O acerto do Fluminense com Orejuela e Sornoza

O ano de 2016 consagrou algumas
equipes. Em solo sul-americano, é indiscutível o fato de que uma delas foi o
modesto Independiente Del Valle, do Equador. De forma surpreendente e jogando
futebol de ótima qualidade, os Negriazules
foram finalistas da Copa Libertadores da América e seus jogadores ficaram em
evidência. Diante disso, o Fluminense não perdeu tempo e acertou a contratação
de dois de seus destaques, o volante Jefferson Orejuela e o meia Junior
Sornoza, jogadores que, desde que desembarcaram no Tricolor, vêm sendo importantíssimos.

Orejuela Sornoza Fluminense


Se no Independiente Del Valle os
meio-campistas equatorianos já exerciam papel fundamental, sendo algumas das
peças estruturantes do clube, no Flu seu impacto tem sido ainda maior. Após viver um
ano de 2016 marcado pelo desequilíbrio, com bons e maus momentos e o término do
Campeonato Brasileiro na decepcionante 13ª posição, o clube carioca vai se
remontando em 2017 e já mostra evolução; grande parte disso se deve aos papéis
bem desempenhados por Orejuela e Sornoza – contratados em 2016, mas que só se
integraram à equipe no presente ano.
Orejuela FluminenseNa contenção, silencioso, o
primeiro tem atuado sempre postado à frente da defesa do Tricolor. Com
qualidade na saída de bola, muita velocidade e dinâmica de jogo, tem função crucial para a equipe.

Sua importância vai além de desarmes e marcação, pois é
por meio de seus pés que parte significativa das jogadas do time são iniciadas.
Seu aproveitamento em passes tem sido excelente e mesmo a marcação mais
apertada eficaz. Embora ainda se precipite em algumas ocasiões,
tomando a decisão errada, é um jogador inteligente e sua
contratação já se mostra um acerto do clube.

Segundo o site Footstats, no Campeonato Carioca, seu índice de êxito nos passes beira os 95%, na Copa do Brasil é de 94,5% e na Primeira Liga é de 93,3%; a bola passa constantemente por seus pés e, via de regra, tem encontrado boa destinação.

É interessante perceber também,
analisando seus mapas de calor, a grande área do meio-campo que o jogador
consegue cobrir, não ficando restrito ao posicionamento à frente da defesa e circulando
por todo o setor. 

Heat Map Orejuela
Reprodução: Footstats.net

“O professor está muito contente com meu trabalho e função no clube. O
clube tem jogadores de grande nível e ganhar o posto de titular é satisfatório.
Com trabalho vamos ganhando o carinho da grande torcida do Fluminense”
,
disse Orejuela no final de fevereiro à Rádio La Deportiva, do Equador.

Orejuela já tem 13 jogos pelo
Fluminense e a cada jogo fica mais evidente o acerto em sua contratação,
garantindo equilíbrio à equipe e ajudando na evolução de jovens valores como
Douglas e Wendel, garotos vindos da base do clube e com grande potencial.

Por outro lado, mais avançado,
Sornoza é quem dita o ritmo das ações ofensivas do Flu. Se Orejuela inicia a
construção das jogadas do Tricolor Carioca, cabe à Sornoza a função de dar
destino final às mesmas. Habilidoso, bom finalizador e detentor de muita visão
de jogo, o meio-campista baixinho é quem centraliza o jogo ofensivo do time,
movimentando-se por grande faixa do relvado e sendo referência para receber
bolas e pensar o jogo.

Em apenas 13 partidas pelo Fluminense,
o criativo meia já anotou quatro tentos e distribuiu cinco assistências, o que
evidencia que seu encaixe na equipe treinada por Abel Braga foi imediato. Como
Orejuela, também se destaca pelo alto índice de acerto médio de passes: 92,8%
de média no Campeonato Estadual, 91,8% na Copa do Brasil e 94,2% na Primeira
Liga.

“Me sinto tranquilo, o professor me dá muita confiança. A verdade
é que me sinto muito bem. A equipe toda confia em mim. Temos de seguir
trabalhando. A equipe está muito bem. Estamos trabalhando da melhor maneira e
queremos seguir assim”
, disse Sornoza após ser o grande destaque da
vitória de seu clube contra o Macaé, 3×0.

Sornoza FluminenseSobre o camisa 20 do Tricolor é
importante ressaltar também sua aptidão para finalizar de média distância,
tanto com a bola parada quanto com o esférico rolando, sempre com muita força.

Outra razão que explica o porquê
de Sornoza ter se adaptado tão rápido ao estilo de jogo do Fluminense é a
semelhança do que encontra no clube em relação ao que possuía no Independiente
Del Valle.
Como no Equador, quando teve a
referência dos velozes Bryan Cabezas e José Ângulo pelos flancos, para poder
enfiar bolas, no Rio de Janeiro o equatoriano conta com jogadores como
Wellington, outro que vem crescendo de produção e atuando em alto nível, Marcos
Junior, Richarlison e Gustavo Scarpa, apontado como o melhor jogador do time em
2016. Ou seja, possui companheiros que o ajudam a potencializar seu desempenho.
Jovens e de rápida adaptação a
novo clube e país, Orejuela e Sornoza têm sido vitais para a retomada do
Fluminense, que ainda busca maior estabilidade desde o término de sua parceria
com a empresa Unimed, mas mostra evolução (conquistou a Taça Guanabara). Sob o comando do treinador Abel Braga, outra figura cuja
contribuição é facilmente perceptível, os equatorianos se encaixaram na equipe
e jogam como se ainda estivessem no Independiente Del Valle. Ponto para a
direção do clube, que pensou a médio prazo e colhe bons frutos.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *