Euro 2016: Chance para uma zebra?
Eurocopa; há 24 foi a vez da Dinamarca. O que isso significa? Nada, para o
torcedor alheio às superstições. No entanto, a Euro de 2016, inchada com o
acréscimo de oito equipes, pode trazer a zebra de volta à competição europeia
de seleções; a razão é bem simples, exceção feita à favorita e sede França,
outras seleções com grandes êxitos históricos ou vivem períodos de reformulação
ou de instabilidade.
A Alemanha campeã do mundo em
2014 não tem mais o capitão Philipp Lahm, o zagueiro Per Metersacker e o
artilheiro Miroslav Klose. Além disso, embora não tenha se aposentado da Nationalelf, Bastian Schweinsteiger hoje
não é sombra do que foi em um passado recente. É claro que ainda tem jogadores
de grande valor e novas promessas de muito potencial, mas, até mesmo os
resultados recentes, mostram que a equipe ainda não encontrou o nível
demonstrado no Brasil.
período semelhante, com a transição de gerações. Dos times que venceram duas Eurocopas
e o Mundial de 2010, a Fúria não
conta mais com Xavi, Xabi Alonso, Fernando Torres ou David Villa. O peso da
idade destes jogadores já havia sido verificado na Copa do Mundo de 2014, com o
retumbante fracasso hispânico. Novas figuras como Koke, Thiago, Isco ou Álvaro
Morata são grandes esperanças, mas ainda não atingiram seus ápices com a
seleção.
Confira: A diversidade inglesa
reflete o futebol de seu país, pouco criativo e vistoso e muito burocrático,
escorado na espinha dorsal da Juventus. Nunca é muito inteligente duvidar da Squadra Azzurra, mas anda difícil
apostar no sucesso da equipe. Lado outro, a Inglaterra promete fazer uma ótima
competição. Com 100% de aproveitamento das Eliminatórias para a Euro e uma nova
geração de jogadores, dentre os quais destacam-se Ross Barkley, Dele Alli,
Harry Kane e Eric Dier, o técnico Roy Hodgson vem conseguindo marcas
interessantíssimas com o English Team.
Todavia, problemas na defesa e a inexperiência de seu elenco podem pesar.
A França acaba sendo a grande
favorita ao título da competição e fatores para fazer tal afirmação não faltam.
Les Bleus têm uma geração de jovens
jogadores excepcional, com atletas da qualidade de Paul Pogba, Raphäel Varane e
Antoine Griezmann, descobriram em N’Golo Kanté, destaque do Leicester City, uma
nova grande peça, e possuem jogadores mais experientes, casos de Blaise Matuidi
e do goleiro Hugo Lloris, por exemplo. Há muito equilíbrio e alternativas no
elenco de Didier Deschamps, como já foi ressaltado aqui no blog. Dentre as
equipes que disputarão a competição continental, nenhuma parece mais pronta do
que a França.
Leia mais: Deschamps e a variedade de opções para o meio francês
um quadro em que se possa vislumbrar a ascensão de uma zebra? Equipes como a
Bélgica de Kevin de Bruyne e Eden Hazard, a Polônia de Robert Lewandowski e
Grzegorz Krychowiak, a Suíça de Xherdan Shaqiri e Granit Xhaka, a Croácia que
tem em Luka Modric, Ivan Rakitic e Mateo Kovacic um meio-campo excelente, e a
brilhante Áustria de David Alaba, segunda equipe que mais pontos somou nas
eliminatórias, mostraram potencial para incomodar os tradicionais favoritos.
Portugal, que conseguiu descobrir novos talentos nos últimos anos, casos de
William Carvalho, Renato Sanches, Rúben Neves, João Mário e Bernardo Silva, e
tem em Cristiano Ronaldo um importante ponto de destaque, e na Suécia, que vive
panorama semelhante (tendo vencido justamente os lusos na final da última Euro
sub-21) e tem em Zlatan Ibrahimovic um grande fator de desequilíbrio.
Confira também: Liderada por Alaba, Áustria renasce
favorita, mas desde a Copa do Mundo de 2014 não disputou partidas oficiais, o
que deixa algumas dúvidas a respeito de sua real forma. Vale registrar que os
franceses acumularam derrotas recentes em amistosos contra Brasil, Bélgica,
Albânia e Inglaterra.
estas já passearam pela competição, ainda nas eliminatórias. Na disputa da Euro
teremos cinco estreantes: Irlanda do Norte, Islândia, País de Gales, Eslováquia
e Albânia. Equipes tradicionais e teoricamente mais fortes como Holanda,
Sérvia e Grécia ficaram pelo caminho, mesmo com o aumento do número de
disputantes.
mostraram com impressionante precisão que as tradicionais potências não estão
tão bem assim. A derrota da Espanha para a Eslováquia (2×1), a da Alemanha perante
a Polônia (2×0), bem como o empate germânico, em casa, contra a Irlanda (1×1),
e a sequente derrota para a mesma Irlanda (1×0), e a derrota de Portugal para a
Albânia (1×0) são exemplos muito adequados para ilustrar essa afirmação.
aparecimento de uma zebra em uma competição tão importante com a Euro 2016,
simplesmente não se trataria de uma surpresa. É claro que é muito difícil fazer
este tipo de previsão, mas, diante do momento das mais tradicionais forças
europeias, seus recentes resultados e a forma de equipes ascendentes, não
fazê-lo também traz consigo um grande risco.