Não havia espaço para Jorginho na Canarinho de Tite. Há na Squadra Azzurra?
Até pouco tempo, especulava-se
qual camisa, no contexto de seleções, o meio-campista catarinense Jorginho
vestiria. Era bem verdade que o jogador do Napoli já envergara o manto da Itália.
No entanto, o fato de o ter feito apenas em partidas amistosas deixava em
aberto a possibilidade de ser chamado à Canarinho. Chegou, enfim, a última Data
FIFA do ano. Diante do desempenho do Napoli, mesmo tendo Casemiro, Fernandinho
e Paulinho como certezas para as posições de volante, havia expectativa por um
chamado de duas peças fundamentais aos Partenopei,
o ex-vascaíno Allan e Jorginho. Nem um dos dois ganhou oportunidade com Tite.
Porém, o último não teve tempo para lamentar, foi lembrado pelo treinador
Giampiero Ventura e, agora em jogos oficiais, vai representar a Seleção
Italiana.
qual camisa, no contexto de seleções, o meio-campista catarinense Jorginho
vestiria. Era bem verdade que o jogador do Napoli já envergara o manto da Itália.
No entanto, o fato de o ter feito apenas em partidas amistosas deixava em
aberto a possibilidade de ser chamado à Canarinho. Chegou, enfim, a última Data
FIFA do ano. Diante do desempenho do Napoli, mesmo tendo Casemiro, Fernandinho
e Paulinho como certezas para as posições de volante, havia expectativa por um
chamado de duas peças fundamentais aos Partenopei,
o ex-vascaíno Allan e Jorginho. Nem um dos dois ganhou oportunidade com Tite.
Porém, o último não teve tempo para lamentar, foi lembrado pelo treinador
Giampiero Ventura e, agora em jogos oficiais, vai representar a Seleção
Italiana.
Dizia-se que o ítalo-brasileiro
não era chamado a defender a Squadra
Azzurra em razão de não se encaixar à proposta de jogo intentada por
Ventura, o que parece ser verdadeiro. No início de outubro, à rádio Kiss Kiss, seu empresário, João Santos, garantia ser essa realidade. O
meio-campista permanecia aberto às possibilidades: caso fosse chamado por Tite,
aceitaria a missão de defender o escrete pentacampeão mundial. Nem o fato de,
anteriormente, ter dito que sonhava em representar a Itália mudaria tal realidade –
mesmo porque o fato é que Jorginho vinha sendo ignorado por ambas as equipes
nacionais.
A constante ausência do jogador,
hoje com 25 anos, do futebol de seleções causava espanto a muitos (sobretudo ao torcedor napolitano). Ainda que tenha alternado
momentos brilhantes com atuações irregulares, Jorginho possui qualidades que
nunca foram subestimadas. A acurácia nos passes, capacidade de, vindo de uma
posição interior, propor o jogo, encontrar espaços e fazer a bola rodar têm se
mostrado ao longo do tempo diferenciais; Maurizio Sarri, técnico do Napoli, que
o diga.
hoje com 25 anos, do futebol de seleções causava espanto a muitos (sobretudo ao torcedor napolitano). Ainda que tenha alternado
momentos brilhantes com atuações irregulares, Jorginho possui qualidades que
nunca foram subestimadas. A acurácia nos passes, capacidade de, vindo de uma
posição interior, propor o jogo, encontrar espaços e fazer a bola rodar têm se
mostrado ao longo do tempo diferenciais; Maurizio Sarri, técnico do Napoli, que
o diga.
Chamar Jorginho de volante é limitá-lo.
Dada a completude de seu papel, o melhor é atribuí-lo a posição de
meio-campista; é a forma mais genérica, mas também a mais completa. O
ítalo-brasileiro, que tantos recordes de maior número de passes por partida tem
quebrado no futebol italiano é fundamental ao Napoli. Ele é de longe o jogador
com maior número de passes por jogo em média na primeira divisão da Velha Bota (ressalte-se que os seis
primeiros são todos napolitanos também).
