Harry Winks, mais um atleta com a marca de Pochettino
treinador da Seleção Inglesa, Gareth Southgate, promoveu a estreia de mais um
jovem talento do país. Aos 21 anos, o meio-campista Harry Winks, que vem sendo
maturado no Tottenham, ganhou oportunidade diante da lesão de Fabian Delph. Atuando
ao lado de Jordan Henderson, foi bem, ajudando o jogo inglês a fluir
melhor. Menos de um ano antes da Copa do Mundo, o garoto cujo desenvolvimento
vem sendo cuidadosamente medido por Mauricio Pochettino, o comandante dos Spurs, pode ter colocado uma pulga atrás
da orelha de Southgate.
Embora estivesse apenas
estreando, não sendo sequer titular habitual de seu clube, Winks mostrou enorme
personalidade com o manto do English Team.
É bem verdade que, tendo representado as cores de seu país nos escalões sub-17,
18, 19, 20 e 21, a alva camisa da Terra da Rainha não lhe é estranha, o que não
diminui a grandeza de seu debute. O atleta foi quem mais passes ofereceu na
partida inteira, com 99 e um acerto de 96%. No entanto, estes toques poderiam
ter sido meramente burocráticos, passes laterais sem qualquer dificuldade. Não
obstante, tal não foi a realidade.
desenvoltura em campo. Foi, ao lado de Marcus Rashford, o atleta que mais criou
oportunidades de gol em todo o encontro, com três. Isso, repise-se, atuando em
uma posição interior, atrás de Alli, do citado Rashford e do centroavante Harry
Kane. Além disso, ao lado de Henderson, foi, com 9,6%, o jogador que mais teve
a posse da bola durante o encontro contra a fraca Seleção da Lituânia. Como se
já não fosse o bastante, Winks se aventurou ainda mais ao ataque, chutando duas
bolas à meta do goleiro Ernestas Setkus. O garoto foi, para muitos, o destaque
da partida.
particular para Pochettino. Winks foi o 12º jogador a, sob a batuta do
treinador argentino, estrear pelos Three
Lions. Nos tempos em que comandou o Southampton, emplacou as convocações de
Luke Shaw, Jay Rodríguez, Calum Chambers, Rickie Lambert, Adam Lallana; já pelo
Tottenham, levou Eric Dier, Kieran Trippier, Harry Kane, Ryan Mason, Dele Alli,
Danny Rose e, agora, Harry Winks. Certamente, há algo de especial no trabalho
desenvolvido pelo técnico. Na última semana, o recém-aposentado Lambert falou sobre o comandante:
“Quando você vê Harry Kane,
entende porque ele está tão bom agora. Mauricio viu Harry, trabalhou as suas
deficiências e o melhorou como um jogador. Ele [Pochettino] trabalha muito com
os detalhes. O ano em que joguei sob o comando de Mauricio foi o melhor futebol
que já joguei. Tendo um ataque com Adam Lallana e Jay Rodríguez, fomos
brilhantes como time, indo à frente”, disse ao Daily Mail.
própria experiência como jogador (tempo em que foi comandado por ninguém menos
que Marcelo Bielsa no Newell’s Old Boys) para explicar seu apreço pela
utilização de jovens: “Jovens têm fome, energia e potencial e eles querem
mostrar que têm qualidade suficiente, é perfeito, especialmente se você tem
bons colegas, que podem lhe dar bons conselhos. Eu tinha 18 anos quando venci
meu primeiro título pelo Newell’s Old Boys”, revelou ao Guardian.
muito jovem e teve um mestre que estuda os detalhes à exaustão. Sabe, pois, a
importância das oportunidades e do trabalho com afinco como elemento básico
para a evolução individual de cada atleta. Talvez seja exatamente esse o motivo
pelo qual se dedica tanto ao lançamento e amadurecimento de seus garotos. É
claro também que, embora o Tottenham tenha dinheiro para fazer investimentos,
esse tem limites e não é possível fazer loucuras, o que aumenta a necessidade
de se aproveitar os produtos que vêm da base.
argentino tem constantemente elogiado o garoto, que vem ganhando a cada dia mais
espaço na sua esquadra, após ter se recuperado de grave lesão no tornozelo.
Chamado por alguns de Little Iniesta,
o inglês vai se formando um meio-campista completo, como bem descreve Mauricio:
“Para mim, ele é o meio-campista
perfeito, que pode ser box-to-box e
volante […] Ele tem a qualidade e a capacidade para jogar, cumprir as
demandas do jogo e lê-lo […] É muito inteligente […] Winks é completamente
diferente de nossos outros meio-campistas […] Ele pode ajudar a abrir defesas? Sim”,
disse o comandante em entrevista coletiva que antecedeu a partida contra o
Huddersfield.
ainda é a tônica das aparições do jovem. Todavia, não há nenhuma dúvida de que
já é visto como alternativa que pode ser utilizada em qualquer momento e
circunstância. A facilidade que tem para manejar a bola, a distribuir e se
movimentar o torna peça de valia. Certamente, o treinador inglês percebeu isso
na última Data FIFA. Sendo a tendência atual o ganho de maiores chances no Tottenham, Winks
não deve ser descartado como possibilidade real para o English Team, mesmo porque se tem algo que Southgate não pode
duvidar é de que ele tem trabalhado duro diariamente.
se consolidar no futebol pelas mãos de Pochettino. Nada disso pode ser atribuído
ao acaso. Com moderação, tempo de adaptação e ética de trabalho, paulatinamente
Winks vai construindo sua reputação como futebolista. Sem deixar de ser grato
ao maior responsável por essa transição:
“Ele [Pochettino] é um grande
treinador, mas é um grande homem também. Ele é alguém que sempre está lá para
lhe dar conselhos e espalhar confiança pelo campo. Ele dá confiança a todos, para
ir lá e mostrar o que têm. Para um jogador, isso é o mais importante […] Ele
não só me ajudou física e tecnicamente, ele me ajudou mentalmente e isso é algo
que nunca poderei lhe agradecer o suficiente”, disse o jovem ao Guardian.
seu treinador segue, incansavelmente, trabalhando. Não fosse essa a realidade,
não haveria tantos expoentes aptos a confirmar a competência do argentino.
Harry é o ícone atual de um processo que tem seus primeiros sucessos com
Lallana e passou por gente como Kane e Alli, até chegar a si. Winks é mais um
produto com o “selo Mauricio Pochettino de qualidade”. Quem será o próximo?