Entre 1985 e 87, a Libertadores escapou do América de Cali

“O novo capo dos capos, o que manda
em tudo, é o dom Gilberto”, ouviu Juan Pablo Escobar, filho de Pablo.
El Patrón estava morto e o Cartel de Cali dominaria o narcotráfico
colombiano. É o que se lê em
Pablo Escobar: meu pai. Gilberto, um dos irmãos Rodríguez Orejuela, envolvera-se diretamente na
eliminação do chefe do Cartel de Medellín. A disputa existia há tempos; ia
além da cocaína. Em comum, viviam o futebol. Não só pela paixão própria do
esporte, mas também pelas possibilidades de lavagem de dinheiro. A pujança
do cartel calenho ficaria estampada no desempenho, sem precedentes,
alcançado pelo América.

América de Cali 1987
Foto: Revista del América/Arte: O Futebólogo

O América de Cali começa a vencer

Eram os anos 1970 e a América sangrava. “A dívida externa latino-americana
era, em 1975, quase três vezes maior do que em 1966”, relatou Eduardo Galeano,
n’As veias abertas da América Latina. O continente de profundas contradições e idiossincrasias tinha na Colômbia
um exemplo óbvio. Tratava-se de um país que “a maioria das pessoas educadas no
mundo” reconhecia pela magnum opus de Gabriel García Márquez,
Cem anos de solidão. Mas que, no entanto, estava em vias de ser “identificado com a cocaína”,
segundo Eric Hobsbawn, n’A era dos extremos.
Em 1979, fazia mais de 20 anos desde que o futebol nacional vivera seus
momentos de maior brilho. Curiosa mas não surpreendentemente, a partir da
instituição de uma liga pirata, movida pelo dinheiro de vários empresários,
sem limite de estrangeiros e que não indenizava os clubes originários dos
craques que aportavam volumosamente — à margem dos regulamentos da FIFA. O
período ficaria conhecido como El Dorado, notabilizado pelas
performances do
Millonarios, de Adolfo Pedernera e Alfredo Di Stéfano.
Enfim, uma nova aurora surgia para o futebol colombiano. Dessa vez, fomentada
pelos milhões do narcotráfico. Em Cali, o time de maior sucesso era o
Deportivo. O Azucarero conquistara o Campeonato Colombiano cinco vezes.
Era, portanto, natural que fosse o preferido do cartel que surgia na cidade.
Os irmãos Rodríguez Orejuela, Miguel e Gilberto, tentaram se tornar influentes
na equipe; esbarraram em Alex Gorayeb.
O colombo-filipino, de ascendência russo-libanesa, vivia uma segunda passagem
como presidente do Deportivo. Era um dos responsáveis por uma impressionante
recuperação econômica vivida pelo Decano nos anos 1960. O time daria
exemplo de estabilidade na década seguinte. Por isso, Gorayeb interferiria
diretamente quando, em 1977, Gilberto tentou se tornar acionista majoritário
do clube. A bem da verdade, o próprio estatuto do clube dificultava as
hipóteses dos irmãos. Com portas fechadas no Azucarero, buscaram o
popular, mas menos bem-sucedido, América.

Gabriel Ochoa Uribe América Cali
Foto: Archivo El Tiempo/Arte: O Futebólogo
Giuseppe Sangiovanni se mostraria mais inclinado a dialogar com os Rodríguez
Orejuela. Não apenas os Escarlatas não tinham uma condição financeira
tão favorável quanto a do rival, também viviam à míngua de títulos. Nunca
haviam conquistado o Campeonato Colombiano.Vinculando os dois períodos dorados
do futebol colombiano, Gabriel Ochoa Uribe seria contratado para comandar o
América.
Ele surgira no próprio clube e se notabilizara no Millonarios como atleta, nos
anos 1950, e, logo depois, treinador — vencendo um tetracampeonato nacional,
entre 1961 e 64, maior sequência histórica ininterrupta no país, até então.
Vencedor também no Santa Fé, era um ícone nacional. Só uma pessoa com essa
estatura poderia exigir que o clube deixasse de exibir o tradicional diabo no
escudo; ele entendia que atraía azar. Já em 1979, o América, sem o tinhoso no
emblema, seria campeão nacional.

