Em alta no Atlético de Madrid, Saúl merecia ir à Euro 2016
Atlético de Madrid em mais uma ótima temporada dos Colchoneros, Saúl Ñíguez mostrou maturidade para se firmar no onze
inicial da mais trabalhadora e coletiva das equipes de ponta do mundo. Como volante,
meia, na ponta e até mesmo na zaga, o espanhol revelou um estilo de jogo
completo; aguerrido e ao mesmo tempo técnico, de bom passe, infiltrações e
muita movimentação. Os nove gols marcados na temporada recém-finda foram apenas
a cereja do bolo de uma campanha brilhante.
Apontado por muitos como o sucessor
de Andrés Iniesta, Saúl fez bonito no período que passou emprestado ao Rayo
Vallecano e caiu nas graças de Diego Simeone em seu retorno ao Vicente
Calderón. Além da categoria que demonstra com a bola, o jogador revelou desde
então uma aptidão rara e de grande valor nos tempos atuais: a capacidade para
decidir. Saúl é um jogador que cresceu em momentos importantes da última
temporada.
Bayern de Munique, ambas pela UEFA Champions League, o espanhol foi brilhante.
Na primeira, uma assistência; na segunda, um gol antológico, passando por
vários marcadores e batendo com muita categoria o goleiro Manuel Neuer. Diante
disso, era natural vislumbrar um lugar dentre os 23 selecionáveis de Vicente
Del Bosque, que disputarão a Euro 2016. Como deixar de fora um jogador que
tanto tem entregado técnica e taticamente e ainda dá muitas alternativas para as eventualidades de uma competição?
sentido. Integrante da pré-lista de Del Bosque, Saúl disputaria seus primeiros
jogos pela Fúria – pensou a maioria
dos apaixonados pelo futebol. No entanto, o comandante hispânico optou por
preteri-lo. É claro que a escolha do elenco envolve muito mais do que somente a
forma técnica dos jogadores, mas a ausência de um atleta que tanto brilhou na
temporada causou estranheza para muitos.
Espanhola poderia ser um dos argumentos capazes de explicar a ausência do
jogador do Atleti. Todavia, outras
peças como Lucas Vázquez ou Aritz Aduriz também não preenchem tal requisito.
Outra razão que torna difícil compreender a ausência de Saúl é o chamado de
jogadores que não vivem seus melhores momentos, como Pedro Rodríguez, que não
se encontrou desde que assinou com o Chelsea, e David Silva, que novamente
viu-se às turras com lesões. Nestes casos, o elemento confiança do treinador
aparece como justificativa clara.
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questionamento: a convocação de Bruno Soriano. Aos 31 anos, o volante do
Villarreal fez ótima temporada, mas sua idade ocasiona uma dúvida clara:
considerando que não deverá ser titular (imaginando um quadro que impõe as
presenças de, no mínimo, Sergio Busquets e Iniesta) e já passou da casa dos
trinta anos, não seria mais interessante aproveitar a oportunidade para
integrar Saúl ao elenco, dando-lhe experiência e aumentando o número de
alternativas de jogo possíveis para o decorrer dos jogos?
escolhas sem que as mesmas sejam devidamente explicadas. Há fatores técnicos, táticos,
psicológicos e físicos envolvidos na seleção. Nesse sentido, Del Bosque perdeu
a oportunidade de explicar ao público suas opções (não que tivesse que
fazê-lo), proferindo declaração extremamente genérica acerca do tema:
“Elegemos os que consideramos melhores. Creio que com estes 23 temos
soluções, mas haveria outros jogadores que podiam ter vindo. Ainda não falei
pessoalmente com os jogadores excluídos. Compreendo que todos queriam estar
presentes, mas só temos 23 vagas”.
de Saúl não condiciona nada em relação à campanha da Espanha, mas pelo que
apresentou durante a temporada, merecimento para estar lá não faltou. Certo é que,
com apenas 21 anos, o jovem ainda pavimentará seu caminho com a Roja. No entanto, a Euro 2016 parecia
uma boa oportunidade para o início desta trajetória.