Sunderland, um time movido pela esperança
NO INÍCIO DA TEMPORADA, o torcedor do Sunderland não podia imaginar que o clube viveria novamente dias de muita luta contra o descenso. No final de 2012-13, inspirado pela marcante força e vivacidade do treinador italiano Paolo Di Canio, o time conseguiu se manter na Premier League. As duas vitórias vitais contra o rival Newcastle e o Everton foram suficientes para livrá-lo do rebaixamento.

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Aliviado, mas consciente de suas limitações, o clube foi às compras e trouxe jogadores que, à primeira vista, seriam bons reforços. Da Juventus, veio o selecionável Emanuele Giaccherini, do Liverpool, o bom atacante Fabio Borini, do AZ Alkmaar, o forte centroavante Jozy Altidore e do Swansea City o eficiente meio-campista coreano Sung-Yong Ki. Apesar disso, a equipe também vendeu alguns de seus destaques, como Simon Mignolet e Stéphane Sessègnon.
O campeonato começou e, com ele, fortes emoções. O time teve que esperar nove rodadas para, enfim, comemorar uma vitória — até lá, foram sete derrotas e um empate.
Nesse período, após cair diante do West Bromwich Albion (quinta rodada), a direção dos Black Cats demitiu o controverso Di Canio e contratou o ex-meio-campista uruguaio Gustavo “Gus” Poyet para seu lugar. Seu grande feito? O título da terceira divisão inglesa comandando o Brighton & Hove Albion.

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O início de Poyet foi difícil, sofrendo pesada derrota para o Swansea City na oitava rodada por 4 a 0. Mas, já na partida seguinte, o clube passou a enxergar uma luz no fim do túnel: vitória por 2 a 1 em cima do seu grande rival, o Newcastle. Desde então, o Sunderland diminuiu drasticamente a incidência de derrotas. Mesmo quando as sofreu, vendeu caro, passando a conviver com muitos empates e alguns êxitos, mas apresentando um futebol infinitamente melhor.
Prova de que o time tem qualidade são seus resultados contra Manchester City e Chelsea na Premier League.
No primeiro encontro contra os Citizens, o clube alvirrubro conseguiu vencer por 1 a 0. No segundo, empatou por 2 a 2 e tinha a vantagem até os 88 minutos. Já contra os Blues, foi derrotado na primeira partida por 4 a 3 e, na segunda, bateu o clube londrino por 2 a 1, em Stamford Bridge — no que foi a primeira derrota do Chelsea, em seus domínios, sob o comando de José Mourinho.
Em campo, o trunfo maior é a coletividade, que tem mostrado muita garra na batalha contra o rebaixamento. Ainda assim, há um jogador que tem se destacado muito: Adam Johnson, meia-direita canhoto ex-Manchester City e com passagem pela seleção inglesa. Nesta temporada, marcou oito gols e deu cinco assistências na Premier League.

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Vale ressaltar, ainda, que o Sunderland trouxe alguns bons jogadores na janela de inverno, os quais têm ajudado a compor a equipe e, até mesmo, a dar maior rodagem ao elenco, preservando os titulares. Chegaram os argentinos Óscar Ustari, Santiago Vergini e Ignacio Socco um goleiro, um zagueiro e um atacante. Além deles, outro recém-chegado que tem tido impacto positivo na equipe é o lateral esquerdo espanhol Marcos Alonso, titular.
Ainda na lanterna, o clube tem mais quatro partidas para se salvar. Destas, três acontecerão em seus próprios domínios e duas são contra rivais diretos na briga contra o descenso, Cardiff, 18º colocado, e West Bromwich Albion, 16º colocado. Os outros confrontos serão contra o Swansea City e o Manchester United, único fora de casa.
Rebaixado ou não, o Sunderland chega à reta final do campeonato com honrada performance. Se não joga o mais belo futebol, encanta pela dedicação e perseverança. Sempre apoiados por Poyet, os jogadores estão dando seu melhor e fazendo valer as manifestações dos torcedores, que dizem acreditar em milagres.

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