Newell’s Old Boys x Rosario Central: o clássico Rosarino
Vem da cidade de Rosário a rivalidade futebolística mais antiga da Argentina. Mas nem só de futebol vive (e viveu) a urbe. Vários são os momentos históricos importantes da cidade.
Contudo, foi só em 1903 que o clube passou a se chamar Club Atlético Rosario Central. É de se destacar que, no início, o clube tinha uma particularidade importante: só poderiam se associar ao clube, trabalhadores da empresa ferroviária.
O instituto rosarino foi levantado por um cidadão inglês de nome Isaac Newell. E, 19 anos depois, seu filho, Claudio Lorenzo Newell, com o auxílio de alunos e ex-alunos de seu pai, fundou o Club Atlético Newell’s Old Boys. O nome da equipe é uma homenagem a Isaac Newell e as cores do uniforme foram inspiradas nas bandeiras da Inglaterra e do Império Alemão (nacionalidade da esposa de Newell).
Entretanto, foi nos anos 1920 que aconteceu um feito que marcou as equipes para sempre.
Por iniciativa do Patronato de Leprosos, localizado no Hospital Carrasco, foi tentada a realização de uma partida beneficente entre Rosario e Newell’s, cuja renda seria revertida em favor dos doentes. Prontamente a direção do Newell’s Old Boys aceitou o pedido, por sua vez os representantes do Rosario Central o declinaram.
Desde então, os torcedores do Newell’s passaram a chamar os rivais de Canallas. Como resposta, a torcida do Rosario passou a chamar seu adversário de Leprosos. Esse evento foi um das principais razões para o enraizamento da rivalidade rosarina.
A primeira vez em que Canallas e Leprosos se encontraram foi em 1905, e teve vitória rubro-negra, por 1 a 0: gol de Faustino González.
O mais próximo que os Leprosos já chegaram de conquistar algo na esfera internacional foi nas Copas Libertadores de 1988 e 1992, ambas com campanha de vice-campeonato.
Do lado do Rosario, há que se falar em Mario Kempes, jogador histórico da Argentina. Ele atuou pouco tempo pelo clube, apenas dois anos, mas fez número de gols suficientes para ser o maior artilheiro da história do clube.
Já o representante do Newell’s é o famoso El Loco Bielsa. Depois de ter sido zagueiro do clube na década de 1970, no início dos anos 90 ele retornou ao clube treinando as categorias de base e posteriormente o time profissional. Seu trabalho duro reestruturou de forma impressionante as canteras do clube. Mais tarde, levou os profissionais a dois títulos nacionais e a um dos referidos vices da Libertadores. Assim, foi homenageado com o nome do estádio do clube.
Ponto em comum entre os clubes é a eficiência na formação de atletas. Saíram do Newell’s para o mundo jogadores como Jorge Valdano, Gabriel Heinze, Mauricio Pochettino, Gabriel Batistuta, Maxi Rodríguez, Walter Samuel e Ever Banega. Já as divisões inferiores do Rosario produziram, dentre outros vários, César Menotti, Hernán Díaz, José Chamot, Kily González, Pato Abbondanzieri e Ángel Dí Maria.
“Não existe dinheiro no mundo que me faça colocar uma camisa do Newell’s”.
Bem interessante. Parabéns!