Elas vêm aí: Portugal e Rússia

Na última semana tratei do que as
Seleções do México e da Nigéria devem apresentar na Copa do Mundo. Nesta, o
foco são as equipes de Portugal e Rússia.

PORTUGAL
Time base: Rui Patrício; João
Pereira, Pepe, Bruno Alves, Fábio Coentrão; Miguel Veloso (Fernando), João
Moutinho, Raúl Meireles; Nani, Hélder Postiga (Hugo Almeida) e Cristiano
Ronaldo. Téc. Paulo Bento
Grupo: G. Com Alemanha, EUA e
Gana.
Expectativa: Deve avançar as
oitavas de finais e seu futuro dependerá do chaveamento posterior.

Histórico: Disputou cinco Copas
do Mundo. 11ª colocada em 2010.
Em 1966, Eusébio conduziu os
lusos ao terceiro lugar

Seleção do melhor jogador do
mundo
, Portugal tem tido resultados relevantes neste século. Apesar da fraca
campanha na Copa de 2002, em 2006 conquistou a quarta colocação – com uma
equipe que somou a experiência de Luis Figo e a juventude de Cristiano Ronaldo
– e em 2010, foi eliminado nas oitavas de finais para a campeã Espanha. Já na
Eurocopa, foi vice-campeão em 2004 (quando sediou o torneio) e quarto colocado
em 2012, perdendo, novamente, para a Espanha – nos pênaltis – nas semifinais.

Contando com o ápice da carreira
do melhor jogador do mundo, a equipe pode surpreender, como fez em 1966, quando
tinha grandes craques como Mario Coluna e Eusébio. Surpresa mesmo foi o
“esquecimento” do treinador Paulo Bento, que deixou uma possível lista de
convocados num restaurante.
Para o gol dois nomes estão
certos, o titular e o reserva. O sportinguista Rui Patrício será a escolha
principal, enquanto o bom goleiro do Sevilla, Beto, será seu imediato reserva.
Já a terceira peça deverá ser Anthony Lopes, jovem goleiro do Lyon. Quem corre
por fora é o experiente Eduardo, hoje no Braga. Patrício conta com a total
confiança do treinador e responsável por sua ascensão aos profissionais do
Sporting, em 2006.
As laterais, como indicou o
guardanapo esquecido por Paulo Bento, devem contar com apenas três convocados.
Os titulares são certezas. Pela direita jogará o arisco João Pereira, do
Valencia. Do lado oposto a titularidade ficará a cargo de Fábio Coentrão, veloz
lateral do Real Madrid. O suplente dos dois seria Sílvio, do Benfica, que tem
facilidade para atuar pelos dois lados, sendo peça útil na convocatória. As
outras possibilidades de que dispõe o treinador luso são Miguel Lopes (do
Lyon), para a direita, e Vitorino Antunes (do Málaga), para a esquerda. Paulo
Bento indicou, ainda, em seu rascunho que o zagueiro Ricardo Costa é opção para
a lateral direita em caso de necessidade.
Os zagueiros titulares também
estão definidos. Os experientes Pepe e Bruno Alves, do Real Madrid e do
Fenerbahçe, respectivamente, seguem no time, formando uma dupla muito sólida e,
por vezes, violenta. Seus reservas deverão ser Luis Neto, do Zenit, e o
experiente Ricardo Costa, do Valencia e que esteve nas Copas de 2006 e 2010.
Neste setor é muito difícil que a definição fuja destes nomes, mas, ainda
assim, a presença do zagueiro Rolando, da Inter de Milão, não está
completamente descartada.
Última escalação de Portugal

A opção pela convocação de apenas
três laterais reflete-se no meio-campo, que deverá contar com três volantes na
convocação. Titular há algum tempo, Miguel Veloso está confirmado na Copa do
Mundo, mas pode sofrer com a concorrência do recém-naturalizado Fernando,
brasileiro que atua no Porto. Outro nome que ganhou força nesta temporada é o
do jovem William Carvalho, do Sporting.

Um pouco à frente, jogarão o
excelente meia João Moutinho, hoje no Monaco, e o controverso mas eficiente
Raul Meireles, companheiro de Bruno Alves no Fenerbahçe. Além deles, para a
reserva está confirmada a presença do multifuncional Ruben Amorim, outro bom
jogador para se ter num grupo reduzido, como o que vai à Copa. Vale ressaltar
uma dúvida deixada por Paulo Bento. Três jogadores de posições diferentes
brigam por duas vagas. O meia Josué, do Porto, poderia ser outra alternativa
para o meio. Concorrem às vagas com ele o centroavante Edinho e o winger Ricardo Quaresma.
Pelas pontas outras duas
certezas. O lado esquerdo é do craque Cristiano Ronaldo, que já se consolidou
como o maior artilheiro da história da seleção. Já a direita pertence a Nani,
ainda no Manchester United. O reserva deste é Silvestre Varela do Porto. No outro flanco, Cristiano Ronaldo pode ou não ter um reserva específico. Como supramencionado,
há uma disputa em aberto. Caso o talentoso Quaresma (que está recuperando a boa
forma) seja convocado, será o reserva do capitão português. Alguns jogadores
como Pizzi, Licá, Bruma, Vieirinha e Danny foram convocados no último ano, mas
não devem vir ao Brasil.
Se a maior parte da seleção está
definida, na frente há problemas. Sem um centroavante eficiente desde a
aposentadoria de Pauleta, Portugal aposta suas fichas, novamente em Hélder
Postiga
e Hugo Almeida, jogadores limitados. Postiga é opção de maior
movimentação e Almeida dá mais presença de área à equipe. Edinho, do Erciyesspor,
seria outra possibilidade. Já o jovem Nélson Oliveira perdeu espaço e não deve
ser lembrado.
Com uma equipe definida há muito
tempo e a presença sempre decisiva de Cristiano Ronaldo, é possível o sonho de
uma boa colocação no torneio
, como mostram os recentes resultados da seleção em
competições oficiais.

