Há vida sem Reus?

A última rodada da Bundesliga trouxe uma
desesperadora notícia para o torcedor do Borussia Dortmund: mais uma vez, Reus
lesionou-se e, neste turno, ficará de fora dos gramados até o mês de fevereiro,
segundo as previsões médicas. Em tempos em que o clube contava com Robert
Lewandowski ou Mario Götze a perda poderia não ser tão crucial para a forma da
equipe, afinal as responsabilidades eram repartidas. Todavia, o atual momento e
as estatísticas atestam: a perda do craque poderá ser devastadora para os
anseios da equipe.

Neste ponto da temporada, o
Borussia registra a negativa marca de sete derrotas. Dentre elas, em três
ocasiões o time foi batido sem a presença do craque da camisa 11, uma delas em
casa para o atual 15º colocado – que tem flertado com o rebaixamento –, Hamburgo. Poder-se-ia dizer que esse não é um dado
importante, levando em conta que, nos outros quatro insucessos aurinegros, Reus
estava em campo. Entretanto, também não se deve desconsiderar que dois desses
maus resultados foram contra o Bayer Leverkusen, que vive bom momento, e o
poderoso Bayern de Munique. Além disso, em sua ausência, o time só venceu uma
partida (de cinco) na Bundesliga.
Por outro lado, com ele na
cancha, o clube venceu duas vezes, uma delas contra o surpreendente Borussia
Mönchengladbach, atual terceiro colocado. Quando esteve em campo na Bundesliga,
Reus, vice-artilheiro do time na temporada, foi responsável por três gols e
duas assistências
. Além disso, na UEFA Champions League, esteve presente nas
duas goleadas frente o Galatasaray (4×0 na Turquia e 4×1 na Alemanha), marcando
em ambos os encontros
.

Ademais, outros dados confirmam a
dependência dos aurinegros do futebol de Reus. Tendo atuado em
apenas sete das doze partidas do time, é o segundo que mais finalizou, com 29
tentativas, atrás apenas de Pierre-Emerick Aubameyang, com 35 – em 12 jogos.
Dentre os jogadores que atuam em semelhante faixa do campo (Shinji Kagawa,
Henrikh Mkhitaryan, Kevin Grosskreutz e Aubameyang) apenas o japonês tem maior
percentual de acerto de passes 83% contra 81%. Além disso, nenhum jogador
proveu mais passes chave do que o alemão, com 18.
Na zona de repescagem, ocupando a
incômoda e surpreendente 16ª colocação, o Borussia Dortmund terá que aprender a
lidar com a ausência de sua grande referência de refino técnico. Outros atletas
terão que assumir um papel mais importante do que o atualmente exercido.
Kagawa (foto), por exemplo, é um dos atletas que terão a responsabilidade de
conduzir o time à frente. Ulteriormente, a direção do time deveria analisar a possibilidade
da contratação
de, ao menos, um reforço de peso na janela de transferências europeias
de inverno.
Provavelmente, o time não contará
com Reus entre sete e onze rodadas da Bundesliga e ao menos em dois jogos da
Champions League
, encontros cruciais para seu destino na temporada. Para a
sorte do clube, o campeonato alemão fica parado quase um mês entre os finais de
dezembro e janeiro, diminuindo um pouco o impacto da ausência do maestro
aurinegro.
Reus vive um momento particular
muito azarado, tendo perdido a chance de participar do tetracampeonato mundial
da Seleção Alemã, ficado de fora de oito jogos na atual temporada e estando,
novamente, privado de atuar em função de lesões de complexidade relevante. Após
sofrer um pisão no último jogo, contra o Paderborn – que se confirmaria uma
ruptura dos ligamentos externos do tornozelo –, a feição de dor e desilusão do
craque resumia o momento pelo qual passa sua carreira. Pior para o Dortmund,
que ainda sofreu o empate na partida e, como demonstrado, vive uma “Reus-dependência”.

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