Começa uma saga irrepetível de vitórias

Os Orejuela injetaram muito dinheiro no América. Para se ter uma ideia, os
capos chegariam a se acertar com Diego Maradona, em tempos de Argentinos
Juniors. Porém, o Dios seria aconselhado, mais tarde, a desistir do
negócio. Não haveria rusgas com os acionistas do América, que continuariam
tendo uma boa relação com Dieguito, marcada por trocas eventuais de presentes.
Os narcotraficantes fariam parte de uma diretiva composta por, além do
presidente Sangiovanni, o notável advogado Manuel Francisco Becerra, um rosto
idôneo perante o público, e a gerente de futebol Beatriz Uribe de Borrero, a
Dama del Fútbol — primeira mulher a desempenhar funções diretivas no
futebol colombiano.

Maradona América Cali
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo
“Depois de uma longa carreira diplomática, voltei a Cali e descobri que
a presidência do clube estava nas mãos daquele grande homem que é
Ricardo León Ocampo, com a vice-presidência de um não menos exemplar:
Pepino Sangiovanni. Ambos viram em mim a pessoa certa para
assumir a direção geral da instituição, então vaga por circunstâncias
especiais”
, diria a própria Beatriz, ao
El País.
A partir daquele momento, viveu-se um período peculiar para os envolvidos na
causa vermelha. A origem dos recursos do clube incomodava parte dos
torcedores, embora fosse maquiada por movimentações envolvendo empreendimentos
das mais diversas áreas, como laboratórios, drogarias, bancos e empresas de
comunicação. Contudo, a ausência de conquistas machucava. Um sentimento de
gratidão aos Rodríguez Orejuela surgiria. Era um cenário difícil, pela
primeira vez o América vencia e, mais do que isso, convencia. Inclusive, bons
jogadores do cenário sul-americano.
Os primeiros seriam os paraguaios Juan Manuel Battaglia e Gerardo González
Aquino, ambos provenientes do Cerro Porteño. Brevemente, o veterano Ladislao
Mazurkiewicz defenderia a meta dos Diablos Rojos. Já no início dos anos
1980, o mítico goleiro uruguaio seria substituído por outro nome importante: o
argentino Julio César Falcioni, contratado ao Vélez Sarsfield. Na mesma época,
o atacante Roque Alfaro, cria do Newell’s Old Boys, chegaria.

Julio Cesar Falcioni América Cali
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo
Depois de um hiato de dois anos, em que Junior de Barranquilla e Atlético
Nacional se sagraram campeões, o América iniciou a mais impressionante
carreira vista na Colômbia. Em 1982, os Escarlatas já haviam revelado
os talentosos Anthony de Ávila, conhecido como Pitufo (“Smurf”), e
Humberto Sierra. Este marcaria 22 gols, no segundo título do América.

