O Leicester campeão apaixona porque reflete nossos anseios
Luta contra o rebaixamento
em 2014-15, contratação de um técnico contestado pela ausência de bons resultados
recentes, pouco investimento e uma história com muito mais dificuldades do que
glórias. Esse foi o panorama com o qual o Leicester City se apresentou para
2015-16, o que hoje é público e notório para quem acompanha o futebol. A
despeito disso, desafiando as probabilidades e quebrando casas de apostas, os Foxes subverteram a ordem do futebol inglês, ganharam a Premier League e emocionaram o mundo. A grande razão? A crença constante no trabalho diário e
feito passo a passo.
em 2014-15, contratação de um técnico contestado pela ausência de bons resultados
recentes, pouco investimento e uma história com muito mais dificuldades do que
glórias. Esse foi o panorama com o qual o Leicester City se apresentou para
2015-16, o que hoje é público e notório para quem acompanha o futebol. A
despeito disso, desafiando as probabilidades e quebrando casas de apostas, os Foxes subverteram a ordem do futebol inglês, ganharam a Premier League e emocionaram o mundo. A grande razão? A crença constante no trabalho diário e
feito passo a passo.
Muitas vezes, em nossas vidas,
nos vemos em becos sem saída, engolidos por trabalhos que não suprem nossas
necessidades emocionais e não nos tornam pessoas felizes. Os pequenos êxitos
parecem fazer parte de uma linha que nunca chega a um ponto final e não
encontra um término positivo. Aos poucos, o trabalho diário fica automático e,
diante de dias que somente se repetem uns aos outros, a crença em um futuro
mais satisfatório sucumbe.
nos vemos em becos sem saída, engolidos por trabalhos que não suprem nossas
necessidades emocionais e não nos tornam pessoas felizes. Os pequenos êxitos
parecem fazer parte de uma linha que nunca chega a um ponto final e não
encontra um término positivo. Aos poucos, o trabalho diário fica automático e,
diante de dias que somente se repetem uns aos outros, a crença em um futuro
mais satisfatório sucumbe.
No futebol, exemplos assim também
não faltam. Incontáveis são as situações em que equipes largam muito bem em seus campeonatos, com
inícios promissores, e, por várias razões, perdem fôlego durante o correr de
suas campanhas, recebendo a pecha de “cavalos paraguaios”. Assim, os vitoriosos
tornam-se mais vitoriosos e os demais seguem suas vidas com poucas aspirações –
meio de tabela, luta por vagas em competições continentais e contra o
rebaixamento, sempre à sombra daqueles “mais ricos”, “bem-sucedidos” e “inalcançáveis”.
não faltam. Incontáveis são as situações em que equipes largam muito bem em seus campeonatos, com
inícios promissores, e, por várias razões, perdem fôlego durante o correr de
suas campanhas, recebendo a pecha de “cavalos paraguaios”. Assim, os vitoriosos
tornam-se mais vitoriosos e os demais seguem suas vidas com poucas aspirações –
meio de tabela, luta por vagas em competições continentais e contra o
rebaixamento, sempre à sombra daqueles “mais ricos”, “bem-sucedidos” e “inalcançáveis”.
Por que o Leicester emociona quem
acompanha sua trajetória e causa arrepios? Porque os Foxes desafiam a lógica de que o melhor só melhora e os demais
seguem suas vidas; porque após 132 anos de vida, o clube não enxerga seu passado
opaco e pouco expressivo como uma linha inalterável; porque acredita: em si
como coletivo e no ser enquanto indivíduo.
acompanha sua trajetória e causa arrepios? Porque os Foxes desafiam a lógica de que o melhor só melhora e os demais
seguem suas vidas; porque após 132 anos de vida, o clube não enxerga seu passado
opaco e pouco expressivo como uma linha inalterável; porque acredita: em si
como coletivo e no ser enquanto indivíduo.
Defendendo a meta do clube, um
nome transpira pedigree: Schmeichel. Hoje é fácil apontar
Kasper Schmeichel, filho do grande Peter Schmeichel, ídolo do Manchester
United, como um dos melhores arqueiros da temporada, mas no início da presente quem
ousaria entregar-lhe sua baliza, com o atleta já próximo dos 30 anos e sem êxitos até então?
nome transpira pedigree: Schmeichel. Hoje é fácil apontar
Kasper Schmeichel, filho do grande Peter Schmeichel, ídolo do Manchester
United, como um dos melhores arqueiros da temporada, mas no início da presente quem
ousaria entregar-lhe sua baliza, com o atleta já próximo dos 30 anos e sem êxitos até então?
