Elas vêm aí: Argentina e Austrália

Depois de
retratar um pouco do panorama das seleções alemã e argelina – seus destaques, fraquezas, dúvidas e expectativas – trago um pouco das
seleções argentina e australiana.

ARGENTINA

Time esperado: Romero;
Zabaleta, Garay (Campagnaro), Fernández (Basanta), Rojo; Mascherano, Banega, Dí
Maria; Higuaín (Lavezzi), Messi, Agüero. Téc. Alejandro Sabella

Grupo: F. Com Bósnia, Irã
e Nigéria.

Expectativa: brigará pelo
título.

Histórico: Bicampeã (1978 e
1986) e quinta colocada no último mundial.

Buscando o
tricampeonato a 28 anos
, a Alvi Celeste terá
mais uma vez uma grande chance neste ano. É certamente uma das candidatas ao título, mas,
apesar de trazer uma geração fantástica de jogadores, não é possível ter
certezas sobre o seu desempenho, afinal, grandes gerações argentinas já pereceram
rapidamente
na competição, como em 2002, quando a seleção sequer passou da
primeira fase.

Maradona e a Taça de 1986

No gol da
seleção há algum tempo, o arqueiro Sérgio Romero não é unanimidade e não tem
vivido um bom momento em sua carreira
. Depois de passar algumas temporadas
seguras na Sampdoria, decidiu seguir para o Monaco, onde é reserva. Apesar
disso, é quem melhor se apresentou na seleção. Seu principal concorrente é
Mariano Andújar, do Catania, que, conquanto seja titular em seu clube, não teve
bom desempenho pela seleção. A titularidade de Romero é uma certeza.


A linha
defensiva da Argentina é seu principal problema
. Sem demonstrar muita
segurança, os zagueiros argentinos tem sido muito criticados. Dentre as opções
disponíveis, quem mais se destaca é Ezequiel Garay, do Benfica, defensor firme
e forte no jogo aéreo. As outras possibilidades cogitadas são o experiente Hugo
Campagnaro
, da Inter de Milão, Federico Fernández, do Napoli, José Maria
Basanta
, do Monterrey, e Nicolás Otamendi, do Porto. Deve sair desses quatro
nomes o companheiro de zaga de Garay, quem teve mais chances foi Fernández.

Última escalação da Argentina

Já pelas
laterais a situação é um pouco menos crítica
. Pela direita o titular deverá ser
Pablo Zabaleta, que, embora não apresente o mesmo desempenho do Manchester
City, é experiente e vive o melhor momento técnico de sua carreira. Pela
esquerda, o titular deverá ser Marcos Rojo, zagueiro de origem e canhoto, foi a opção mais testada e, demonstrando solidez defensiva, dificilmente não será o
escolhido do treinador Alejandro Sabella para o mundial.


Protegendo o
setor defensivo e garantindo a liberdade dos meias
, caberá a Javier Mascherano
o trabalho sujo da equipe. Único volante de contenção da equipe, é titular e
capitão na seleção. Nem a mudança de posição no Barcelona (onde atua como
zagueiro) o tira dos onze titulares.


Um pouco mais a
frente
, Banega tem sido o responsável por auxiliar Mascherano, contudo é
criativo e não tem tanta afeição pelo serviço defensivo. Outras opções para a
posição são Lucas Biglia, Fernando Gago e Ricky Alvarez.

Criando e
definindo as jogadas, a Argentina tem um “quadrado mágico”
. Mas, se os
brasileiros hoje se arrepiam ao ouvir essa expressão (lembrando do ataque
brasileiro de 2006, formado por Kaká, Ronaldinho, Ronaldo e Adriano), os
argentinos tem nela a sua principal esperança. Angel Dí Maria, Lionel Messi e
Sergio Agüero
são titulares absolutos, com todos os méritos. Já o quarto
elemento deverá ser escolhido entre Gonzalo Higuaín, favorito a vaga, e
Ezequiel Lavezzi.

Há ainda as
possibilidades de Rodrigo Palacio e Érik Lamela, mas estes estão atrás na
corrida pelo lugar. Uma última, e remota possiblidade é Carlitos Tévez, que
vive ótimo momento na Juventus, e, segundo o presidente da Federação Argentina,
Julio Grondona, tem as portas da seleção abertas. Contudo, diz-se que ele não
tem uma boa relação com Messi, o que o tiraria da disputa
.



