Os impactos da iminente venda de Mats Hummels ao Bayern

Parece questão de tempo o anúncio
oficial da venda do zagueiro e capitão do Borussia Dortmund, Mats Hummels, ao
rival Bayern de Munique. Após anos de especulações, as quais incluíram os mais diversos
clubes e situações, parece certo que o destino do craque alemão será o clube
bávaro, indiscutivelmente, uma grande perda para os aurinegros e algo que
reafirma a superioridade do clube de Munique no cenário alemão, tendo levado anteriormente
Robert Lewandowski e Mario Götze à Allianz Arena. Todavia, qual é o verdadeiro
impacto da perda de Hummels para o Borussia?
Hummels leaving Dortmund


Saída de bola

Grande parte do trabalho de
pressão que o Borussia exerce desde os tempos de Jürgen Klopp, o que, a
despeito de algumas alterações temporada após temporada e desde a chegada de
Thomas Tuchel ao comando do clube, dá a tônica do sucesso recente dos
aurinegros, passa pela fundamental capacidade de começar esse trabalho lá
atrás. Uma vez que a pressão do clube funciona, a saída de bola precisa ser
rápida para o contragolpe ser mortal e Hummels é essencial para a eficácia de
tal ideia de jogo.
Extremamente técnico e bom
passador, o zagueiro alemão foi até hoje certeza de boa saída de bola no clube.
É comum vê-lo rompendo a linha da meia-cancha, avançando, fazendo lançamentos
longos e se apresentando para o jogo. Além de confundir os adversários, que não
esperam que um zagueiro avance tanto, quebra uma etapa na construção de jogo,
que, em grande parte das equipes, só começa a partir do meio-campo.
Com a iminente saída de Hummels,
o Borussia Dortmund perde algo que o caracteriza e o diferencia. Toda a
estrutura de jogo do clube ficará comprometida com a ausência do jogador.

Liderança


Hummels DortmundAdemais, o clube perderá aquele
que hoje é considerado, indiscutivelmente, seu maior ídolo e referência.
Afirmado capitão do time desde a aposentadoria do volante Sebastian Kehl e
tendo ganhado ainda maior importância com a ida do importante Roman Weidenfeller
ao banco de reservas, suplantado por Roman Bürki, Hummels certamente foi até
hoje um exemplo a ser seguido dentro do clube.
Tendo tido inúmeras oportunidades
de deixar o clube e, ainda assim, seguido no clube que o deu oportunidades verdadeiras
no futebol, o jogador ganhou o respeito de todos, de dentro e de fora do clube
alemão. Além disso, ver o jogador em campo, sempre transmitiu grande segurança
ao torcedor do clube, posto que estamos falando de um dos melhores do mundo,
uma referência da posição.
A relação entre clube e torcida,
no entanto, já está abalada, o que ficou demonstrado com a última manifestação
da claque que sempre esteve a seu lado: “Capitão abandonando o barco. Quanto
antes melhor!”
, sinalizou uma irritada e decepcionada muralha amarela.

Dificuldade de encontrar bons substitutos

No entanto, o ponto mais
dramático da despedida que se aproxima será a dificuldade de repor a saída de
um dos pilares do time. Para muitos, estamos falando simplesmente do melhor
zagueiro do mundo e é certo que ainda que não o seja, está dentre os cinco
melhores e que os demais membros deste seleto grupo encontram-se em equipes do mesmo patamar ou
superior ao do Borussia Dortmund.
Niklas Süle Hoffenheim

Muito tem sido dito sobre a
possível contratação de Niklas Süle pelos aurinegros, mas trata-se de uma
aposta. O jogador tem apenas 20 anos e representa o Hoffenheim, clube com pretensões muito
inferiores e uma história indiscutivelmente menor. Além disso, chegaria com o
peso de manter a estabilidade de uma das melhores defesas do mundo. É claro que
no elenco do Borussia ainda há boas opções, mas nenhuma está nem de perto e nem
de longe próxima de ter a qualidade do atual capitão.

Não é prudente duvidar do fato de
que o Borussia Dortmund pode descobrir uma grande promessa e moldar um “novo
Hummels”, como demonstra sua recente história, mas é fato que esta é uma tarefa
dificílima e que deve estar preocupando o treinador Thomas Tuchel. Parece
evidente o fato de que jogadores consagrados da qualidade de Jérôme Boateng,
Sergio Ramos ou Giorgio Chiellini sequer serão cogitados, logo é difícil prever
como o clube vai superar a praticamente selada saída de seu ídolo.

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