Barcelona x Real Madrid, coincidências jogo a jogo para além dos placares
Buscando iniciar os trabalhos do blog com o pé direito, trago como tema uma análise das recentes partidas entre Barcelona e Real Madrid.
É
ponto pacífico que o futebol de troca de passes e intensa movimentação
apresentado pelo Barcelona, desde as “canteiras”, tem uma qualidade, eficiência e
beleza impressionantes. O seu famoso rival merengue de Madrid que o diga. Já se
vão sete encontros em que a equipe, dirigida pelo reconhecidamente bom técnico
José Mourinho, não vence os comandados do Barcelonista de formação Pep Guardiola
(4 derrotas e 3 empates). Além disso, duas partidas antes da última vitória
madrilenha, ocorreu um encontro histórico em Camp Nou: acachapante
vitória Catalã por 5 x 0. Há explicação a supremacia azul-grená? O badalado
Real Madrid, rico, esbanjador, das contratações mais caras, do técnico mais
desejado, perdeu sua força perante o rival? Ou há mais fatores de desequilíbrio
além da qualidade do FC Barcelona?
fator Messi. O baixinho (1,69m) com cola nos pés atrai a marcação dos
adversários, e não houve até agora, jogador que permanecesse os 90 minutos
marcando implacavelmente o Argentino. Dribles curtos, finalização precisa,
visão privilegiadíssima, qualidade inquestionável de passe e velocidade,
fizeram de Lionel o melhor do mundo, e ninguém aprendeu ainda uma maneira de
fato eficaz de parar o primeiro jogador a receber três prêmios da FIFA de
melhor do mundo consecutivas. Pepe tem sido a escolha de Mourinho para ingrato
serviço.
O
fator versatilidade. Em um time em que não há esquema tático pré-definido,
comumente vê-se defensores no ataque (Daniel Alves, é um bom exemplo) e volantes
e armadores na condição de centroavantes (Busquets, Fabregas, Xavi infiltrando
pelo miolo do ataque). É o próprio inferno para o treinador que tem a responsabilidade de anular essa equipe. Muitas vezes, a movimentação confunde os
marcadores e jogadores diversos marcam gols. Esse é mais um fato que explica a
supremacia catalã.
O
fator arbitragem. Em quase todos os encontros, o Barcelona terminou o jogo com
11 jogadores face a um Real Madrid inferiorizado, com um ou dois expulsos. Em
minha análise, as expulsões do zagueiro-volante Pepe, e a perseguição ao mesmo, tem papel determinante para os resultados. Se Pepe não possui sutilezas em seu
futebol, também não é o assassino que o pintaram. E vinha sendo a mais válida
opção para anular Messi, a ponto de fazer o calmo e inabalável camisa 10
argentino revidar uma agressão no último encontro. Se fosse Pepe a dar o
pontapé que sofreu de Messi teria recebido o mesmo cartão amarelo de Messi?
Não. E os jogos recentes são prova. No último jogo houve ainda um gol marcado
por Sergio Ramos anulado de forma errônea.
Se
o Barcelona apresenta o melhor futebol do mundo, Mourinho começa a descobrir os
meios de pará-lo, e possui, nesse momento, 10 pontos de vantagem no campeonato
espanhol. O Madrid parece cada dia mais capaz de parear um jogo contra o Barça,
e isso é o que de melhor pode acontecer para eu e você leitor que desejamos
assistir ao melhor dos espetáculos. É
correto o apelo contra a arbitragem feito pelo técnico português, normalmente reclamão
e ranzinza, dessa vez tem a minha concordância. Por fim, viva o bom futebol,
disputado e arbitrado sobre os mesmos critérios. Viva os grandes jogos. Viva
Cristiano Ronaldo x Messi. Viva Barcelona x Real Madrid.