RÚSSIA
Time base: Akinfeev; Kozlov,
Ignashevich, Granat (V. Berezutski), Kombarov; Shirokov, Glushakov (Denisov),
Fayzulin; Samedov, Kokorin, Kerzhakov (Zhirkov). Téc. Fabio Capello
Grupo: H. Com Argélia, Bélgica e
Coreia do Sul.
Expectativa: Deve avançar as
oitavas de finais.
Histórico: Disputou duas Copas,
além de outras sete como URSS. 22ª colocada em 2002.
Em 1994, Salenko foi um dos
artilheiros da Copa.

Tentando brilhar pela primeira
vez desde o fim da URSS
, a Seleção Russa apostou no experiente e vitorioso
treinador Fabio Capello. Desde 2012 no comando da equipe, o italiano promoveu
sensíveis alterações no time. Da safra semifinalista da Eurocopa de 2008, resta pouco.
Referências como o atacante Andrei Arshavin e o lateral direito Aleksandr
Anyukov perderam espaço e jogadores menos experientes chegaram à equipe.

Hoje, a Seleção tem nos pés do
jovem Aleksandr Kokorin sua maior esperança e em jogadores como o goleiro Igor Akinfeev
e o meia Roman Shirokov suas principais referências. Depois da
ausência de três Copas, os russos, certamente, entrarão na competição dispostos
a mudar o fraco histórico.
O goleiro titular é o já
citado Igor Akinfeev, dono da titularidade do CSKA desde os 17 anos e presença
frequente na Seleção desde os 18. Frio e dono de ótimos reflexos, é um dos
principais destaques da equipe. Seus reservas, como apontam as últimas
convocações, deverão ser o jovem Yuri Lodygin, titular do Zenit e responsável
por colocar no banco de reservas o experiente Vyacheslav Malafeev, titular da
Rússia na última Eurocopa, e o experiente Sergey Ryzhikov, do Rubin Kazan.
Outra possibilidade, mais remota, seria a convocação de Vladimir Gabulov, do Dinamo
Moscou.
Pelas laterais há novidades. Os
experientes Anuykov e Yuri Zhirkov perderam espaço e podem, inclusive, ficar de
fora da Copa (principalmente o primeiro). Quem aparece como a principal opção
para ocupar o flanco destro da defesa russa é Aleksey Kozlov, do Dinamo Moscou.
Igor Smolinkov e Evgeni Makeev são as outras opções convocadas recentemente. Do
lado esquerdo a situação está mais definida. Dmitri Kombarov, do Spartak
Moscou, é o titular. Georgi Schennikov, do CSKA, e Andrey Eshchenko (que também
pode atuar na direita), do Anzhi, disputam a reserva.
Última escalação da Rússia

A zaga conta com a experiência (e
a lentidão) de Sergey Ignashevich e Vasili Berezutski, do CSKA, e com Vladimir
Granat
, defensor que possui um pouco mais de mobilidade que seus companheiros.
O primeiro tem a titularidade assegurada, já os outros tem se revezado nas
últimas partidas. A outra vaga da zaga deverá ficar com o jovem Maksin Belyaev,
do Lokomotiv Moscou.

O meio campo titular mais
utilizado nos últimos jogos da seleção foi formado por Denis Glushakov, do
Spartak, Shirokov, que pertence ao Zenit, tem sido o capitão da equipe e está
emprestado ao Krasnodar, e Viktor Fayzulin, do Zenit. Quem pode recuperar um
lugar no time titular é o antigo capitão da equipe Igor Denisov, um dos pivôs
das confusões que aconteceram com o atacante brasileiro Hulk, em sua chegada ao
Zenit. Outras peças que podem compor o meio russo são Aleksandr Ryazantsev e
Oleg Shatov, ambos do Zenit, além de Dmitri Tarasov, do Lokomotiv e do excelente
Alan Dzagoev, do CSKA. Destes quatro últimos, ressalva feita a Tarasov, todos
podem atuar mais avançados, eventualmente.
Pelas pontas há uma certeza e uma
dúvida. Pela direita é certa a titularidade de Aleksandr Samedov, do Lokomotiv
Moscou que, em 29 jogos na temporada marcou seis gols e criou 12 assistências.
Já pela esquerda, alguns jogadores passaram nos últimos jogos. Kokorin, que é
preferencialmente um atacante centralizado, foi a escolha mais utilizada.
Outros jogadores utilizados na função foram o experiente Yuri Zhirkov, o citado
Ryazantsev e Aleksey Ionov, do Dinamo Moscou.
Na frente é provável que o
experiente Aleksandr Kerzhakov seja titular, com o deslocamento de Kokorin para
o lado esquerdo. Este, independentemente de onde jogar, é titular e, caso seja
escolhido outro jogador para atuar como winger,
será o centroavante russo, relegando Kerzhakov ao banco de reservas.

Após a má campanha na Eurocopa de
2012 a equipe passou por um processo de remontagem e foi muito bem nas
eliminatórias para a Copa, liderando um grupo composto por Portugal, Israel,
Azerbaijão, Irlanda do Norte e Luxemburgo. Sempre se espera algo dos russos,
mas a verdade é que é difícil prever o que farão na Copa.



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