Por que acompanhar o Campeonato Russo 2013-14?
INGLÊS, ALEMÃO, ESPANHOL, ITALIANO, FRANCÊS… Os principais campeonatos europeus estão de volta. No entanto, não são os únicos a despertar aguçada atenção. Um pouco mais afastado, quase chegando na Ásia, o Campeonato Russo promete grandes emoções na temporada 2013-14. Por que se lá não se encontram os craques mais famosos ou os times com melhor retrospecto no cenário internacional?
A competição é intensa
Diferentemente de outros campeonatos europeus, na Rússia o rol de candidatos ao título é extenso. Não se pode falar na tediosa existência de um duopólio, de uma disputa entre três equipes, no máximo quatro, pelo título. No popular Russão há, no mínimo, seis equipes com potencial técnico para chegar ao topo e conquistar a principal taça nacional.
O CSKA Moscou é o atual campeão, manteve seus destaques, Alan Dzagoev e Keisuke Honda, e contratou o promissor Vitinho, cria das categorias de base do Botafogo. Por outro lado, o ídolo Vágner Love fez as malas e se mandou para futebol chinês.
Desde São Petersburgo, o Zenit é outro que vem com muita força após as contratações de Hulk e Axel Witsel, ainda na temporada 2012-13. Brasileiro e belga eram estrelas autoevidentes no futebol português e chegam com status de jogadores de elite. Ademais, retornaram para a equipe os experientes Anatoliy Tymoshchuk e Andrey Arshavin, bem como chegou o lateral argentino Cristian Ansaldi.
Além disso, apesar de significativa, a saída da referência e antigo capitão Igor Denisov pode acabar sendo positiva para a equipe. O experiente volante, alegadamente, não tinha a melhor relação com alguns jogadores do elenco, notadamente com Hulk.

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O Spartak, outro candidato da capital, promete apresentar um futebol de toque de bola com as chegadas do argentino Tino Costa, ex-Valencia, e de Denis Glushakov, proveniente do rival Lokomotiv. Além disso, tem agora um matador para jogar ao lado de Emmanuel Emenike: o paraguaio Lucas Barrios. Já o Lokomotiv contratou o habilidoso Mbark Boussoufa do agora desmanchado Anzhi e também o experiente volante Lass Diarra, ex-Chelsea e Real Madrid.
Pois bem, expectativas nos clubes citados à parte, a principal novidade para a temporada é o Dinamo Moscou.
A equipe parece decidida a retornar às glórias do passado. O clube gastou mais de 60 milhões de euros em contratações. Chegaram nomes promissores como o de Aleksandr Kokorin, e veteranos de qualidade, casos de Yuri Zhirkov, Denisov, Vladimir Gabulov e Christopher Samba. O zagueiro brasileiro Douglas, ex-Twente, é outra aposta. Eles se juntam ao goleador alemão Kevin Kuranyi. Certamente o Dinamo brigará pelo título.
Outro quadro que não se deve perder de vista é o Rubin Kazan, que conquistou o bicampeonato nas temporadas 2008-09 e 09-10. A principal contratação do clube foi a do ganês Mubarak Wakaso, que andava no Espanyol.

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Além dos favoritos, alguma surpresa pode dar as caras: uma das pleiteantes é o Terek Grozny, do volante brasileiro Adilson. Porém, o candidato mais forte é o Rostov, que conta com os empréstimos de Artem Dzyuba e Jano Ananidze, jovens emprestados pelo Spartak.
A interessante das diferentes regiões russas
Por trás do futebol, existe uma conjuntura política envolvendo a Rússia, mesmo que se considere apenas os eventos posteriores ao esfacelamento da União Soviética.
Apesar de grande parte das equipes do Campeonato Russo serem sediadas na capital Moscou, e deixando de lado o Zenit, há contextos peculiares e que inspiram interesse para além do esporte.
Um dos casos é o do Anzhi Makhatchkala, que é do Daguestão. Encravado no Cáucaso, o local tem vivido momentos tensos em decorrência de sublevações islâmicas e separatistas. Isso vem desde 1999, com a famigerada Invasão do Daguestão, que acabaria por desencadear a Segunda Guerra da Chechênia, de onde vem o Terek Grozny, que passou anos sem receber partidas em sua cidade por causas militares.
“A Chechênia sofreu muito com os conflitos e ficou destruída. Sabendo disso, você fica surpreso ao visitar Grozny. Em todos os lugares, sente-se a presença do Estado. Por esse lado, você acaba se sentindo mais seguro”, comentou Adilson à Rádio Gaúcha.
Não se pode esquecer o Krylia Sovetov, de Samara, localidade que refugiou grande parte do governo russo durante a Segunda Guerra. Os interessados em geopolítica têm ainda mais motivos para assistir à competição.
Lá a bola rola e há brasileiros em campo
Outro ponto de destaque do Campeonato Russo é a arbitragem.
O Russão é um campeonato duro, mas não propriamente violento. É comum ver os árbitros tratando como comum a maior parte dos embates físicos das partidas. Quando as faltas ocorrem de fato, são marcadas e os cartões são mostrados. Isso é positivo, já que permite o desenvolvimento do jogo de forma mais natural, sem que se torne a disputa permissiva. A bola rola na maior parte do tempo, proporcionando um melhor espetáculo.

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Por fim, os brasileiros são outro aperitivo. São 22: Wederson, Joãozinho, Isael e Ari no Krasnodar; Bruno Teles no Krylia Sovetov; Leandro no Volga; Xandão no Kuban; Adílson, Maurício, Antonio Ferreira, Kanu e Aílton no Terek Grozny; Jucilei e Ewerton no Anzhi; Guilherme e Maicon Bolt no Lokomotiv; João Carlos, Rafael Carioca e Rômulo no Spartak; Hulk no Zenit; e Mário Fernandes e Vitinho, no CSKA.
A competição já está rolando, é tempo de pegar o controle remoto de desfrutar.
Parabéns pelo texto. Muito bem analisado. 🙂
Vlw pelas dicas Wladimir, entrei nos dois e gostei mais do Uniformes X,achei mais completo e mais organizado.
Bom amigo, conheço dois, mas não sei se eles tem o conteúdo que você procura: o Camisaria FC e o Uniformes X.
Eu não gosto desse escudo do Rubin Kazan, o escudo antigo era mais bonito,e aquele patrocínio que era um pegasus prateado,ficava muito legal na camisa grená. Alguém sabe de algum blog ou site que analisa camisas de futebol?
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Ficou muito bom o texto, agora são 23 compatriotas. O Krylya Sovetov que já tinha o Bruno Teles, contratou o brasileiro José Nadson que jogava no Sheriff da Moldavia.