Roma e Arsenal: razões para um início promissor em 2013-14
ANTES DO INÍCIO da temporada 2013-14, especialistas apontaram os favoritos a levar o título nacional nos grandes centros do futebol europeu. Na Itália, Juventus e Napoli foram apontados os favoritos. Na Inglaterra o trio Manchester City, Manchester United e Chelsea, de José Mourinho, ficou com a preferência. No entanto, com quase um quarto das partidas disputado a realidade é diversa. Roma e Arsenal fazem ruir convicções, com futebol bonito, eficiente e líder

Foto: Stuart MacFarlane/Arsenal FC via Getty Images
Entender deficiências e supri-las
Há tempos, era flagrante a necessidade de um novo organizador de jogo no elenco do Arsenal. O espanhol Santi Cazorla, opção mais usada na temporada 2012-13, desempenhou o papel bem, mas ali não é seu lugar. A ponta esquerda é onde seu desempenho é potencializado. O tcheco Tomáš Rosický, outra opção, tem momentos de genialidade, mas é instável e se machuca muito. Por isso, após muitas temporadas do lado interno do balcão de vendas e gastando sem convicção, o Arsenal apostou numa contratação pontual e precisa: chegou Mesut Özil, antigo camisa 10 do Real Madrid.
A resposta foi imediata. Jogadores como o centroavante Olivier Giroud ou o meio-campista Aaron Ramsey alcançaram um nível exibicional mais elevado; o promissor Jack Wilshere é cada vez mais consistente. Cazorla pode jogar na sua posição preferida e, agora, tem com quem estabelecer diálogo. Özil é sem dúvida a principal razão para o sucesso dos gunners. Ele é a cola que faltava.
Por sua vez, com variadas necessidades, a Roma apostou em muitos reforços, bem pensados escolhidos a dedo pelo treinador Rudi Garcia, famoso por mudar o Lille de patamar, na França. Com os cofres cheios após as vendas de Marquinhos e Erik Lamela, a Loba pôde montar um bom elenco. Para a vaga do beque brasileiro, chegou Mehdi Benatia, da Udinese. Para a de Lamela, Gervinho, ex-comandado de Garcia no Lille, além da ótima promessa sérvia Adem Ljajić.

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Outra deficiência que o time da Roma possuía era no meio-campo. Para isso chegou o organizador holandês Kevin Strootman, que rapidamente se entrosou com Miralem Pjanic e Daniele De Rossi. A meia cancha romanista ganhou peso e força.
Chegaram também dois jogadores para dar profundidade ao elenco: o goleiro Morgan De Sanctis e o lateral Maicon, reforços de baixo custo, com grande experiência e capazes de resolver problemas pontuais. Equilibrado, o time potencializa o desenvolvimento do jovem Alessandro Florenzi e a manutenção do ídolo e veterano Francesco Totti, que, em grande forma, provoca comoção por um chamado para disputar a Copa do Mundo de 2014.
Os desacertos dos rivais
Enquanto Arsenal e Roma estão voando, seus rivais estão reticentes; cometem tropeços bobos.
Na Inglaterra, Chelsea e Manchester City ainda buscam a sintonia fina, enquanto o United vive péssima fase, no pós-Ferguson. Sem reforços de peso, distanciou-se dos líderes e se afastou da disputa do título. Na altura, quem ameaça os Gunners é o Liverpool, um time até então menos consistente que o Arsenal.
Já na Itália, a favorita Juventus convive com alguns problemas. As especulações quanto ao futuro de Andrea Pirlo, a má fase do mito Gigi Buffon, e os desacertos no ataque após a chegada de Carlitos Tevez, que ainda não emplacou, têm prejudicado o time. A Vecchia Signora não parece a mesma dos anos anteriores. Enquanto isso, o Napoli corresponde e joga bem. Porém, no confronto direto com a Roma não foi páreo para o clube de Capital.

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Milan, Inter, e os demais, seguem abaixo.
A ausência de pressão
Apesar de se tratar de clubes muito grandes, com larga história e vindos de longo período de seca, Arsenal e Roma não geraram grandes expectativas no início da temporada. É surpreendente o rendimento atual dos clubes e o impacto se vê no extracampo: os torcedores estão apoiando incondicionalmente e a mídia está encantada. O resultado não poderia diferente do exibido pelos Gunners nos maravilhosos gols marcados contra o Norwich, em um sonoro 4 a 1.
Arsenal e Roma podem até não ser campeões, mas sua aparição no rol dos candidatos ao título nacional, já pode ser considerada uma vitória.