Futebol pelo Mundo: Barcelona

Como destino final, a série
Futebol pelo Mundo – produzida mediante parceria entre O Futebólogo e Doentes
por Futebol – traz a experiência de assistir uma partida no majestoso,
histórico e famosíssimo Camp Nou, a casa do Barcelona, que, em partida válida
pela 18ª rodada do Campeonato Espanhol, enfrentou o fortíssimo time do Atlético
de Madrid, atual campeão nacional.


Transportando-se
O Camp Nou não fica no centro da
cidade, mas também não é muito afastado, havendo cobertura de duas linhas
diferentes de metrô – excelente meio de transporte na cidade e com enorme
alcance. Seja por meio da Linha 3 ou pela Linha 5, ambas com pontos nas zonas
centrais da cidade, chega-se com conforto ao estádio. Caso a opção seja pela
L3, pode-se descer nas estações de Palau Reial ou Les Corts; por outro lado,
chegando pela L5, há outras duas estações próximas ao estádio: Collblanc ou
Badal. A passagem de uma viagem do metrô custa € 2,15.
A outra possibilidade são os
táxis, que, saindo do centro da cidade, ficam entre €10 e €15.

A experiência fora do Estádio
Na chegada ao estádio, o torcedor
deixa-se levar pela multidão que se encaminha pelas ruas impedindo
o trânsito de carros. Flanqueando as ruas próximos, há bares, trailers vendendo
produtos licenciados pelo clube e até mesmo – como ocorre em muitos estádios no
Brasil – ambulantes vendendo cerveja.

Já na saída da estação do metrô é
possível respirar o ar próprio da partida e o amor incondicional dos torcedores
catalães, bem como seu orgulho em relação à Catalunha, traduzido em bandeiras, roupas
e gritos.
A experiência dentro do Estádio
Organizado, o interior do estádio
é muito tranquilo. Há inúmeros bares e banheiros. Há também estandes vendendo
produtos do clube e muitas pessoas para ajudar o torcedor a se localizar – o que
é necessário diante da imensidão do estádio. São três andares de arquibancadas,
inúmeras portas e portões.

Como é de se esperar, os lugares
marcados são respeitados e em alguns setores havia torcedores do Atlético em
meio aos do Barça, convivendo em absoluta tranquilidade. Há também uma
infinidade de estrangeiros de todas as partes do mundo.
O jogo

Como não poderia ser diferente, o
encontro em si foi um espetáculo de enorme qualidade. De um lado a qualidade de
passe e a letalidade do escrete de Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar; do outro
a força na bola aérea e a grande arma do contragolpe dos comandados de Diego
Simeone.

O Barça foi ao campo com Cláudio
Bravo na meta, Daniel Alves, Gerard Piqué, Javier Mascherano e Jordi Alba na
linha de defesa, Sergio Busquets, Ivan Rakitic e Andrés Iniesta na faixa
central e Lionel Messi, Luis Suárez e Neymar no comando do ataque, em um 4-3-3.
O argentino atuou majoritariamente pela faixa destra do ataque, o uruguaio pelo
centro e o brasileiro pelo flanco esquerdo. Os três avançados demonstraram,
todavia, muita movimentação.

Os Colchoneros alinharam-se com Miguel Ángel Moyà no gol, Juanfran,
Diego Godín, José Giménez e Jesús Gámez na retaguarda, Gabi, Tiago, Koke e Arda
Turan na meia cancha e, mais avançados, Antoine Griezmann e Mario Mandzukic.
Koke e Arda começaram abertos pelos flancos e Griezmann mais pelo centro do
ataque, situação que se alterou durante a partida, com os três se movimentando
pelos flancos e pelo centro do campo.

Após um minuto de silêncio em
função do atentado ocorrido em Paris, o Barcelona, dono da posse de bola
(terminando o encontro com 65%), mandou no jogo. Contando com participações
inspiradas de Iniesta e Rakitic, o trio sul-americano de ataque mostrou muito
entrosamento e talento, jogando tanto individualmente quanto coletivamente. O
Atlético, muito concentrado em marcar, abdicou do jogo e passou a maior parte do
jogo correndo atrás dos jogadores catalães e esperando uma oportunidade de
contra golpear os donos da casa.
Com alguns lances discutíveis e
distribuindo muitos cartões amarelos, o árbitro esteve mal – e a entrada
fortíssima sofrida por Neymar ainda no início da partida mostra isso. Contudo,
por sorte, seus equívocos em nada interferiram no placar da partida. Com gols
de Neymar, Suárez e Messi, o Barça venceu com propriedade. De pênalti,
Mandzukic marcou para o Atleti.

A torcida
O torcedor do Barça é
verdadeiramente apaixonado pelo seu clube, alentando seus jogadores
incansavelmente, durante quase todos os 90 minutos do jogo. Reverências aos
craques, cânticos elaborados e de variado teor – desde manifestos em favor da
independência da Catalunha até xingamentos à arbitragem – e os tradicionais
aplausos nas ocasiões de gols, grandes defesas e recuperações de bola marcam a
experiência.
Há que se ressaltar também o
respeito integral e absoluto ao minuto de silêncio (que de fato dura um minuto)
em homenagem e respeito às vítimas do atentado de Paris.

A saída
Único ponto em que cabe fazer uma
ressalva, a saída é relativamente complicada. Apesar de organizadas, as
estações de metrô próximas ao estádio não estão preparadas para receber a
quantidade de pessoas que saem do Camp Nou ao final das partidas.
A partida contra o Atlético de
Madrid foi vista por 81.658 pessoas e, embora nem todos deixem o estádio por
meio do metrô, houve alguma confusão na saída. O torcedor tem que seguir no ritmo
do fluxo de pessoas, que inundam as ruas. Na entrada das estações há pessoas
por conta de organizar o acesso, o que não evita algum “empurra-empurra”. No
interior do transporte também há desconforto, mas, como dito, é muito difícil
imaginar um quadro diferente considerando a multidão que assiste às partidas do
Barça.
É um ponto desfavorável à
experiência, mas plenamente compreensível.

O veredito

Poucas experiências de futebol
podem ser tão gratificantes quanto uma ida ao Camp Nou. A torcida é espetacular,
as instalações idem e a qualidade do futebol apresentado dispensa maiores
apresentações. A chegada é tranquila, o espetáculo fascinante e a experiência é
absolutamente única. Para o Doente por Futebol, assistir um jogo do Barcelona,
no Camp Nou, é ingressar em um mundo de sonhos. 

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