Dada a completude de seu papel, o melhor é atribuí-lo a posição de
meio-campista; é a forma mais genérica, mas também a mais completa. O
ítalo-brasileiro, que tantos recordes de maior número de passes por partida tem
quebrado no futebol italiano é fundamental ao Napoli. Ele é de longe o jogador
com maior número de passes por jogo em média na primeira divisão da Velha Bota (ressalte-se que os seis
primeiros são todos napolitanos também).
Os dados apontam o oferecimento
de 111 toques por jogo, com 92,3% de aproveitamento. Além disso, mesmo seu time
sendo controlador da posse em quase todas as partidas (tem a maior média de
posse de bola por jogo do Campeonato Italiano, 61,8%), o atleta tem 1,2
desarmes por jogo e 1,4 interceptações. É, pois, também eficaz na recuperação
da redonda. Ainda assim, talvez sua grande qualidade seja também sua maior
fraqueza quando o assunto é o futebol de seleções.
de 111 toques por jogo, com 92,3% de aproveitamento. Além disso, mesmo seu time
sendo controlador da posse em quase todas as partidas (tem a maior média de
posse de bola por jogo do Campeonato Italiano, 61,8%), o atleta tem 1,2
desarmes por jogo e 1,4 interceptações. É, pois, também eficaz na recuperação
da redonda. Ainda assim, talvez sua grande qualidade seja também sua maior
fraqueza quando o assunto é o futebol de seleções.
Para se destacar, Jorginho
precisa atuar em uma equipe que preze pela gestão da bola e que se permita
jogar com um construtor de jogo como eixo do meio-campo e não um destruidor. Como
comparação, imagine-se hipótese em que a Seleção Espanhola do período entre 2008-2012 não se apoiasse no jogo construído por Pep Guardiola no Barcelona.
Teria Xavi, por exemplo, tido o desempenho fabuloso daqueles tempos com outras
propostas de jogo? Dificilmente. Sua própria carreira é prova de que foi a
partir da chegada de Pep que o meio-campista alcançou seu maior nível.
precisa atuar em uma equipe que preze pela gestão da bola e que se permita
jogar com um construtor de jogo como eixo do meio-campo e não um destruidor. Como
comparação, imagine-se hipótese em que a Seleção Espanhola do período entre 2008-2012 não se apoiasse no jogo construído por Pep Guardiola no Barcelona.
Teria Xavi, por exemplo, tido o desempenho fabuloso daqueles tempos com outras
propostas de jogo? Dificilmente. Sua própria carreira é prova de que foi a
partir da chegada de Pep que o meio-campista alcançou seu maior nível.
Ou seja: dado o fato de que Tite
dispõe de um meio-campo com Casemiro e Paulinho cimentados no onze inicial,
além de Fernandinho como alternativa imediata, como se poderia encaixar
Jorginho? O ítalo-brasileiro não tem o físico de Casemiro e Fernandinho – que também
se saem bem na saída de bola – e não consegue se infiltrar como Paulinho.
Embora seu passe seja sua grande força, para que alcance a máxima eficiência
precisa vir de trás, razão pela qual também não competiria com Renato Augusto
(ou quem lhe faça as vezes). O treinador da Canarinho já definiu, com sucesso,
a cara de sua equipe e ela não tem lugar para Jorginho. Perdeu o Brasil? Sim, mas o fato é que, no momento, seria difícil seu encaixe.
dispõe de um meio-campo com Casemiro e Paulinho cimentados no onze inicial,
além de Fernandinho como alternativa imediata, como se poderia encaixar
Jorginho? O ítalo-brasileiro não tem o físico de Casemiro e Fernandinho – que também
se saem bem na saída de bola – e não consegue se infiltrar como Paulinho.
Embora seu passe seja sua grande força, para que alcance a máxima eficiência
precisa vir de trás, razão pela qual também não competiria com Renato Augusto
(ou quem lhe faça as vezes). O treinador da Canarinho já definiu, com sucesso,
a cara de sua equipe e ela não tem lugar para Jorginho. Perdeu o Brasil? Sim, mas o fato é que, no momento, seria difícil seu encaixe.
