Craques das Copas: 1950 e 1998
Após homenagear
o craque austríaco Matthias Sindelar, que em função da anexação da Áustria a Alemanha e de sua recusa em defender os germânicos, não pôde disputar a Copa do Mundo de 1938, e tratar dos craques da Copa de 2002, falo um pouco sobre os
grandes destaques da competição de 1950 e 1998.
o craque austríaco Matthias Sindelar, que em função da anexação da Áustria a Alemanha e de sua recusa em defender os germânicos, não pôde disputar a Copa do Mundo de 1938, e tratar dos craques da Copa de 2002, falo um pouco sobre os
grandes destaques da competição de 1950 e 1998.
Ficha técnica
Nome: Thomaz
Soares da Silva
Soares da Silva
Data de
nascimento/falecimento: 14 de setembro de 1921/ 08 de fevereiro de 2002
nascimento/falecimento: 14 de setembro de 1921/ 08 de fevereiro de 2002
Local de
nascimento: São Gonçalo (RJ), Brasil
nascimento: São Gonçalo (RJ), Brasil
Carreira: Flamengo
(1939-1950), Bangu (1950-1957), São Paulo (1957-1958), Uberaba (1959-1960) e
Audax Italiano (1961-1962)
(1939-1950), Bangu (1950-1957), São Paulo (1957-1958), Uberaba (1959-1960) e
Audax Italiano (1961-1962)
Títulos: Campeonato
Carioca (1942, 1943, 1944), pelo Flamengo, Campeonato Paulista (1957), Copa
América (1949), pelo Brasil
Carioca (1942, 1943, 1944), pelo Flamengo, Campeonato Paulista (1957), Copa
América (1949), pelo Brasil
Maior craque
brasileiro na Era Pré-Pelé, Zizinho é
também considerado o segundo jogador brasileiro mais completo de toda a
história. Ídolo de Pelé, Mestre Ziza –
como ficou conhecido – tinha excepcional refino técnico, capacidade de dar os
maiores dribles nos menores espaços, malícia e grande valentia. Não havia
defensor capaz de intimida-lo. Entretanto, nem sua enorme genialidade foi
capaz de evitar o tão lamentado e terrífico Maracanazzo.
brasileiro na Era Pré-Pelé, Zizinho é
também considerado o segundo jogador brasileiro mais completo de toda a
história. Ídolo de Pelé, Mestre Ziza –
como ficou conhecido – tinha excepcional refino técnico, capacidade de dar os
maiores dribles nos menores espaços, malícia e grande valentia. Não havia
defensor capaz de intimida-lo. Entretanto, nem sua enorme genialidade foi
capaz de evitar o tão lamentado e terrífico Maracanazzo.
Atuando em casa,
após 12 anos de interregno sem a emoção de uma Copa do Mundo – em razão da Segunda
Guerra Mundial –, a tarefa de deixar a Taça Jules Rimet no país pela primeira
vez era inglória, mas conduziria o escrete brasileiro à glória. Ladeado por
grandes jogadores como Ademir de Menezes e Jair da Rosa Pinto, além do arqueiro
Barbosa, Zizinho tinha que conduzir o Brasil ao topo.
após 12 anos de interregno sem a emoção de uma Copa do Mundo – em razão da Segunda
Guerra Mundial –, a tarefa de deixar a Taça Jules Rimet no país pela primeira
vez era inglória, mas conduziria o escrete brasileiro à glória. Ladeado por
grandes jogadores como Ademir de Menezes e Jair da Rosa Pinto, além do arqueiro
Barbosa, Zizinho tinha que conduzir o Brasil ao topo.
O que começou
arrasador com uma goleada frente ao México (4×0), perdeu um pouco de seu brilho
no empate com a Suíça (2×2) e ficou sério na aplicada vitória contra a
Iugoslávia (2×0), um dos gols marcados por Zizinho. No quadrangular final, duas
goleadas acachapantes (7×1 na Suécia e 6×1 na Espanha) assombraram a todos e
deixaram a Seleção Canarinha muito perto de seu primeiro título. Não contava o
destino, que o Uruguai, que havia apenas empatado com a Espanha e conquistado
vitória magra contra os suecos (3×2), nos venceria.
arrasador com uma goleada frente ao México (4×0), perdeu um pouco de seu brilho
no empate com a Suíça (2×2) e ficou sério na aplicada vitória contra a
Iugoslávia (2×0), um dos gols marcados por Zizinho. No quadrangular final, duas
goleadas acachapantes (7×1 na Suécia e 6×1 na Espanha) assombraram a todos e
deixaram a Seleção Canarinha muito perto de seu primeiro título. Não contava o
destino, que o Uruguai, que havia apenas empatado com a Espanha e conquistado
vitória magra contra os suecos (3×2), nos venceria.
