Times de que Gostamos: Basel 2011-2012
Em pé: Alexander Frei, Xhaka, Streller, Abraham, F. Frei, Sommer; Agachados: Dragovic, Cabral, Park, Steinhofer, Shaqiri |
Equilibrado, o
time do Basel da temporada 2011-2012 foi um daqueles exemplos raros de boa, e
sábia, mistura de jogadores jovens e experientes na mesma equipe. De um lado
novos talentos, como Xherdan Shaqiri, Granit Xhaka e Yann Sommer, do outro,
figuras experimentadas, como Benjamin Huggel, Marco Streller e Alexander Frei.
No campo, um futebol de boa gestão da bola, muita movimentação e técnica levou
a equipe ao sonho, pena que na hora da decisão a equipe tenha dormido no ponto.
a UEFA Champions League, mas, desafortunadamente, sorteada para o mesmo grupo
de Manchester United e Benfica – além do modesto Otelul Galati, da Romênia – a equipe
estava fadada ao insucesso. Lutaria pela terceira colocação para descer à Europa
League. Doce e saboroso engano. Na segunda fase da melhor competição de clubes do
mundo, não se viu o Manchester United (!). Com um empate na Inglaterra, e uma
vitória em seus domínios, o Basel se superiorizou aos Red Devils, passando à fase seguinte junto com o Benfica.
feito suficiente sucesso, na partida de ida das oitavas-de-final, frente ao
poderoso Bayern de Munique, os RotBlau
voltaram a surpreender. Com gol solitário do capitão Streller, os suíços bateram
os bávaros, mas sonharam alto demais, e quanto mais alto se vai… Sim, a volta
à realidade foi dolorosa. 7×0 para o Bayern, na Alemanha. Entretanto, o grande
valor da equipe não poderia ser desconsiderado em decorrência de uma tragédia
desse tamanho, e não o foi. Prova maior disso foi a contratação de Shaqiri
pelos bávaros, ao final da temporada. Estava mais que provado que o clube tinha
muita qualidade.
sobretudo no futebol alemão. Do time base de 2011-2012, apenas Streller e
Fabian Frei seguem no time. Sommer (Borussia Mönchengladbach), Steinhofer (1860
Munich), Dragovic (Dynamo Kyiv), Abraham (Hoffenheim), Park (Mainz 05), Huggel
(aposentado), Xhaka (Borussia Mönchengladbach), Shaqiri (Bayern) e A. Frei (aposentado),
deixaram o clube.
meta, a equipe contava com o jovem arqueiro Yann Sommer (foto), então com 23 anos. Responsável
por suceder o argentino Franco Constanzo, e já jogador de destaque nas Seleções
sub-16, 17, 19 e 21 da Suíça, tinha como
trunfos principais o bom posicionamento, reflexos rápidos e eficiência para
defender pênaltis. Na temporada 2011-2012 foi importantíssimo ao defender duas
penalidades da final da Copa da Suíça, sempre com muito bom humor, fazendo
caras e bocas, e apontando cantos, para atrapalhar seu oponente.
Ofensivos, os
laterais Markus Steinhöfer e Joo-Ho Park (foto) ajudavam muito o ataque da equipe. O
primeiro, dono do flanco direito, frequentemente chega à linha de fundo,
provendo boas assistências para os atacantes e permitindo que Shaqiri, que jogava
mais avançado pelo flanco, pudesse se aventurar pelo centro do campo, em
movimento que lhe é peculiar. Já o lateral esquerdo também avançava muito à
frente. Além disso, tinha como característica as finalizações de média
distância. Apesar de bons com a bola, os dois alas frequentemente deixavam
espaços na defesa.
espaços deixados pelos laterais, esse problema era diminuído por uma qualidade
comum aos dois zagueiros titulares: a velocidade. Jogadores de correto trato
com a bola, o argentino David Abraham fez sólida dupla com o austríaco
Aleksandar Dragovic (foto), ambos detentores de muita vitalidade. Bons no jogo aéreo,
também foram responsáveis por gols importantes na temporada, como na partida
contra o vice-líder do Campeonato Suíço, o Luzern, ocasião em que Abraham
marcou.
centro do campo, atuaram dois jogadores de diferentes características. Mais
restrito à marcação, o experiente Benjamin Huggel foi o principal jogador de
contenção da equipe. Apesar disso, não era limitado à essa função. O volante
sabia avançar no terreno e finalizava com qualidade à distância. Além do mais, era
comumente o escolhido para bater os pênaltis da equipe. Também no setor, mas um
pouco mais avançado, o talentoso Granit Xhaka (foto), hoje titular da Seleção Suíça,
era o principal construtor de jogo. Técnico e dotado de boa visão de jogo, era
vital para a circulação da bola.