Análise semelhante é a que se faz
no contexto da Seleção Italiana. O 4-4-2 (ou 4-2-4) que Giampiero Ventura tenta
aplicar (e também prejudica outro napolitano, Lorenzo Insigne) obriga a
utilização de meio-campistas melhores na destruição. Já tendo em Marco Verratti
um mestre do passe e alguém superior na recuperação de bola, torna-se difícil
acomodar Jorginho. Em uma estrutura com dois volantes, habitualmente formada
por Verratti e Daniele De Rossi, o encaixe do ítalo-brasileiro fica dificultado.
Há, no entanto, uma questão que torna
mais palpável a utilização dele com a camisa itálica: o time ainda não se acertou.
Assim sendo, ainda são possíveis testes e não se descarta a possibilidade de
uma nova formação.
no contexto da Seleção Italiana. O 4-4-2 (ou 4-2-4) que Giampiero Ventura tenta
aplicar (e também prejudica outro napolitano, Lorenzo Insigne) obriga a
utilização de meio-campistas melhores na destruição. Já tendo em Marco Verratti
um mestre do passe e alguém superior na recuperação de bola, torna-se difícil
acomodar Jorginho. Em uma estrutura com dois volantes, habitualmente formada
por Verratti e Daniele De Rossi, o encaixe do ítalo-brasileiro fica dificultado.
Há, no entanto, uma questão que torna
mais palpável a utilização dele com a camisa itálica: o time ainda não se acertou.
Assim sendo, ainda são possíveis testes e não se descarta a possibilidade de
uma nova formação.
Por exemplo, caso Ventura procure
utilizar um trivote, Jorginho passa a
ser possibilidade real. Foi justamente esse o sentido da mais recente entrevista
concedida pelo comandante da Azzurra:
“Teremos dois jogos complicados e é bom estar aberto a várias e diferentes
formas de se jogar. Para ir à Copa do Mundo, não podemos ter apenas um sistema”,
disse ao La Domenica Sportiva.
utilizar um trivote, Jorginho passa a
ser possibilidade real. Foi justamente esse o sentido da mais recente entrevista
concedida pelo comandante da Azzurra:
“Teremos dois jogos complicados e é bom estar aberto a várias e diferentes
formas de se jogar. Para ir à Copa do Mundo, não podemos ter apenas um sistema”,
disse ao La Domenica Sportiva.
A imprensa italiana avalia a
possibilidade de o treinador alternar a escalação de sua equipe para o 3-5-2 ou o 4-3-3, este último podendo servir para a afirmação de Jorginho na equipe, vindo
de trás de Verratti e Daniele De Rossi – da mesma forma como faz no Napoli,
habitualmente com Marek Hamsik e Allan.
possibilidade de o treinador alternar a escalação de sua equipe para o 3-5-2 ou o 4-3-3, este último podendo servir para a afirmação de Jorginho na equipe, vindo
de trás de Verratti e Daniele De Rossi – da mesma forma como faz no Napoli,
habitualmente com Marek Hamsik e Allan.
Finalmente, portanto, parece ter
se definido a nacionalidade de Jorginho, ao menos para fins futebolísticos.
Chamado a defender a Itália nas partidas da repescagem classificatória para a
Copa do Mundo de 2018, contra a Suécia, deve atuar e, tratando-se de partidas
oficiais, deixará de ser oportunidade para a Seleção Brasileira. É uma perda
para o Brasil? Do ponto de vista técnico, é claro que é. Não havia ninguém com suas capacidades no radar de Tite.
Ao mesmo tempo, suas características não têm lugar com o comandante. Porém, a
Itália, que ainda precisa evoluir, pode se beneficiar de sua presença.
se definido a nacionalidade de Jorginho, ao menos para fins futebolísticos.
Chamado a defender a Itália nas partidas da repescagem classificatória para a
Copa do Mundo de 2018, contra a Suécia, deve atuar e, tratando-se de partidas
oficiais, deixará de ser oportunidade para a Seleção Brasileira. É uma perda
para o Brasil? Do ponto de vista técnico, é claro que é. Não havia ninguém com suas capacidades no radar de Tite.
Ao mesmo tempo, suas características não têm lugar com o comandante. Porém, a
Itália, que ainda precisa evoluir, pode se beneficiar de sua presença.