Hegemonia em casa e crescimento no cenário internacional

No ano seguinte, a conquista seria renovada. Curiosamente, os vermelhos não se
destacariam no Apertura e no Finalización. Fariam, porém, o suficiente para
avançar ao octogonal final que, de fato, era a única coisa importante. Na Hora
H, despertariam. Venceram sete jogos, empataram cinco e perderam dois. Foi o
suficiente para somarem mais pontos do que o Junior. 
Nada disso teria sido possível sem os 22 gols anotados pelo grande contratado
do ano.
Willington Ortiz, considerado o maior jogador colombiano de sua geração,
chegara desde o rival Deportivo. Trazia a experiência de dois títulos
nacionais com o Millonarios. Em Bogotá, fora treinado por Gabriel Ochoa Uribe;
ademais, representara a Colômbia em mais de uma Copa América. Aos 31 anos,
estava no auge, o que ficara evidente com a vice-artilharia do Campeonato
Colombiano de 1983. Sua chegada era também motivada pelo sonho continental.
O América de Cali esperava desempenhar bem na Copa Libertadores. Dividiu o
Grupo 3 com Tolima e os peruanos Universitario e Alianza Lima. Com a
liderança, foi às semifinais. Agora no Grupo 1, Grêmio e Estudiantes se
revelariam adversários mais experientes e melhores. Os calenhos venceriam
apenas um jogo, ante o Tricolor Gaúcho, em casa.
Para renovar as expectativas, os Rodríguez Orejuela convenceram os peruanos
Guillermo La Rosa, atacante, e César Cueto, meia, ambos da seleção, a trocar o
Atlético Nacional pelo América. Em 1984, a história no Campeonato Colombiano
seria diferente. Os Escarlatas venceriam os dois turnos, além do
octogonal final. Inquestionavelmente, eram o melhor quadro do país.
É justo dizer que o América não tinha uma vantagem desproporcional por receber
aporte financeiro do Cartel de Cali. Várias equipes, como Millonarios,
Atlético Nacional e Independiente Medellín, também eram impulsionados pelo
narcotráfico. A relação dos clubes com os líderes de cartéis podia não ser tão
umbilical, mas existia e fazia com que o futebol local, efetiva e
controversamente, fortalecesse-se.
Na Libertadores, o time teria azar. Cairia no Grupo 3, com os brasileiros:
Santos e Flamengo — além do Junior. A campanha não seria ruim, mas o
Rubro-negro seria forte demais para o América, avançando invicto.
Paralelamente, a NASL vivia o que seria sua última temporada. O futebol não
emplacara nos Estados Unidos. Isso significava o retorno de alguns craques à
América do Sul. Entre eles, o paraguaio Roberto Cabañas, ex-Cosmos. O atacante
se juntaria aos calenhos para 1985, ano em que o América ficaria com o
tetracampeonato colombiano, alcançando o recorde histórico do Millonarios dos
anos 1960.
Cansados de esperar, os Rodríguez Orejuela quebraram a banca. Além de Cabanãs,
incorporaram os meias selecionáveis Pedro Sarmiento e Hernán Herrera, ambos
ex-Atlético Nacional, além do zagueiro Álvaro Escobar, ex-Independiente
Medellín. A situação do time era tão boa que podia se dar ao luxo de tirar o
goleiro Pedro Zape do Atlético Nacional. Era o titular da seleção colombiana e
chegava para a reserva de Falcioni.

Argentinos impedem a Libertadores de chegar à Colômbia

A Copa Libertadores de 1985 começaria bem para os Escarlatas. No Grupo
3, encontrariam Millonarios e os paraguaios Cerro Porteño e Guaraní. As coisas
entre os guaranis andavam tensas, o Azulgrana tomara o treinador
Cayetano Ré do Cacique. O Cerro até daria trabalho, mas não impediria o
avanço de fase do América. Nas semifinais, os adversários seriam o equatoriano
El Nacional e o uruguaio Peñarol. Apesar de uma derrota na altitude de Quito,
os colombianos passearam, computando vitórias impositivas como 4 a 0, ante os
Carboneros, e 5 a 0, contra a Maquina.
Com todos os méritos, chegaram à final. A decisão teria membros inéditos, com
o América enfrentando o
Argentinos Juniors. Fazia pouco tempo que os calenhos haviam contratado mais uma estrela.
Depois da polêmica transferência do Boca Juniors para o River Plate, Ricardo
Gareca chegara para abrilhantar ainda mais o ataque dos Diablos Rojos.