Opção aos dois,
Adilson Cabral também era presença frequente na equipe titular. Apesar de mudar
a característica do time, sendo um atleta de condução de bola, dava maior
movimentação à equipe.
jogavam jogadores completamente diferentes. Pela direita, insinuante,
habilidoso, dono de ótimo de chute e extremamente ofensivo, Xherdan Shaqiri (foto) era
peça chave da equipe. Além de ter grande qualidade individual, o jovem também
era o ponto de desafogo da equipe, que sempre o procurava. Sua marca? A
conhecida condução de bola da direita para o centro do campo buscando ângulo
para seu potente chute de canhota. Do outro lado, Fabian Frei era um jogador
mais tático. Bom passador, não era incisivo como Shaqiri, mas equilibrava o
meio-campo da equipe. A opção mais aguda para a faixa canhota era o meia
Valentin Stocker, outro reserva comumente usado.
Avançados, os
experientes Alexander Frei (foto, à dir) e Marco Streller (foto, à esq.) eram os responsáveis pelos gols. Apesar
de ambos serem considerados centroavantes, suas díspares características os
completavam. Mais móvel e dono de excepcional chute, sendo, inclusive, um dos
principais batedores de faltas da equipe, Frei (que é o maior artilheiro da
história da Seleção Suíça, com 42 gols) foi o grande artilheiro da temporada,
com 33 gols. Seu companheiro, apesar do tamanho (1,96 m), não era um jogador fraco tecnicamente, muito
pelo contrário. Além de grande cabeceador (e capitão da equipe), tinha uma perna esquerda de muita
qualidade. Para mais, desempenhava um papel de pivô vital para a equipe,
criando muitas situações de gol para seus companheiros. Na temporada, marcou 18
gols.
planejamento, o Basel, que havia sido treinado durante duas temporadas pelo
alemão Thorsten Fink, apostou em seu antigo auxiliar, Heiko Vogel (atualmente
na base do Bayern de Munique), para dar continuidade ao trabalho. Escolha
acertadíssima, como mostraram os resultados. Além disso, o clube tinha úteis
opções no banco de reservas. Como Cabral e Stocker (foto), opções já tratadas, os
meias Gilles Yapi Yapo e Scott Chipperfield, além do atacante Jacques Zoua, eram
muito importantes para a equipe.
Ficha Técnica de
alguns jogos importantes nesse período:
da UEFA Champions League: Basel 2×1 Manchester United
Cabral, Xhaka (Chipperfield), F. Frei; A. Frei (Kusunga) e Streller. Téc.: Heiko
Vogel
Jones, Park (Macheda); Nani, Giggs, Young (Welbeck); Rooney. Téc.: Alex Ferguson
da UEFA Champions League: Basel 1×0 Bayern de Munique
Park, Basel
(Basel)
Steinhofer, Abraham, Dragovic, Park; Shaqiri (Zoua), Huggel, Xhaka, F. Frei (Stocker);
A. Frei (Cabral) e Streller. Téc.:
Heiko Vogel
(Olic); Robben, Alaba, Ribery (Thomas Müller); M. Gómez. Téc.: Jupp Heynckes
Campeonato Suíço: Basel 3×1 Luzern
Graf
’78 e ’81 A. Frei (Basel); ’68 Ohayon (Luzern)
Steinhofer, Abraham, R. Kovac, P. Degen (Park); Stocker, Huggel (Yapi-Yapo),
Cabral (Xhaka), F. Frei; A. Frei e Streller. Téc.: Heiko Vogel
Thiesson, Sarr, Puljic, Lustenberger; A. Wiss (Hyka); Nelson Ferreira, Renggli (Winter),
Kukeli, Daniel Gygax (Ohayon); D. Lezcano. Téc.: Murat Yakin
Suíça: Basel 1(4)x 1(2) Luzern
Suisse, Berna
Wermelinger
Huggel (Yapi-Yapo), Xhaka, Stocker (Zoua); A. Frei e Streller. Téc.: Heiko
Vogel
(Ohayon), Renggli, Hochstrasser (Gygax); A. Winter, D. Lezcano (Hyka). Téc.:
Murat Yakin