Chegou a sua hora, Roma?

A temporada 2013-2014 pode ter
surpreendido os torcedores romanistas. Após um insosso sexto lugar no ano
anterior, ficando fora de todas as competições europeias e mais de 20 pontos
atrás da campeã Juventus, os Giallorossi contrataram
o competente treinador Rudi García, que vinha de sólido trabalho no Lille, e,
durante boa parte do ano, sonharam e lutaram pelo título. O justo segundo lugar
permitiu novas e revigoradas expectativas para esta temporada.

Buscando sua reconstrução, no
último ano, a Roma contratou jogadores de grande experiência para dar suporte à
equipe, um velho conhecido do treinador francês e algumas apostas – duas delas,
Mehdi Benatia e Kevin Strootman, com excelentes resultados. Apesar disso, algumas
vezes faltaram peças de reposição e a equipe fraquejou nos momentos mais
importantes da temporada, deixando-se atropelar pela Vecchia Signora.
Para este ano, a única baixa
relevante sofrida pelo clube da capital italiana foi Benatia, vendido ao Bayern
de Munique, por um vultoso montante. Além dele, vale a ressalva quanto às
saídas do lateral esquerdo Dodô, jogador muito irregular, por empréstimo à
Internazionale, e do experiente Rodrigo Taddei. Por outro lado, mais de dez
atletas chegaram ao clube.
Para suprir a saída de seu
importante zagueiro, agora bávaro, desembarcaram no clube o grego Konstantinos
Manolas
(foto), que fez ótima Copa do Mundo, o italiano Davide Astori, comumente
convocado, e o promissor Mapou YangaMbiwa, que se encontrava inadaptado no
Newcastle. Estes dois últimos chegam por empréstimo.
A lateral esquerda, setor mais
irregular da Roma na última temporada – que contou com Federico Balzaretti e
Dodô, como jogadores naturais da função, mas que também se viu ocupada pelo
lateral direito Vasilis Torosidis e pelo zagueiro Leandro Castán –, ganhou
novas alternativas.
Experiente, Ashley Cole (foto) chega do Chelsea após
uma temporada fraca. Entretanto, um exemplo pode ser usado a seu favor. Quando o
lateral direito Maicon chegou do Manchester City, muitos consideraram sua
carreira terminada e, apesar disso, o que se viu foi o brasileiro dando a volta
por cima. Além do inglês, o grego José Holebas também é novidade. Por fim, Urby
Emanuelson
, que se acostumou a atuar no meio-campo nos últimos anos, mas é lateral
esquerdo de origem, também é outra opção.
No meio-campo, que ficou carente
com a lesão de Strootman, Miralen Pjanic e Daniele De Rossi ganharam novos
companheiros. O belga Radja Nainggolan foi contratado em definitivo após um
período de empréstimo e o experiente Seydou Keita chegou sem custos, vindo do
Valencia. Em uma temporada longa, a presença destes dois reforços promete ser
vital.
O setor ofensivo também ganhou
novas alternativas. Foram feitas quatro apostas. Meio-campistas ofensivos, os
promissores Salih Ucan, turco que chega por empréstimo junto ao Fenerbahçe, e
Leandro Paredes, argentino emprestado pelo Boca Juniors, são alternativas de
criatividade e imprevisibilidade. Além disso, permitem um giro maior do elenco,
mantendo peças chave, como Gervinho e Francesco Totti, melhor condicionados ao
longo da temporada.
Dentro da grande área, a Roma
ganhou ainda a presença do promissor atacante paraguaio Antonio Sanabria,
ex-Sassuolo e com passagem pelo Barcelona-B. A grande contratação da equipe, no
entanto, foi o argentino Juan Iturbe (foto), jogador de 21 anos, ex-Porto e que esteve
emprestado ao Hellas Verona, na última temporada. Rápido, insinuante, driblador
e bom finalizador, promete dar muitas alegrias ao torcedor romanista.
Ao todo, são 12 novidades e apenas
três perdas relevantes
, evidenciando um saldo de nove jogadores a mais e
deixando claro que agora os Giallorossi têm
um elenco consideravelmente melhor composto e encorpado. Neste início de
temporada, em dois jogos, o clube já soma duas vitórias.
Mas não é só o fato de a Roma
estar melhor que pesa em seu favor. Há que se considerar também o que fizeram
seus rivais. A Juventus perdeu seu treinador e pouco contratou, ficando mais
marcada pela abundante verba despendida na contratação de Álvaro Morata do que
propriamente pela qualidade de seus negócios. Contudo, não perdeu peças chave,
ressalvando-se a saída do atacante Mirko Vucinic.
Internazionale e Milan fizeram
bons negócios, como o zagueiro Nemanja Vidic ou o goleiro Diego López (foto), mas
vivem um momento de reconstrução, ainda não se encontrando no mesmo patamar da
equipe da capital. Sua rival, a Lazio, também não empolga, tendo como principal
novidade o zagueiro holandês Stefan de Vrij, destaque na Copa do Mundo.
Além desses clubes, vale
ressaltar o Napoli – que também tem poucas novidades, sendo o atacante espanhol
Michu e o meia holandês Jonathan De Gúzman, ambos vindos do Swansea City, as
mais animadoras delas – e a Fiorentina, que aposta suas fichas no irregular alemão
Marko Marin, vindo de empréstimo junto ao Chelsea. Pouco para lutar pelo
título.

Com esse quadro, é difícil prever
o que acontecerá nesta temporada da Serie A, mas é certo que a Roma brigará nas
cabeças. Será que, após 13 temporadas, os Giallorossi
voltarão ao topo? Será que chegou a sua vez, Roma? Dentro de aproximadamente
nove meses saberemos. Resta-nos acompanhar a evolução do time de Rudi García.

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