Atlético Nacional x Millonarios: o Superclássico Colombiano
Dou prosseguimento à série sobre
os Clássicos do Mundo trazendo hoje o
maior derby do futebol colombiano: Atlético Nacional, de Medellín, e Millonarios, da capital Bogotá.
Apesar de não figurar no rol das disputas mais antigos da
Colômbia, o confronto entre Atlético Nacional e Millonarios se transformou na
maior rivalidade do país. Nos primórdios do futebol Cafetero, muitas equipes, dentre elas as de Cali, trabalhavam desde o início do século XX no amadorismo, mas Atlético Nacional e Millonarios duraram pouco
tempo nessa condição.
Colômbia, o confronto entre Atlético Nacional e Millonarios se transformou na
maior rivalidade do país. Nos primórdios do futebol Cafetero, muitas equipes, dentre elas as de Cali, trabalhavam desde o início do século XX no amadorismo, mas Atlético Nacional e Millonarios duraram pouco
tempo nessa condição.
Alfonso S. Quevedo |
O Atlético Nacional foi fundado em 1935
por estudantes, sob o nome de Unión F.C. e recebeu o atual nome em 1947, quando
Alberto Lopera, ex-presidente da liga amadora de então oficializou a criação
da equipe.
Por sua vez, o Millonarios surgiu em 1937, criado por estudantes do Colégio San
Bartolomé. A agremiação se tornou oficial em 1946, sob gestão de Alfonso Senior Quevedo. Com a profissionalização do futebol na Colômbia em 1948, as equipes passaram a se enfrentar.
por estudantes, sob o nome de Unión F.C. e recebeu o atual nome em 1947, quando
Alberto Lopera, ex-presidente da liga amadora de então oficializou a criação
da equipe.
Por sua vez, o Millonarios surgiu em 1937, criado por estudantes do Colégio San
Bartolomé. A agremiação se tornou oficial em 1946, sob gestão de Alfonso Senior Quevedo.
A rivalidade entre estes clubes surgiu inicialmente da disputa de importância entre as cidades de Bogotá e Medellín.
Não obstante, apesar de importantes, os jogos entre Atlético Nacional e Millonarios
não apresentavam nenhuma relação de ódio exacerbado, fator comum à maioria das
rivalidades. Até os anos 70, o Millionarios foi extremamente superior ao seu
rival, o que também impedia a expansão da rivalidade. Entre 1950 e 1970, os
azuis conquistaram oito títulos nacionais contra um apenas, em 1954, do rival.
Não obstante, apesar de importantes, os jogos entre Atlético Nacional e Millonarios
não apresentavam nenhuma relação de ódio exacerbado, fator comum à maioria das
rivalidades. Até os anos 70, o Millionarios foi extremamente superior ao seu
rival, o que também impedia a expansão da rivalidade. Entre 1950 e 1970, os
azuis conquistaram oito títulos nacionais contra um apenas, em 1954, do rival.
Como dito, a relação entre as equipes foi
extremamente desproporcional até a década de 70. Desde então, foram cinco
títulos para o Millonarios e dez para o Atlético Nacional. Na referida década, cada uma das equipes conquistou dois títulos nacionais e ocorreram muitos embates
decisivos, como determinado encontro em 1971. Nesta ocasião, o Atlético Nacional conseguiu evitar o
título do Millonarios, em Bogotá. Todavia, no fim, acabou perdendo o título para o Independiente
Santa Fé.
A partir de embates como este foi crescendo a rivalidade entre as
equipes. Nos quatro títulos que envolveram os rivais, a disputa entre os dois
foi ponto a ponto.