Gareca América Cali
Foto: Revista del América/Arte: O Futebólogo
Os dois jogos previstos terminariam iguais. Na Argentina, o
Bicho venceria por 1 a 0, gol de Emilio Commisso. Na Colômbia, o
América triunfaria também pela margem mínima, tento de Ortiz. Um terceiro
encontro seria convocado. O palco seria o Defensores del Chaco, em Assunção.
Haveria polêmica. Após a disputa do segundo confronto, os times precisavam
chegar à capital paraguaia.
O América conseguira uma alternativa com menos escalas, acompanhando a seleção
colombiana, que também se deslocava para Assunção. Os argentinos seriam
incluídos no mesmo voo. Ou foi o que prometeu o presidente da Federação
Colombiana de Futebol, León Londoño. Na chegada ao aeroporto, avisaram o
quadro de La Paternal que o avião estava lotado. Foi preciso acionar o chefe
da Conmebol para, num passe de mágica, espaços surgirem no aeroplano.
Commisso voltaria a marcar, mas também Gareca. A final seria decidida nos
pênaltis. Tudo ia bem para as equipes, até Anthony de Ávila parar no goleiro
argentino Enrique Vidallé. O América de Cali era vice-campeão continental. A
decepção não duraria tanto, porque, em 1986, os
Escarlatas conquistariam o pentacampeonato colombiano, erigindo a maior
sequência de vitórias já vista no país e superando o rival local, Deportivo. O
peso do recorde era enorme, o feito era valorizado como se fosse um título à
parte.
Na Libertadores, o time ficou no Grupo 4. Além do mencionado Deportivo, lá
estavam os chilenos Cobresal e Universidad Católica. Apenas esta não
disputaria a classificação. Porém, com dois pontos de vantagem, o América
avançaria, encontrando Olimpia e Bolívar. Outra vez, a altitude seria um
obstáculo, com os colombianos perdendo em La Paz. Mas essa seria a única
derrota vermelha. O time deixaria o Paraguai com um empate e venceria os dois
jogos como anfitrião. Estava, outra vez, na final.
Do outro lado, andava o River Plate. Os Millonarios sofriam. Dos
tradicionais cinco grandes da Argentina, Boca Juniors, Independiente e Racing
haviam vencido a competição. O River perdera a decisão de 1966 para o Peñarol,
e, dez anos depois, para o Cruzeiro. O confronto marcava o reencontro do
América de Cali com Roque Alfaro, que retornara ao seu país em 1984. O time de
Núnez era uma seleção, com jogadores como Nery Pumpido, Oscar Ruggeri, Héctor
Enrique e Norberto Alonso. Os três primeiros haviam vencido, meses antes, a
Copa do Mundo — todos titulares na decisão.
A final seria incontestável. Apesar de o placar agregado ter sido baixo, 3 a
1, o River foi melhor nos dois confrontos, vencendo-os. No segundo jogo,
inclusive, Gareca seria expulso. Mas nem tudo seriam flores na decisão. O
artilheiro contaria bastidores do dia anterior à final no Monumental. “Gabriel
Ochoa Uribe quis fazer o reconhecimento do campo. Fomos no dia anterior e nos
ameaçaram com revólveres […] o paraguaio Cabañas foi chutado, me ameaçaram,
a Falcioni também, passamos mal. Não devíamos ter ido ao estádio naquele dia”,
disse Gareca à revista El Gráfico, como reportado pelo portal
Trome.
Esse tipo de acontecimento não era exatamente novidade na América do Sul.
Violências aconteciam e estão distribuídas em diversos relatos, como um de
Falcioni. “Eu estava no carro, alguns torcedores do Deportivo Cali me
xingaram, então eu saí […] fui em casa peguei uma 357 que eu tinha e voltei
[…] No dia seguinte, Don Miguel me chama. ‘Ele vai me expulsar. Que merda eu
fiz’. Ele veio e disse: ‘Da próxima vez que você tiver um revólver na mão e
não atirar, você estará em apuros comigo’”, falou ao
FutbolRed.

