Eu acreditei! A América está aos pés do Atlético
pela parcialidade caros leitores. A emoção é tamanha que não consigo ser
diferente. Cada centavo gasto, cada lágrima chorada e cada grito soltado. Tudo
o que aconteceu nesses 14 jogos da Copa Libertadores valeu a pena. Muita
pretensão da minha parte querer traduzir o que sinto nesse momento. As buzinas
os foguetes fazem esse serviço melhor que eu. Afinal, o atleticano não ama o
futebol, ele ama o Atlético. E nesse momento em que me faltam as palavras,
recorro ao saudoso Roberto Drummond, que não viveu para ver essa conquista, mas
sem a menor dúvida estava lá. Todos os atleticanos estavam lá. “[…] O
atleticano tem algo que os outros nunca terão, tem paixão, tem o Clube Atlético
Mineiro.” Vou então lembrar alguns fatos capitais da campanha do Clube Atlético
Mineiro, que foi algo inimaginável, muitos heróis e muita emoção, verdadeiro
roteiro de filme. Trago ainda a lista de jogos e a artilharia.
o primeiro momento marcante da trajetória alvinegra. O primeiro encontro de
time e torcida na Libertadores de 2013 aconteceu na quarta-feira de cinzas. Reestreia do ídolo Diego Tardelli, e jogo
difícil contra o São Paulo. Eis que Marcos Rocha foi cobrar um arremesso
lateral e visualizou Ronaldinho sozinho atrás da defesa do São Paulo. R10
estava tomando uns goles d’água cedidos por Rogério Ceni. Marcos o viu, o
acionou – vale a lembrança de que não existe impedimento em cobrança de lateral – e ele centrou a bola
para o primeiro gol do artilheiro da competição Jô marcar o primeiro gol dele e
do Galo nessa trajetória.
1×0 para os paulistas, gol de Jádson. Eis que o experiente zagueiro Lúcio,
protagonizou um lance de inexperiência. Chutou Bernard e foi expulso. Depois
disso foi só alegria. Placar final 2×1, gols de Ronaldinho e Diego Tardelli e
uma classificação encaminhada. Foi mais um momento fundamental.
x 2 Atlético
jogar num gramado sintético, o Galo contou com a iluminação do “doidinho”
Luan(el) – em referência a Lionel, nome do craque Messi – ele entrou e no
apagar das luzes garantiu o empate por 2×2 contra o Tijuana. O Galo saiu do México
com dois gols fora de casa.
2(3) x 0 (2) Newell’s Old Boys-ARG
divina? Defina como quiser. O fato é que o Atlético estava sendo eliminado da
Libertadores pelo Newell’s Old Boys, até que um lado dos refletores do Estádio
se apagou e o jogo foi interrompido. O time estava cansado e apático até então.
A luz voltou e a luz de dentro de todos os jogadores também. Guilherme marcou
um milagroso gol – que merece uma capítulo próprio – e o Galo venceu a equipe argentina nos pênaltis.
3- O miraculoso gol de Guilherme – Atlético 2(3) x 0 (2) Newell’s
Old Boys-ARG
substituição no Atlético, sai Bernard 11, entra Guilherme 17”. Qual não foi o
desespero de todos os atleticanos ao escutar esse anúncio. Tirar Bernard um dos
xodós da torcida e apostar em Guilherme, aquele “bundudo”, preguiçoso e
cruzeirense parecia o fim do mundo. Mas Guilherme, jogador mais contestado pelo
torcedor entre todos, provou que tem brio, valor e que vale a pena apostar em
seu futebol. No primeiro lance bateu de perna esquerda e a bola saiu rente à
trave. No segundo bateu de primeira uma bola mal afastada pela defesa do Newell’s
Old Boys e, daquele momento em diante, Guilherme nunca mais sairia da memória do atleticano,
e o motivo é o melhor possível. Gol do Galo, gol que nos levou às penalidades e
às partidas finais.
Belo Horizonte, estádio Mineirão. Contra-ataque do Olímpia. Victor
sai do gol para tentar decidir a jogada e é batido, gol vazio. Eis que o
atacante grandalhão Ferreyra escorrega e a defesa se recupera. Milagre. Nenhuma
palavra poderia ser melhor para descrever esse momento.
2(3) x 0 (2) Newell’s Old Boys-ARG / Atlético 2 (4) x 0 (3) Olímpia
Rodríguez e Miranda demorarão anos para se esquecer do goleiro Victor. Talvez nunca
se esqueçam.
Tijuana. Riascos na cobrança. Victor defendeu. E não foi uma defesa simples.
Defendeu com o pé esquerdo. E, se dizemos que acontecem gols em que o goleador “pega
na veia”, nessa defesa Victor “pegou na veia”. Placar final 1×1 Galo
classificado.
haviam desperdiçado suas cobranças, mas o Galo liderava. Maxi Rodriguez o
craque do Newell’s Old Boys na bola. Defesa de Victor. Galo na Final.
um belíssimo gol de falta na competição, estava na cobrança. Victor apontou
para a sua direita e pegou mais uma cobrança. Ao final assistiu de camarote a
cobrança de Gimenez na trave. Victor pode até não ser o melhor goleiro da
história do Galo, mas, indubitavelmente, é o MAIS importante. Por isso não é só
Victor. Virou São Victor.
Galo:
2 x 1 São Paulo (Belo Horizonte, Independência. Gols de Jô e Réver. Aloísio
descontou)
Arsenal-ARG 2 X 5 Atlético (Sarandí, Júlio Grondona. Gols de Bernard (3),
Tardelli e Jô. Furch e Aguirre descontaram)
2 x 1 The Strongest-BOL (Belo Horizonte, Independência. Gols de Jô e
Ronaldinho. Melgar descontou)
Strongest-BOL 1 x 2 Atlético (La Paz, Hernando Siles. Gols de Tardelli e Mendes
contra. Reina descontou)
5 x 2 Arsenal-ARG (Belo Horizonte, Independência. Gols de Ronaldinho (2), Luan,
Tardelli e Alecsandro. Braghieri e Benedetto descontaram)
Paulo 2 x 0 Atlético (São Paulo, Morumbi. Gols de Rogério Ceni e Ademílson)
Paulo 1 x 2 Atlético (São Paulo, Morumbi. Gols de Ronaldinho e Tardelli. Jádson
descontou)
4 x 1 São Paulo (Belo Horizonte, Independência. Gols de Jô (3), Tardelli. Luis
Fabiano descontou)
2 x 2 Atlético (Tijuana, Caliente. Gols de Tardelli e Luan. Riascos e Martínez
descontaram)
Atlético 1 x 1 Tijuana (Belo Horizonte, Independência. Gol de Réver. Riascos
descontou)
Old Boys-ARG 2 x 0 Atlético (Rosário, Marcelo Bielsa. Gols de Maxí Rodríguez e
Scocco)
2 (3) x 0 (2) Newell’s Old Boys (Belo Horizonte, Independência. Gols de Bernard
e Guilherme)
Olímpia-PAR 2 x 0 Atlético (Assunção, Defensores Del Chaco. Gols de Alejandro
Silva e Pittoni)
Atlético 2(4) x 0(3) Olímpia-PAR (Belo Horizonte, Mineirão. Gols de Jô e
Leonardo Silva)
6 gols
Bernard – 4 gols
gols
Silva, Guilherme – 1 gol