Com um ataque
massivo
, a Argentina tem tudo para fazer uma boa Copa do Mundo. Se seus
jogadores de defesa estiverem entrosados e conseguirem alcançar sua melhor
forma técnica a Argentina será uma das favoritas, por enquanto é candidata ao
título mas não favorita
.





AUSTRÁLIA

Time esperado: Ryan; Wilkshire, Lucas Neill, Williams, Davidson
(McKay); Milligan, Jedinak, Bresciano, Holman; Tim Cahill e Joshua Kennedy (Kruse).
Téc. Ange Postecoglou.

Grupo: B. Com Espanha,
Holanda e Chile

Expectativa: Figurante.

Histórico: Participou das
Copas de 1974, 2006 e 2010. 21ª colocada no último mundial.

Azarada, a
seleção australiana não deverá ter nenhuma chance na competição e precisará de
sorte para não passar um grande vexame
. Até o sorteio dos grupos, os Socceroos viviam a esperança de chegar
às oitavas de final, mas, num grupo com Espanha, Holanda e Chile, a Austrália
viu qualquer chance de sucesso se extinguir rapidamente.
Harry Kewell foi um dos destaques
da última grande geração australiana
Com uma geração
muito menos talentosa que a das Copas de 2006 e 2010
, que tinha bons jogadores
como o goleiro Mark Schwarzer, os meias Vincenzo Grella, Jason Culina e Brett
Emerton e os atacantes Harry Kewell e Mark Viduka, o último lugar no grupo
será, provavelmente, o destino da equipe.

O sucessor do
goleiro Schwarzer
– jogador que mais vezes defendeu a seleção – será Mathew
Ryan
, do Club Brugge. Quem tenta, ainda, conseguir a vaga é o arqueiro reserva
do Borussia Dortmund Mitchell Langerak, mas deverá ser reserva.

Na lateral
direita a equipe terá um dos remanescentes da sua “geração dourada”. É Luke
Wilkshire
, jogador do Dinamo Moscou e o segundo jogador, em atividade, com mais
partidas pela seleção. Já pela esquerda a titularidade é disputada por Matt
McKay
, jogador de 31 anos e com 45 partidas pela seleção e pelo jovem Jason
Davidson
de 22 anos.

A dupla de zaga será
provavelmente composta pelo interminável Lucas Neill, de 35 anos, atualmente sem
clube e que já disputou 96 partidas pela seleção e por Rhys Williams de 25
anos, que está no Middlesbrough desde 2008 e só não disputou a Copa do Mundo de
2010 por conta de uma grave lesão contraída às vésperas. Neill é outro
remanescente da grande geração que chegou às oitavas de final na Copa da
Alemanha em 2006. Curiosamente, naquela ocasião, ele foi o pivô da eliminação
dos Socceroos, cometendo o pênalti
que deu a magra vitória da Itália – por 1×0 – nas oitavas
.

Última escalação da Austrália
O meio-campo
australiano é a parte da seleção que possui mais qualidade
. Mark Milligan, Mark
Bresciano
e Mile Jedinak formam um tridente na meia cancha que se
responsabiliza por destruir as investidas adversárias quando a equipe é atacada
e também por iniciar as ações ofensivas da equipe. Experientes e vividos (Bresciano
fez carreira na Itália e Jedinak atua na Premier League), ditam o toque de bola
da equipe
.

Mais à frente,
atuam o eficiente Brett Holman, que passou por AZ Alkmaar e Aston Villa, e o
craque da equipe Tim Cahill. O primeiro alia muita velocidade com razoável
habilidade e deve ser a principal válvula de escape da equipe. Já Cahill, que
está envelhecido, é mais inteligente e menos veloz. Contudo, sua finalização de
média distância e seu forte cabeceio – apesar de não ser alto – fazem dele o
jogador mais perigoso da equipe. Fez história no Milwall e no Everton e é o
maior artilheiro da história de sua seleção
. Na ausência de algum desses
jogadores a opção mais provável para seus lugares é o meia Dario Vidosic do
FC Sion.

Isolado no
ataque jogará
, a princípio, o centroavante Joshua Kennedy. Com uma média de
gols razoável (17 tentos em 33 jogos), será a principal esperança de gols. Seu
1,94m mostra que sua principal característica é o jogo aéreo. Uma alternativa
para o ataque australiano é Robbie Kruse, atacante do Bayer Leverkusen.

Apesar de
possuir alguns – poucos é verdade – jogadores de talento, a Austrália deve se
acostumar com a dura realidade, e torcer para que a quarta colocação do grupo
não venha acompanhada de um vexame
.




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