Exemplos nesse sentido não
faltam. Outrora promissor e selecionável alemão, Robert Huth rondou por anos na
periferia do futebol inglês, para, enfim, passados os 30 anos, voltar às
glórias de seu início. Quem não chegou ao clube vindo das margens do futebol, desembarcou
sem qualquer expectativa. Talvez o melhor destes exemplos seja justamente o
treinador Claudio Ranieri. Sua contratação foi jocosamente tratada como um
indício de um descenso iminente.
faltam. Outrora promissor e selecionável alemão, Robert Huth rondou por anos na
periferia do futebol inglês, para, enfim, passados os 30 anos, voltar às
glórias de seu início. Quem não chegou ao clube vindo das margens do futebol, desembarcou
sem qualquer expectativa. Talvez o melhor destes exemplos seja justamente o
treinador Claudio Ranieri. Sua contratação foi jocosamente tratada como um
indício de um descenso iminente.
Um time sem estrelas e com um
comandante contestado teria que futuro?
comandante contestado teria que futuro?
Hoje o Leicester pode ser
comparado àquele trabalhador que não se acomoda com sua própria insignificância
diante de um mundo cada vez mais global e recusa-se a aceitar uma realidade que
não lhe supre os anseios. Aquele que se organiza com um propósito, se apega a
ele e não poupa esforços para alcançá-lo, confiante de que, mais dia, menos
dia, o sol brilhará para si. E isso é cativante, maravilhoso e incrível. É
renovador e foge do lugar-comum. Como não sentir empatia por um grupo tão
destemido como este?
Leia também: Kanté, o melhor volante da Premier League 2015-2016
comparado àquele trabalhador que não se acomoda com sua própria insignificância
diante de um mundo cada vez mais global e recusa-se a aceitar uma realidade que
não lhe supre os anseios. Aquele que se organiza com um propósito, se apega a
ele e não poupa esforços para alcançá-lo, confiante de que, mais dia, menos
dia, o sol brilhará para si. E isso é cativante, maravilhoso e incrível. É
renovador e foge do lugar-comum. Como não sentir empatia por um grupo tão
destemido como este?
Leia também: Kanté, o melhor volante da Premier League 2015-2016
Como não se apaixonar pelos
dribles de Riyad Mahrez, a presença de Jamie Vardy e a onipresença de N’Golo
Kanté. Da mesma forma, como não vislumbrar um brio ofuscante na entrega de Marc
Albrighton, Danny Drinkwater, dos laterais Christian Fuchs e Danny Simpson ou do
capitão Wes Morgan?
dribles de Riyad Mahrez, a presença de Jamie Vardy e a onipresença de N’Golo
Kanté. Da mesma forma, como não vislumbrar um brio ofuscante na entrega de Marc
Albrighton, Danny Drinkwater, dos laterais Christian Fuchs e Danny Simpson ou do
capitão Wes Morgan?
Por essência, queremos deixar
nossa marca no mundo e se nem sempre podemos brilhar enquanto indívíduos, desejamos
que nosso trabalho fale por nós. Justamente o que o Leicester fez.
nossa marca no mundo e se nem sempre podemos brilhar enquanto indívíduos, desejamos
que nosso trabalho fale por nós. Justamente o que o Leicester fez.
Crença e trabalho duro e diário consagraram
um time de pequeno orçamento na liga mais rica do mundo. Impossível?
Impensável? Para uma visão limitada sim, mas para um time que ganhou identidade
no slogan “fearless” (“destemido”, em tradução livre), não. Para essa equipe,
não existe o impossível. E isso é tudo o que tentamos nos convencer na dureza do dia-a-dia.
um time de pequeno orçamento na liga mais rica do mundo. Impossível?
Impensável? Para uma visão limitada sim, mas para um time que ganhou identidade
no slogan “fearless” (“destemido”, em tradução livre), não. Para essa equipe,
não existe o impossível. E isso é tudo o que tentamos nos convencer na dureza do dia-a-dia.
Excelente artigo, Wladimir. O Leicester contrariou frontalmente a Lei das Probabilidades. Parabéns.
Obrigado, amigo!