Paulo Sousa e mais um renascimento em Florença
Israel e na Suíça, Paulo Sousa vem construindo uma sólida reputação no cenário
internacional. Reconhecidamente um ótimo jogador, tendo representado grandes
equipes e sido campeão de vários títulos (como duas Liga dos Campeões da Europa, uma pela Juventus e outra pelo Borussia Dortmund), o
treinador teve um mau início de trajetória no banco de reservas, mas desde 2011
vem fazendo papéis respeitáveis.
comandante afirmou sua qualidade com uma característica que vem sendo vista em Florença, cidade berço do Renascimento: a coragem. No último ano, o luso pegou uma equipe pentacampeã
nacional e poderia tranquilamente debruçar-se sob o trabalho de seu antecessor
e conduzir a equipe a um novo e previsível sucesso. Apesar disso, ousou e
deixou sua marca na equipe. Desfazendo a consagrada solidez e rigidez tática da
equipe suíça, Paulo deu liberdade aos laterais, impôs um estilo de
movimentação, aboliu o uso de dois atacantes de área e instaurou a marcação
pressão na equipe, como ressaltou o jornalista Brian Homewood, correspondente da
revista World Soccer na Suíça.
possível verificar a mesma tônica sendo aplicada. Com um esquema tático que durante
os jogos alterna entre o 4-2-3-1 e o 3-4-2-1, com o uso de um lateral mais fixo
e outro com mais liberdade, o time mostra enorme vocação ofensiva e criativa.
No meio-campo, os habituais volantes têm boa saída de bola e permitem que os
meias criativos do elenco – abundantes em número de opções – tenham liberdade
para atuar.
velozes e agudos no elenco (incluindo Federico Bernardeschi – foto -, garoto que
ganhou oportunidades com Sousa), o que oportuniza a criação de muitas jogadas,
já que os armadores e meias mais ofensivos têm com quem dialogar. Do meio para frente,
todos os jogadores têm qualidade técnica, o que é fundamental para a prática do
estilo de jogo intentado por Paulo Sousa. Atualmente é a Viola quem lidera a estatística de posse de bola, com média de 59%,
tendo também a maior média de acerto de passes, 88%, e o maior número de passes
distribuídos, 6.731.
tem trocas de posição e muita consciência. Sabe a hora de acelerar e o momento
correto de cadenciar os jogos. Além disso, a Fiorentina mostra-se extremamente sólida em
seus terrenos, tendo conseguido cinco vitórias e uma derrota (contra a Roma) no Estádio Artemio
Franchi. Segundo melhor ataque da competição, venceu inapelavelmente
a Inter em Milão, por 4 a 1; e terceira melhor defesa, terminou seis de seus 11
jogos sem sofrer gols.
elenco com muitas possibilidades em todas as posições, o que pode gerar
desconforto, mas até o momento só revela uma faceta positiva, impulsionando a
competitividade no elenco – para se ter uma ideia, para a função de
centroavante, há as presenças do croata Nikola Kalinic, do jovem senegalês
Khouma Babacar e da estrela italiana Giuseppe Rossi, que vive às turras com
lesões.
alterou em grande medida em relação ao que se verificou em 2014-2015, sob o
comando de Vincenzo Montella, mas a postura sim.
Embora não conte mais com a
habilidade individual de Mohamed Salah, grande destaque da Viola na parte final da temporada, o jogo coletivo da equipe
evoluiu, dando mais opções durante as partidas. Jogadores mais experientes
deixaram o clube, casos de David Pizarro, Mario Gómez, Joaquín, Alberto
Gilardino, Alessandro Diamanti, Juan Vargas e Alberto Aquilani e para seus
lugares chegaram jogadores que ainda buscam êxitos em suas carreiras, o que
oxigenou o elenco e fomentou a citada competitividade.
da Fiorentina e o resultado até o momento é a luta pelo título italiano, que
não vem desde 1969. Se a competitiva equipe de Florença já tinha renascido, a
vitoriosa vai renascendo. Com o treinador português, o sucesso mostra-se palpável
e, mais do que isso, possível.