Com Kranevitter, o futuro argentino está em boas mãos

Nos últimos anos, a despeito da
indescritível importância de Lionel Messi para o futebol argentino, muitas
vezes a figura a que nos remetemos ao pensar na Albiceleste é a de Javier Mascherano: o líder moral, a
personificação da entrega, e, em suma, a cara da equipe. Todavia, é sabido que El Jefecito atua mais na zaga do que no
meio-campo no Barcelona e já não é um garoto (completa 32 anos em 2016). Para
sorte dos Hermanos, a longo prazo, Masche já tem um forte candidato a sua
sucessão: Matías Kranevitter.

De mesma origem que Mascherano,
Kranevitter começou sua trajetória como futebolista profissional no River Plate
e obteve passagens pelas equipes de base da Seleção Argentina. Seu surgimento
deu-se em mal momento para os Millonarios.
Em recuperação após retornar da segunda divisão, o River estava saindo do fundo
do poço. El Tucumano apareceu no
final da temporada 2012-2013 e não desperdiçou sua chance.
Sua evolução se deveu, em grande
medida, ao retorno de Ramón Díaz ao comando do River e, na sequência, à chegada
de Marcelo Gallardo. Com demonstrações de muita técnica para sair jogando e
grande capacidade para desarmar seus adversários, Kranevitter rapidamente
passou a encher os olhos de quem o assistia. Como Mascherano, não é um jogador
dado a avanços, mas aquela figura que, de trás, orienta o jogo de toda a
equipe.
Sua evolução foi atrapalhada por
uma lesão contraída em 2014, em confronto contra o Independiente. Nada que
tenha impedido o jogador de voltar a tempo de ver de dentro da cancha o River
ganhar a Copa Sul-Americana de 2014 e retornar em excelente nível em 2015,
sendo importantíssimo para o título da Copa Libertadores do referido ano. Como
dado curioso, o volante recebeu apenas um cartão amarelo na referida
competição, ficando de fora apenas da estreia.

Assim, foi vendido ao Atlético de
Madrid, deixando os Millonarios após
a dura, porém honrada com muito suor, derrota para o Barcelona no Mundial de
Clubes.

“Obrigado por me ensinar a, desde
pequeno, ser uma pessoa e por tudo o que me deu nestes oito anos. Vou sentir
falta disso, de verdade. Muito obrigado pelo apoio, Club Atlético River Plate
”,
publicou em suas redes sociais.

Pela Albiceleste, Kranevitter estreou em setembro de 2015, em jogo
contra a Bolívia, voltando a entrar em campo contra México, Paraguai e Chile. Este último encontro, ocorrido na última quinta-feira (24), revelou tudo o que já
se imaginava.
Substituindo El Jefecito, que estava suspenso, Kranevitter foi muito bem. Controlando as
ações, segundo o Opta, venceu 85,7%
das bolas que disputou, foi 100% efetivo nas disputas aéreas e acertou 84% de
seus passes – foi, ainda, o terceiro jogador que mais passou a bola no
confronto. Tudo isso, contra uma grande seleção, a atual campeã da Copa
América.
Pelo Atlético de Madrid, o garoto
de 22 anos também vem ganhando espaço. Já tem nove partidas com a camisa dos Colchoneros, o que não é pouco em um
clube que há tempos tem um meio-campo forte. Diego Simeone, seu comandante,
pediu sua contratação e vem dando-lhe atenção especial. Por sua vez,
Kranevitter só vê benefícios em ser treinado por um ex-jogador da importância
de Cholo e um treinador que, a cada
dia, é mais considerado no rol dos melhores do mundo.

“Simeone me dá muitas instruções sobre o esquema, a maneira com que
joga o Atlético, que é diferente da que eu jogava no River. Aos poucos vou entrando
no time. Sabendo que Simeone conhece a posição, só me resta escutar e aprender”,

disse Kranevitter ao Mundo Deportivo,
no início do último mês de fevereiro.

Buscando evoluir e atuando em uma
equipe que o permite fazê-lo, Kranevitter vai pavimentando seu lugar na Seleção
Argentina e confirmando o que já era esperado há algum tempo: é o candidato
natural à sucessão de Mascherano. A tendência é que o jogador só melhore sob a
batuta de Simeone e continue mostrando desempenhos como seu último pela Albiceleste.

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