Como seria a seleção iugoslava em 2013?
FORTE NO PASSADO, a seleção iugoslava não existe como um grande conglomerado de nações desde 1992. Contemplando Sérvia e Montenegro, sobreviveu até 2003, quando, efetivamente, assumiu os nomes combinados dos países até 2006. No imaginário futebolístico, à margem das questões geopolíticas implicadas, é comum que se especule sobre como seria o selecionado extinto se tivesse perdurado. Isso porque, nos Bálcãs, seguem surgindo grandes talentos — à parte de suas diferenças culturais, étnicas e religiosas. Como seria se 23 sérvios, montenegrinos, croatas, eslovenos, macedônios e bósnios se unissem?
Goleiros
Pra defender a meta eslava, a equipe disporia do talento dos sérvios Vladimir Stojković e Željko Brkić, dos croatas, Stipe Pletikosa e Danijel Subašić, do esloveno Samir Handanovič e do bósnio Asmir Begović. Todas essas opções têm qualidade, mas, vindo de uma sequência de bons anos defendendo a Udinese e atualmente na Internazionale, Handanovič é o arqueiro em melhor momento na carreira.
Eleitos: Handanovič (Inter de Milão), Begović (Stoke City) e Brkić (Udinese).
Laterais direitos
Defendendo o flanco direito, o imaginário treinador do selecionado iugoslavo teria como opções o sérvio do Chelsea, Branislav Ivanović, e seu compatriota Antonio Rukavina, bem como a dupla de croatas formada por Darijo Srna e seu reserva Vedran Ćorluka. Todas as opções carregam experiência, e a escolha pelo titular passa por um duelo de estilos. Ivanović é um defensor na melhor acepção da palavra, enquanto Srna é uma arma ofensiva. São os melhores.
Eleitos: Darijo Srna (Shakhtar Donetsk) e Branislav Ivanović (Chelsea).

Foto: Fanny Schertzer
Zagueiros
Compondo o centro da defesa também haveria grandes opções, casos do sérvio Nemanja Vidić, dos também sérvios Neven Subotić, Milan Biševac e do jovem Matija Nastasić. Além deles, há as opções dos croatas, Domagoj Vida e Dejan Lovren; do esloveno Boštjan Cesar. do bósnio Emir Spahić e também dos montenegrino Stefan Savić e Marko Baša. Aqui haveria mescla de experência e juventude, contudo, irremediavelmente, as melhores opções imediatas são Vidić e Subotić.
Eleitos: Nemanja Vidić (Manchester United), Neven Subotić (Borussia Dortmund), Matija Nastasić (Manchester City) e Dejan Lovren (Southampton).
Laterais esquerdos
O lado esquerdo da defesa teria como opções o sérvio Aleksandar Kolarov, o croata Ivan Striniće o esloveno Bojan Jokić. Não há tantas opções qualificadas quanto na direita. Sendo assim, a mais segura seria o sérvio, por possuir mais experiência, e ser muito eficiente no ataque.
Eleitos: Aleksandar Kolarov (Manchester City) e Ivan Strinić (Dnipro).
Volantes
Para compor a proteção da equipe, as principais opções iugoslavas seriam os sérvios Nemanja Matić, Radosav Petrović e Ljubomir Fejsa, o croata Ognjen Vukojević e o esloveno Rene Krhin. Na atualidade, as melhores opções, tanto em desempenho quanto em projeção de carreira, são Matić e Vukojević.
Eleitos: Nemanja Matić (Benfica) e Ognjen Vukojević (Dynamo de Kiev)
Armadores
Articuladores, aquelas figuras de que a Iugoslávia sempre dispôs em quantidade e qualidade, poderiam ser o sérvio Zdravko Kuzmanović, os croatas Luka Modrić, Milan Badelj, Mateo Kovačić, e Ivan Rakitić, além do bósnio Miralen Pjanić. Não há dúvidas: aqui reina Modrić.
Eleitos: Luka Modric (Real Madrid) e Miralen Pjanic (Roma).

Foto: Getty Images
Meias
Os meias ofensivos disponíveis seriam os sérvios Filip Đuričić e Dušan Tadić, o croata Niko Kranjčar, os eslovenos Josip Iličić e Andraž Kirm, o macedônio Darko Tasevski e os bósnios Zvjezdan Misimović e Sejad Salihović. Há jogadores para todos os gostos. Misimović é, provavelmente, o que mais se provou na carreira, sobretudo com o título alemão pelo Wolfsburg, mas não vive o melhor momento. Atualmente, Kranjčar é o mais estável na carreira, enquanto Đuričić e Tadić vêm em crescente e se mostram promissores.
Eleitos: Niko Kranjčar (Queens Park Rangers) e Tadić (Twente).
Pontas
Como o esquema tático mais utilizado no momento é o 4-2-3-1, revela-se necessária a escolha de ponteiros. As escolhas principais recairiam sobre os pés dos sérvios Zoran Tošić, Miralem Sulejmani, Lazar Marković e Dušan Basta, do croata Ivan Perišić, do esloveno Valter Birsa, do montenegrino Simon Vukčević e o bósnio Senad Lulić. A escolha é dura, não há unanimidades e as características são similares.
Eleitos: Lazar Marković (Benfica), Ivan Perišić (Wolfsburg) e Senad Lulić (Lazio).
Atacantes
Talvez a posição com o maior número de opções de ponta, o ataque tem alternativas da qualidade do sérvio Adem Ljajić, dos croatas Nikica Jelavić, Mario Mandžukić, Ivica Olić e Eduardo da Silva, do esloveno Tim Matavž, dos montenegrinos Mirko Vučinić e Stevan Jovetić, dos bósnios Vedad Ibišević e Edin Džeko e do macedônio Goran Pandev.
Eleitos: Mandžukić (Bayern de Munique), Edin Dzeko (Manchester City) e Goran Pandev (Napoli).

Foto: Getty Images
Os titulares: Handanovič; Srna, Vidić, Subotić, Kolarov; Matić; Modrić, Pjanić; Perišić, Mandžukić e Pandev.
Montar uma seleção da antiga Iugoslávia é mais do que um exercício de futebol; é também refletir sobre como as fronteiras, a história e as diferenças culturais impactam o esporte. Dentro de campo, é inegável que esse combinado seria extremamente competitivo, reunindo técnica, força física e muita qualidade tática. É uma equipe que, muito provavelmente, brigaria de igual para igual com qualquer potência mundial, capaz de chegar longe em competições continentais e mundiais.
Tudo permanece no campo da imaginação, já que a realidade geopolítica tornou esse cenário inviável. Ainda assim, para quem ama futebol, pensar nessa seleção é uma viagem fascinante, que une paixão, história e o eterno jogo de “e se”.