuras mais celebradas do passado recente do
Boavista.
pela direita, e o brasileiro Erivan, pela faixa canhota. Nenhum dos
dois obteve grande destaque, mas na temporada não comprometeram. O segundo,
particularmente, nunca contou com a confiança da torcida do clube, que
acusava-o de muito falhar defensivamente e de ser irresponsável. O francês
Willian Quevedo, lembrado por sua dedicação ao clube, era então o
titular da lateral esquerda, mas, lesionado, perdeu a maior parte da
temporada.
do clube, mas profissionalizado no Campomaiorense e recontratado em 1995
junto ao Rio Ave, e por Pedro Emanuel, beque que teve história
parecida com a de seu parceiro, sendo recomprado em 1996, após passagem pelo
Penafiel.
tendo dito em ocasião ao jornal AS que: “No campo não tenho amigos. Me transformo. Há vezes em que nem eu me
reconheço em campo, mas é necessário. Não significa que tenha que causar
dano a ninguém, mas não me acovardo. Se Litos tem que jogar feio, joga
feio”. Pedro Emanuel, por sua vez, era mais tranquilo e herdou a braçadeira de
capitão quando seu companheiro partiu para o Málaga. Ambos foram ícones e
grandes líderes da equipe.
lateral direita e o setor de contenção, foi Nuno Frechaut, então
um promissor e versátil defensor português.
mais eficientes da equipe e possuía um jogador de grande categoria:
Petit, torcedor assumido do clube. Incansável na marcação,
dedicado como poucos e muito capacitado para fazer a transição
ataque-defesa, o volante era o coração do Boavistão, um verdadeiro motor.
volante que foi zagueiro durante muito tempo e era mais voltado para a
marcação, embora fosse dotado de boa técnica e já experiente à época. É
também lembrado por uma comparação exagerada e absurda com Franco Baresi e por ter sido alvo de muita expectativa no início de sua
carreira, que não se cumpriu.
No setor de criação, um dos maiores jogadores bolivianos de todos os tempos
era o principal responsável pela distribuição das bolas e armação das
jogadas: Erwin Sánchez, também lembrado como o “Platini Boliviano”.
Jogador habilidoso, excelente finalizador e dono de visão de jogo
privilegiada, Sánchez marcou gols importantes durante a campanha vitoriosa
dos Axadrezados e viveu uma de suas melhores formas da carreira,
apesar de já estar com 30 para 31 anos naquela instância.
dedicou quase a carreira inteira ao Boavista, o português
Martelinho era uma grande opção de velocidade e também se
firmou como um talismã da equipe na temporada, em função de alguns gols
marcados em situações difíceis, como um tento contra o Sporting CP, aos 89
minutos de jogo.
No centro do ataque, o brasileiro Elpídio Silva, ou simplesmente
Silva, era o centroavante, o goleador. Apelidado de
Pistoleiro, tinha porte físico avantajado e presença de área. É
lembrado com carinho em Porto, tendo sido o artilheiro do Boavista na
campanha vencedora de 2000-2001, com 11 gols marcados em 21 jogos.
Fazendo-lhe companhia e caindo pelas beiradas atuava outro
brasileiro: Duda, jogador que passou sem qualquer destaque
por Benfica e Porto, mas marcou seu nome na história das
Panteras Negras, clube em que viveu a melhor forma de sua carreira,
tendo sido o vice-artilheiro do clube na liga de 2000-2001, com 10 tentos.
43 anos e ainda virgem de títulos. O curioso é que o treinador guarda um
passado, como jogador, ligado ao rival do Boavista, o Porto. Além dos nomes
citados, como opções importantes, o Boavista tinha o meio-campo brasileiro
Geraldo, o atacante Whelliton e os meio-campistas
lusos Pedro Santos e Jorge Couto.
Bento, Geraldo, Jorge Couto (Martelinho), Sánchez; Duda (Gouveia)
e Whelliton (Demétrius). Téc.: Jaime Pacheco
Guiaro, Ricardo Rojas; Maniche, Poborsky (Miguel), Sabry (João Tomás);
Carlitos, Van Hooijdonk. Téc.: José Mourinho
Petit, Martelinho, Sánchez (Pedro Santos); Duda (Geraldo)
e Whelliton (Quevedo). Téc.: Jaime Pacheco
Jorge Andrade, Esquerdinha; Carlos Paredes, Chaínho (Deco), Paulinho Santos;
Capucho, Domingos, Folha. Téc.: Fernando Santos
Bento, Petit, Martelinho, Pedro Santos (Sánchez); Duda (Jorge Silva) e Silva
(Whelliton). Téc.: Jaime Pacheco
Paulo Bento, Hugo (Chiquinho), Pedro Barbosa; Sá Pinto (Mpenza), João Pinto,
Beto Acosta (Rodrigo Fabri). Téc.: Manuel Fernandes
Um reparo:
Onde se lê "equipe portista" dever-se-ia ler "equipe portuense" porque portista é relativo ao futebol clube do Porto e portuense é alguém relativo à cidade do Porto.
Obrigado pelo artigo. 😉
Obrigado por comunicar o erro, será feita a correção!