Além dos confrontos locais também aconteceu um embate pela Copa Libertadores da América de 1974, partida vencida pelo Millonarios.
extremamente desproporcional até a década de 70. Desde então, foram cinco
títulos para o Millonarios e dez para o Atlético Nacional. Na referida década, cada uma das equipes conquistou dois títulos nacionais e ocorreram muitos embates
decisivos, como determinado encontro em 1971. Nesta ocasião, o Atlético Nacional conseguiu evitar o
título do Millonarios, em Bogotá. Todavia, no fim, acabou perdendo o título para o Independiente
Santa Fé.
A partir de embates como este foi crescendo a rivalidade entre as
equipes. Nos quatro títulos que envolveram os rivais, a disputa entre os dois
foi ponto a ponto.
Além dos confrontos locais também aconteceu um embate pela Copa Libertadores da América de 1974, partida vencida pelo Millonarios.
Se na década de 70 se estabeleceu a
rivalidade, na de 80 a mesma se acirrou. O fato gerador é bem claro: uma série de
controvérsias em torno de contratações. Digamos que o Atlético Nacional “atravessou”
alguns negócios do Millonarios.
Em 1986, já acertado com o clube da capital colombiana,
Ricardo “Chicho” Pérez recebeu uma proposta mais generosa do Atlético e decidiu
acertar com a agremiação de Medellín. Nesse momento, o Millonarios ainda conseguiu
uma “contrapartida”: a cessão dos direitos de Fábio Calle, conhecido por ter
sido durante um bom tempo um decente goleiro reserva da equipe.
rivalidade, na de 80 a mesma se acirrou. O fato gerador é bem claro: uma série de
controvérsias em torno de contratações. Digamos que o Atlético Nacional “atravessou”
alguns negócios do Millonarios.
Em 1986, já acertado com o clube da capital colombiana,
Ricardo “Chicho” Pérez recebeu uma proposta mais generosa do Atlético e decidiu
acertar com a agremiação de Medellín. Nesse momento, o Millonarios ainda conseguiu
uma “contrapartida”: a cessão dos direitos de Fábio Calle, conhecido por ter
sido durante um bom tempo um decente goleiro reserva da equipe.
Leonel Alvárez |
O estopim, não obstante, veio no ano seguinte.
Novamente, o Millonarios buscava reforços e o rival foi uma “pedra em seu
caminho”. Além de tentar firmar vínculo definitivo com o lateral Gildardo
Gómez, emprestado pelo Independiente Medellín, o clube tentava as contratações de jogadores de grande história no futebol colombiano: Leonel Alvárez e Luis
Carlos Perea, também vinculados ao Independiente Medellín. Todos esses acabaram
acertando com o Atlético Nacional.
Estava definido. A rivalidade estava
afirmada. A aversão entre Atlético Nacional e Millonarios seria eterna.
Novamente, o Millonarios buscava reforços e o rival foi uma “pedra em seu
caminho”. Além de tentar firmar vínculo definitivo com o lateral Gildardo
Gómez, emprestado pelo Independiente Medellín, o clube tentava as contratações de jogadores de grande história no futebol colombiano: Leonel Alvárez e Luis
Carlos Perea, também vinculados ao Independiente Medellín. Todos esses acabaram
acertando com o Atlético Nacional.
Estava definido. A rivalidade estava
afirmada. A aversão entre Atlético Nacional e Millonarios seria eterna.
A disputa da Libertadores em 1989 só
fez aumentar a rivalidade. Na ocasião, o Millonarios fez ótima campanha na primeira fase,
liderando o grupo que contava com Atlético Nacional, Deportivo Quito-EQU e
Emelec-EQU. Naquele certame, eliminou o Bolívar-BOL nas oitavas de finais, mas caiu nas
quartas. Para quem? Para o Atlético Nacional, que mais tarde conquistaria a
competição, sendo o primeiro colombiano a vencer a Libertadores.
fez aumentar a rivalidade. Na ocasião, o Millonarios fez ótima campanha na primeira fase,
liderando o grupo que contava com Atlético Nacional, Deportivo Quito-EQU e
Emelec-EQU. Naquele certame, eliminou o Bolívar-BOL nas oitavas de finais, mas caiu nas
quartas. Para quem? Para o Atlético Nacional, que mais tarde conquistaria a
competição, sendo o primeiro colombiano a vencer a Libertadores.