A dor lancinante
da derrota marcou a todos os integrantes do selecionado brasileiro, mas, em
especial o goleiro Barbosa – responsabilizado pela derrota contra o Uruguai – e
Zizinho, um craque sem Copa. Ainda assim, o atleta, recém-transferido do
Flamengo para o Bangu, foi eleito o grande craque da competição. No Rubro-Negro carioca, é considerado, ao
lado de Zico, o maior de todos os tempos.
da derrota marcou a todos os integrantes do selecionado brasileiro, mas, em
especial o goleiro Barbosa – responsabilizado pela derrota contra o Uruguai – e
Zizinho, um craque sem Copa. Ainda assim, o atleta, recém-transferido do
Flamengo para o Bangu, foi eleito o grande craque da competição. No Rubro-Negro carioca, é considerado, ao
lado de Zico, o maior de todos os tempos.
Ao todo, Mestre Ziza envergou a camisa brasileira
em 54 ocasiões, marcando 30 gols. No verbo do inolvidável Nelson Rodrigues, que
garantia que ao mero anúncio do nome do craque, já se sabia quem seria o
vencedor da partida, “não há bola no mundo que seja indiferente a Zizinho.”
em 54 ocasiões, marcando 30 gols. No verbo do inolvidável Nelson Rodrigues, que
garantia que ao mero anúncio do nome do craque, já se sabia quem seria o
vencedor da partida, “não há bola no mundo que seja indiferente a Zizinho.”
O primeiro ícone
de uma extensa e magnífica linhagem de meio-campistas brasileiros, que vai de nomes
como Pelé, passa pelos grandes nomes das décadas de 70 e 80 até os tempos
hodiernos, Zizinho não é lembrado como
merece, reflexo do longínquo ano de 1950, individualmente fantástico e
coletivamente fatídico.
de uma extensa e magnífica linhagem de meio-campistas brasileiros, que vai de nomes
como Pelé, passa pelos grandes nomes das décadas de 70 e 80 até os tempos
hodiernos, Zizinho não é lembrado como
merece, reflexo do longínquo ano de 1950, individualmente fantástico e
coletivamente fatídico.
1998 – ZINEDINE ZIDANE
Ficha técnica
Nome: Zinedine
Yazid Zidane
Yazid Zidane
Data de
nascimento: 23 de junho de 1972
nascimento: 23 de junho de 1972
Local de
nascimento: Marselha, França
nascimento: Marselha, França
Carreira: Cannes
(1989-1992), Bordeaux (1992-1996), Juventus (1996-2001) e Real Madrid
(2001-2006)
(1989-1992), Bordeaux (1992-1996), Juventus (1996-2001) e Real Madrid
(2001-2006)
Títulos: Copa
Intertoto (1995), pelo Bordeaux, Serie A (1996-1997, 1997-1998), Supercoppa da
Itália (1997), UEFA Super Cup (1996), Campeonato Mundial (1996), Copa Intertoto
(1999), pela Juventus, La Liga (2002-2003), Supercopa da Espanha (2001 e 2003),
UEFA Champions League (2001-2002), UEFA Super Cup (2002), Campeonato Mundial (2002),
pelo Real Madrid, Copa do Mundo (1998) e UEFA Euro (2000), pela França.
Intertoto (1995), pelo Bordeaux, Serie A (1996-1997, 1997-1998), Supercoppa da
Itália (1997), UEFA Super Cup (1996), Campeonato Mundial (1996), Copa Intertoto
(1999), pela Juventus, La Liga (2002-2003), Supercopa da Espanha (2001 e 2003),
UEFA Champions League (2001-2002), UEFA Super Cup (2002), Campeonato Mundial (2002),
pelo Real Madrid, Copa do Mundo (1998) e UEFA Euro (2000), pela França.
Provavelmente o
maior craque da história do futebol francês, e certamente o melhor jogador da
Copa de 1998, o nome Zinedine Zidane poderia ser sinônimo de classe, elegância.
Dono de técnica absolutamente refinada, passes de acuidade gigantesca,
capacidade de controle e distribuição de jogo ímpares, o francês, de origens
argelinas, foi o cérebro da Seleção Francesa.
maior craque da história do futebol francês, e certamente o melhor jogador da
Copa de 1998, o nome Zinedine Zidane poderia ser sinônimo de classe, elegância.
