Colônia luso-argentina em Valência
Na última
temporada, o tradicional Valencia fez uma temporada bem abaixo do que dele se
espera usualmente. Sob o comando do argentino Juan Antonio Pizzi, que havia
conquistado o Torneo Apertura com o San Lorenzo e que também jogou no clube
valenciano, o desempenho de Diego Alves e companhia não permitiu ao clube nem
uma vaga na Europa League. Ao final, o Valencia ficou atrás de Sevilla, Athletic
Bilbao, Real Sociedad e Villarreal (além dos três primeiros, obviamente).
esse quadro, a direção de Los Murciélagos
contratou o jovem comandante português Nuno Espírito Santo, ex-goleiro e que,
na última temporada, com o modestíssimo Rio Ave, fez brilhantes campanhas em Portugal, chegando às finais
tanto da Copa de Portugal quanto da Copa da Liga Portuguesa, ambos os títulos
perdidos para o Benfica.
poderia esperar, o técnico luso trouxe para sua equipe alguns compatriotas e
também um hispano-brasileiro, que, todavia, estava atuando no futebol
de Portugal. Visando principalmente jogadores mais jovens, o treinador recebeu,
para o setor defensivo, João Cancelo, lateral direito que chega do Benfica por empréstimo,
e Ruben Vezo (foto), zagueiro com passagens pelas Seleções de base de Portugal e ex-Vitória
de Setúbal.
para múltiplas funções de defesa e meio-campo, chegou André Gomes, também vindo dos Encarnados; para o ataque o promissor, mas ainda
inconstante, Rodrigo, brasileiro naturalizado espanhol e também ex-benfiquista.
Provenientes de Portugal, estes jogadores se juntarão a João Pereira e Helder
Postiga (cuja permanência é incerta, uma vez que o jogador, junto com Jonathan
Viera e Jonas, treina em separado), que já estavam no clube. A conta poderia
ser ainda maior caso o zagueiro Ricardo Costa não tivesse deixado a equipe. Além dele, o clube contou com as significativas perdas de Jeremy Mathieu e Juan Bernat, o primeiro para o Barcelona e o último para o Bayern de Munique.
não bastasse, o clube ainda tenta fechar com o argentino Enzo Pérez, jogador de
qual clube? Do Benfica, é claro! Essa especulação traz à tona outra tendência
do clube espanhol: a contratação de argentinos. Nesta temporada, foram três,
Rodrigo De Paul (foto) e Bruno Zuculini, ambos ex-Racing – o segundo
chega por empréstimo, junto ao Manchester City –, e o lateral esquerdo Lucas Orbán,
que já estreou marcando um gol.
Outro nome que pode ser aqui incluído é o do
zagueiro Nicolás Otamendi, que, apesar de ter sido contratado na última janela
de transferências, só agora é definitivamente atleta da equipe (esteve
emprestado ao Atlético Mineiro). Curiosamente, o defensor também é proveniente
do futebol luso, mas do Porto. A esses
argentinos junta-se Pablo Piatti, veloz atacante de lado de campo.
um jogo de muita velocidade e movimentação. Apesar de ainda não contar com um
destacável construtor de jogo (que seria, justamente, Enzo Pérez), a equipe tem
ótimas opções pelos lados do campo, centroavantes móveis e meio-campistas de
boa circulação da bola – sobretudo Dani Parejo, o novo capitão da equipe. Em
seu primeiro teste, contra o bom Sevilla – atual campeão da Europa League – os Valencianistas foram superiores durante
a maior parte do jogo e saíram da bela Sevilha com um bom empate.
Com
muitas novidades – ressaltando-se, por último, a chegada do zagueiro alemão Shkodran
Mustafi, campeão mundial –, a maior parte delas apostas, o Valencia sofreu um processo drástico de reformulação e passou a contar com uma verdadeira colônia
de portugueses e argentinos. Agora, o clube quer voltar ao posto de intruso
indesejado na parte de cima da tabela do Espanhol, buscando, assim, retornar às
competições europeias.