Juventus, copropriedades e sucesso
Celebro o post nº 150 deste blog, apresentando um pouco de uma das práticas mais incompreendidas e interessantes do futebol italiano, lembrando seu bem-sucedido uso pela Juventus.
O futebol
italiano, já faz algum tempo, difundiu a prática da compra de jogadores no
sistema de copropriedade. Da existência de tal uso muitos sabem, mas, em muitas ocasiões, seu funcionamento não é corretamente entendido. O que é a copropriedade?
italiano, já faz algum tempo, difundiu a prática da compra de jogadores no
sistema de copropriedade. Da existência de tal uso muitos sabem, mas, em muitas ocasiões, seu funcionamento não é corretamente entendido. O que é a copropriedade?
Por vezes, um
clube contrata um jogador – jovem na maioria das vezes – e, ou por não ter necessidade
imediata de contar com os préstimos do atleta ou, simplesmente, por não ter
tanta certeza dos frutos que o jogador poderá render, decide vender 50% do “passe”
do atleta por um custo baixo à outro clube interessado. Feita a venda, o jogador
passa a atuar, como se estivesse apenas emprestado, pelo clube que comprou a
metade de seus direitos.
clube contrata um jogador – jovem na maioria das vezes – e, ou por não ter necessidade
imediata de contar com os préstimos do atleta ou, simplesmente, por não ter
tanta certeza dos frutos que o jogador poderá render, decide vender 50% do “passe”
do atleta por um custo baixo à outro clube interessado. Feita a venda, o jogador
passa a atuar, como se estivesse apenas emprestado, pelo clube que comprou a
metade de seus direitos.
Reprodução: juventiknows.com – Esquema de copropriedade |
Importante
ressaltar que, para que se realize essa prática, é necessário que o jogador
envolvido no negócio possua, no mínimo, dois anos de contrato vigente com o
clube que está disponibilizando para o mercado os 50% de seu atleta.
ressaltar que, para que se realize essa prática, é necessário que o jogador
envolvido no negócio possua, no mínimo, dois anos de contrato vigente com o
clube que está disponibilizando para o mercado os 50% de seu atleta.
“Emprestado”, o
jogador fica por um ano no clube e, ao final, acontecem novas tratativas para
definir seu destino. As opções são: renovar a copropriedade por mais
uma temporada ou um dos clubes comprar os 50% do outro.
jogador fica por um ano no clube e, ao final, acontecem novas tratativas para
definir seu destino. As opções são: renovar a copropriedade por mais
uma temporada ou um dos clubes comprar os 50% do outro.
E se ambos
desejaram comprar a parte que lhes falta? Simples, o negócio se realiza “às
escondidas”. Como? Ambos os clubes, sem o conhecimento da outra parte,
apresentam em envelopes fechados suas propostas de compra e, quem oferecer o
maior montante, assegura a integralidade do “passe” do jogador em questão (vale
ressaltar, que, normalmente, se os clubes fizerem propostas iguais, o atleta
fica no time onde jogou por último).
desejaram comprar a parte que lhes falta? Simples, o negócio se realiza “às
escondidas”. Como? Ambos os clubes, sem o conhecimento da outra parte,
apresentam em envelopes fechados suas propostas de compra e, quem oferecer o
maior montante, assegura a integralidade do “passe” do jogador em questão (vale
ressaltar, que, normalmente, se os clubes fizerem propostas iguais, o atleta
fica no time onde jogou por último).
Importante
ressaltar, ainda, que o jogador poderá ser emprestado à um terceiro.
ressaltar, ainda, que o jogador poderá ser emprestado à um terceiro.
Essa prática privilegiou, ao longo da história, os grandes clubes italianos – sobretudo a
Juventus. Mestres do negócio, os Bianconeros
souberam lidar, como poucos, com o risco que envolve a questão. Um caso
famoso da atuação da Juve ocorreu na década de 70, quando a equipe de Turim dividia a propriedade do passe de
Paolo Rossi (foto) (carrasco brasileiro na Copa do Mundo de 1982) com o Vicenza. Na
hora de decidir quem ficaria com a integralidade dos direitos do jogador, os
dois clubes estavam interessados e, matreiramente, a Juventus deu a entender
que faria uma proposta indecorosa pelo atacante. Não foi o que aconteceu.
Juventus. Mestres do negócio, os Bianconeros
souberam lidar, como poucos, com o risco que envolve a questão. Um caso
famoso da atuação da Juve ocorreu na década de 70, quando a equipe de Turim dividia a propriedade do passe de
Paolo Rossi (foto) (carrasco brasileiro na Copa do Mundo de 1982) com o Vicenza. Na
hora de decidir quem ficaria com a integralidade dos direitos do jogador, os
dois clubes estavam interessados e, matreiramente, a Juventus deu a entender
que faria uma proposta indecorosa pelo atacante. Não foi o que aconteceu.
A Juve ofereceu cerca de 600 mil liras e
os Lanerossi 2.600 mil. Resultado, a
transferência tornou-se a mais cara da história do futebol italiano, faliu o
Vicenza e na temporada seguinte a Juventus contratou o atacante. Essa negociata,
que não teve nenhuma irregularidade, só foi possível em razão do sigilo do
negócio.
os Lanerossi 2.600 mil. Resultado, a
transferência tornou-se a mais cara da história do futebol italiano, faliu o
Vicenza e na temporada seguinte a Juventus contratou o atacante. Essa negociata,
que não teve nenhuma irregularidade, só foi possível em razão do sigilo do
negócio.