Dono de técnica absolutamente refinada, passes de acuidade gigantesca,
capacidade de controle e distribuição de jogo ímpares, o francês, de origens
argelinas, foi o cérebro da Seleção Francesa.
Líder técnico de
uma equipe que possuía jogadores da qualidade de Lilian Thuram, Didier
Deschamps, Emmanuel Petit e Marcelo Desailly, Zidane fez exatamente o que dele
se esperava. Como Maradona em 1986, chamou para si a responsabilidade e foi
decisivo. Apesar de ter marcado apenas dois gols durante as cinco partidas que
disputou, escolheu cuidadosamente a hora de marca-los. Pior para nós,
brasileiros, que vimos sua estrela brilhar na finalíssima, ofuscando o Brasil
do enfermo Ronaldo.
uma equipe que possuía jogadores da qualidade de Lilian Thuram, Didier
Deschamps, Emmanuel Petit e Marcelo Desailly, Zidane fez exatamente o que dele
se esperava. Como Maradona em 1986, chamou para si a responsabilidade e foi
decisivo. Apesar de ter marcado apenas dois gols durante as cinco partidas que
disputou, escolheu cuidadosamente a hora de marca-los. Pior para nós,
brasileiros, que vimos sua estrela brilhar na finalíssima, ofuscando o Brasil
do enfermo Ronaldo.
Brigando para
conquistar o título em casa, Zizou
pode ter entrado na competição pressionado, o que justificaria sua expulsão na
goleada da Les Bleus contra a Arábia
Saudita.
conquistar o título em casa, Zizou
pode ter entrado na competição pressionado, o que justificaria sua expulsão na
goleada da Les Bleus contra a Arábia
Saudita.
Como aconteceria
em 2002 com Ronaldo e Oliver Kahn, Zidane não foi eleito o melhor jogador da
competição, posto ocupado pelo centroavante brasileiro. Contudo, a justiça veio
ao final do ano, quando a FIFA congratulou-o com o prêmio de melhor jogador do
mundo do ano.
em 2002 com Ronaldo e Oliver Kahn, Zidane não foi eleito o melhor jogador da
competição, posto ocupado pelo centroavante brasileiro. Contudo, a justiça veio
ao final do ano, quando a FIFA congratulou-o com o prêmio de melhor jogador do
mundo do ano.
Ao final de sua
carreira, o craque contabilizou 108 partidas pela França, anotando 31 gols, os
quais lhe rendem a quarta colocação na artilharia de todos os tempos de sua
Seleção. Além disso, é também o quarto atleta que mais vezes envergou o manto
francês. Estas marcas poderiam ser ainda maiores, afinal, em 2004, após a
eliminação da UEFA Euro, o craque anunciou sua aposentadoria da Seleção.
Contudo, foi convencido por Raymond Domenech a retornar em 2006, quando
conduziu os franceses à final.
carreira, o craque contabilizou 108 partidas pela França, anotando 31 gols, os
quais lhe rendem a quarta colocação na artilharia de todos os tempos de sua
Seleção. Além disso, é também o quarto atleta que mais vezes envergou o manto
francês. Estas marcas poderiam ser ainda maiores, afinal, em 2004, após a
eliminação da UEFA Euro, o craque anunciou sua aposentadoria da Seleção.
Contudo, foi convencido por Raymond Domenech a retornar em 2006, quando
conduziu os franceses à final.
Em entrevista
recente, Zidane admitiu que, em seu país, todos queriam fazer a final contra o
Brasil. Na ocasião, disse ao SporTV: “Para
nós, da França, havia o desejo de jogar contra o Brasil. Todo mundo queria essa
final com o Brasil. Foi uma façanha que fizemos aos poucos e que depois
percebemos que ficaríamos na história do futebol francês.” Na mesma entrevista garantiu que os franceses
não se consideravam favoritos. Todavia, como veríamos, não apostar em uma
equipe comandada pelo indescritível talento de Zidane era loucura.
recente, Zidane admitiu que, em seu país, todos queriam fazer a final contra o
Brasil. Na ocasião, disse ao SporTV: “Para
nós, da França, havia o desejo de jogar contra o Brasil. Todo mundo queria essa
final com o Brasil. Foi uma façanha que fizemos aos poucos e que depois
percebemos que ficaríamos na história do futebol francês.” Na mesma entrevista garantiu que os franceses
não se consideravam favoritos. Todavia, como veríamos, não apostar em uma
equipe comandada pelo indescritível talento de Zidane era loucura.