Diego Aguirre enterra o sonho do América

Em 1987, o América já não contava com os peruanos Cueto e La Rosa. Outra baixa
era Gerardo González Aquino, aposentado. Outros estrangeiros chegaram,
contudo. O melhor deles era o peruano Julio César Uribe. Do Santos, também
desembarcava o uruguaio Sergio Santín. Por muito pouco, o hexacampeonato
nacional não viria, acabando nas mãos do Millonarios.
Agora, um triunfo na Libertadores passava a ser obrigação. No Grupo 2, os
bolivianos The Strongest e Oriente Petrolero não impuseram dificuldades,
diferentemente do Deportivo Cali. Empatados em todos os critérios, os rivais
calenhos tiveram que disputar um jogo extra, vencido pelos
Escarlatas apenas nos pênaltis. Na segunda fase, o equilíbrio voltou a
ser marca fundamental. Se o Barcelona de Guayaquil não somou um ponto sequer,
o Cobreloa igualou o América, melhor apenas no saldo de gols.
Pela terceira vez consecutiva, o América chegava à decisão. O adversário da
vez era o Peñarol, treinado por Óscar Tabárez. O Maestro tinha sob sua
direção um time muito trabalhador, com a liderança do ataque cabendo a Diego
Aguirre. Os colombianos decidiram o jogo de ida, no Pascual Guerrero, já no
primeiro tempo. Battaglia e Cabañas confirmariam o triunfo: 2 a 0. No
Centenário, Cabañas voltaria a anotar, mas Aguirre e Jorge Villar confirmariam
a virada uruguaia, já no final: 2 a 1.
Outra vez, um jogo de desempate se fazia necessário. Dessa vez, Santiago
sediaria a finalíssima. O equilíbrio seria total. O placar permaneceria
inalterado no tempo regulamentar. Cabañas, pelo América, e José Herrera, pelo
Peñarol, seriam expulsos. Faltando segundos para o final da prorrogação,
Aguirre daria o golpe de misericórdia: “Não foi uma derrota, mas um golpe no
coração”, diria Falcioni, como reportou a edição colombiana do periódico
As.
Inevitavelmente, o Peñarol tinha seus méritos. “Foi aguerrido até o árbitro
dar o apito final, não deixou de correr, e a gente confiava que o tempo já
tinha acabado, quando saiu o gol do Diego Aguirre, foi esse o erro… Eu vi a
bola quando veio, mas pensei que se eu colocasse o pé poderia fazer um gol
contra, fiquei parado e vi quando a bola entrou, antes do barulho da trave”,
relatou o defensor Jairo Ampudia, também ao As.
O América voltaria a conquistar o Campeonato Colombiano em 1990. Era a última
conquista de Gabriel Ochoa Uribe. Na década, seriam mais dois títulos
nacionais, além de uma quarta derrota na Libertadores. Em 1996, o time que
tinha o goleiro Óscar Córdoba e o zagueiro Jorge Bermúdez encontraria
o encantador River Plate, que unia a juventude de Juan Pablo Sorín,
Javier Saviola, Marcelo Gallardo, Ariel Ortega, Matías Almeyda e Hernán
Crespo à experiência de Enzo Francescoli.
Na altura, os Rodríguez Orejuela já estavam presos. O futebol colombiano
mudava, como a
Folha
relataria em 1999. “Com a diminuição do dinheiro investido pelo narcotráfico,
os principais clubes estão recorrendo às divisões de base, pois não têm como
contratar jogadores consagrados”, contou o jornalista Javier Tejada.
O América teria poucos anos de sobrevida, antes de entrar em enorme crise. O
clube chegaria a ser incluído na famosa e temida
Lista Clinton, uma espécie de “lista negra” criada pelo então presidente estadunidense
Bill Clinton, na famigerada guerra estadunidense contra as drogas.
Os impactos de tal inclusão seriam nefastos para o clube já nos anos 2000. Sem
dinheiro e com dificuldades para encontrar investidores dispostos a apostar em
uma instituição marcada pelos EUA, o time decairia, chegando à segunda divisão
e permanecendo por muito tempo. Apenas em 2013, o América de Cali deixaria se
livraria do fardo, após a transformação em sociedade anônima.
O clube voltaria à elite em 2016, no mesmo ano em que o Atlético Nacional
conquistou o bicampeonato da Libertadores. Durante os anos de apogeu do
narcotráfico colombiano e de seus cartéis, o América de Cali experimentaria o
maior crescimento já visto no futebol colombiano. A queda, entretanto, também
seria a maior. A conquista continental segue sendo um sonho.

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