Contudo,
atualmente a Lega Calcio (liga que
comanda o futebol italiano) admite que não tem conseguido fiscalizar a prática com a
devida atenção, e, tanto a liga quanto os clubes têm manifestado a intenção de
por fim a essa prática histórica, o que, segundo informação do periódico
italiano La Gazzetta dello Sport, pode mesmo acontecer.
atualmente a Lega Calcio (liga que
comanda o futebol italiano) admite que não tem conseguido fiscalizar a prática com a
devida atenção, e, tanto a liga quanto os clubes têm manifestado a intenção de
por fim a essa prática histórica, o que, segundo informação do periódico
italiano La Gazzetta dello Sport, pode mesmo acontecer.
Independentemente
do que ocorrer, não se pode deixar de ressaltar os sucessos obtidos e obteníveis
pela Juventus nos longos anos de vigência do sistema de copropriedade. Nos tempos
mais recentes, a Juventus conseguiu, em uma só tacada, a integralidade da
propriedade de Fabrizio Micolli, Enzo Maresca e Giorgio Chiellini (foto),
aproveitando-se das dificuldades financeiras vividas pela Viola. Os três jogadores foram contratados por 6,7 milhões de
euros. Outros exemplos foram as transferências de Emanuele Giaccherini, junto
ao Cesena, Mauricio Isla e Kwadwo Asamoah, junto à Udinese e, ainda, a contratação
de Sebastian Giovinco, caso mais interessante.
do que ocorrer, não se pode deixar de ressaltar os sucessos obtidos e obteníveis
pela Juventus nos longos anos de vigência do sistema de copropriedade. Nos tempos
mais recentes, a Juventus conseguiu, em uma só tacada, a integralidade da
propriedade de Fabrizio Micolli, Enzo Maresca e Giorgio Chiellini (foto),
aproveitando-se das dificuldades financeiras vividas pela Viola. Os três jogadores foram contratados por 6,7 milhões de
euros. Outros exemplos foram as transferências de Emanuele Giaccherini, junto
ao Cesena, Mauricio Isla e Kwadwo Asamoah, junto à Udinese e, ainda, a contratação
de Sebastian Giovinco, caso mais interessante.
O “formiga atômica”
apareceu como uma das grandes esperanças da base da Juventus, mas teve grandes
dificuldades em se firmar na equipe quando ascendeu aos profissionais. Assim,
após empréstimo ao Empoli, Giovinco partiu em copropriedade para o Parma que
comprou 50% de seus direitos por 3 milhões de euros. Ao final da copropriedade,
o jovem havia se tornado um dos grandes jogadores do campeonato italiano e, por
11 milhões de euros, o alvinegro readquiriu os outros 50%. Bom para o Parma que
lucrou 8 milhões e também para a Juventus que viu uma de suas apostas evoluir
exponencialmente.
apareceu como uma das grandes esperanças da base da Juventus, mas teve grandes
dificuldades em se firmar na equipe quando ascendeu aos profissionais. Assim,
após empréstimo ao Empoli, Giovinco partiu em copropriedade para o Parma que
comprou 50% de seus direitos por 3 milhões de euros. Ao final da copropriedade,
o jovem havia se tornado um dos grandes jogadores do campeonato italiano e, por
11 milhões de euros, o alvinegro readquiriu os outros 50%. Bom para o Parma que
lucrou 8 milhões e também para a Juventus que viu uma de suas apostas evoluir
exponencialmente.
Está mais que
provado o bom manejo desta situação pela equipe de Turim. E já há jogadores com
potencial para seguirem os passos de Giovinco. Os atacantes Ciro Immobile
(vice-artilheiro do campeonato italiano, pelo Torino, com 13 gols), Domenico Berardi
(terceiro na artilharia da competição, pelo Sassuolo, com 12 gols) e Manolo
Gabbiadini, destaque do ataque da Sampdoria, são copropriedades da Juventus.
Por serem jovens e demonstrarem futebol de ótimo nível, são possibilidades
concretas de compra para os Bianconeros.
provado o bom manejo desta situação pela equipe de Turim. E já há jogadores com
potencial para seguirem os passos de Giovinco. Os atacantes Ciro Immobile
(vice-artilheiro do campeonato italiano, pelo Torino, com 13 gols), Domenico Berardi
(terceiro na artilharia da competição, pelo Sassuolo, com 12 gols) e Manolo
Gabbiadini, destaque do ataque da Sampdoria, são copropriedades da Juventus.
Por serem jovens e demonstrarem futebol de ótimo nível, são possibilidades
concretas de compra para os Bianconeros.
Mesmo que se
finde a prática da copropriedade, estes três ainda poderão mudar-se, em
definitivo, para Turim. E, convenhamos, falando do histórico da Juve, mesmo que a copropriedade seja
extinta, o clube não pode reclamar, pois, se utilizando da
copropriedade, a equipe já alcançou, muitas vezes, grande sucesso.
finde a prática da copropriedade, estes três ainda poderão mudar-se, em
definitivo, para Turim. E, convenhamos, falando do histórico da Juve, mesmo que a copropriedade seja
extinta, o clube não pode reclamar, pois, se utilizando da
copropriedade, a equipe já alcançou, muitas vezes, grande sucesso.
Muito interessante seu blog, tratando de assuntos interessantes como a co-propriedade e relembrando times que fizeram história como o villarreal 2005/2006 😀