Ao todo, Millonarios e Atlético Nacional se
enfrentaram 238 vezes. Registram-se 94 vitórias dos azuis e 68 dos verdes, além de 76
empates. Na última partida, em 16 de abril deste ano, o Atlético Nacional venceu
por 2×1. Já a maior goleada ocorrida no clássico aconteceu em 1951, quando o Millonarios
aplicou 7×0 ao seu adversário.
enfrentaram 238 vezes. Registram-se 94 vitórias dos azuis e 68 dos verdes, além de 76
empates. Na última partida, em 16 de abril deste ano, o Atlético Nacional venceu
por 2×1. Já a maior goleada ocorrida no clássico aconteceu em 1951, quando o Millonarios
aplicou 7×0 ao seu adversário.
No que toca aos títulos há equilíbrio.
O Millonarios tem 14 títulos nacionais contra 11 do Atlético. Os azuis ainda
possuem três Copas da Colômbia contra uma dos verdes. Apesar disso, como já falado, o Atlético
conquistou a Copa Libertadores em 1989.
O Millonarios tem 14 títulos nacionais contra 11 do Atlético. Os azuis ainda
possuem três Copas da Colômbia contra uma dos verdes. Apesar disso, como já falado, o Atlético
conquistou a Copa Libertadores em 1989.
Um fato interessante na história do Millonarios
é a passagem de Alfredo Di Stéfano, Adolfo Pedernera e Néstor Raúl Rossi pelo
clube, em 1949. Motivados pelos bons salários, jogadores do mundo inteiro foram
jogar na Colômbia. A liga foi então banida pela FIFA e ficou conhecida como a “liga
pirata”. Entretanto, nunca se apagará a passagem destes craques pelo Millonarios,
que na época passou a ser conhecido com o “Ballet
Azul”. A despeito disso, nem tudo são flores na história do clube: em 2010, a equipe teve de ser vendida
a um grupo norte-americano para evitar seu fim em razão de crise econômica que se
abateu no fim do século passado e início do atual.
é a passagem de Alfredo Di Stéfano, Adolfo Pedernera e Néstor Raúl Rossi pelo
clube, em 1949. Motivados pelos bons salários, jogadores do mundo inteiro foram
jogar na Colômbia. A liga foi então banida pela FIFA e ficou conhecida como a “liga
pirata”. Entretanto, nunca se apagará a passagem destes craques pelo Millonarios,
que na época passou a ser conhecido com o “Ballet
Azul”. A despeito disso, nem tudo são flores na história do clube: em 2010, a equipe teve de ser vendida
a um grupo norte-americano para evitar seu fim em razão de crise econômica que se
abateu no fim do século passado e início do atual.
Di Stéfano |
Aristizábal |
Pablo Escobar |
Já o Atlético Nacional é referência na
produção de talentos. De suas divisões inferiores saíram jogadores como
Andrés Escobar, Aristizábal, Juan Pablo Ángel e Camilo Zuñiga. Apesar disso é
impossível não citar a figura de Pablo Escobar, traficante de cocaína, que
dedicou grande parte de sua fortuna ao clube na década de 80.
O narcotraficante viabilizou grandes contratações, a manutenção da equipe e conseqüentemente avalizou os
títulos. Outras equipes como o Millonarios, o América de Cali e o Deportivo
Cali também tiveram envolvimento com dinheiro oriundo do tráfico de drogas, mas
nenhum deles foi tão intenso como o do Atlético. Para se ter uma ideia, Pablo Escobar chegou a entrar
para a lista da Forbes das pessoas
mais ricas do mundo.
produção de talentos. De suas divisões inferiores saíram jogadores como
Andrés Escobar, Aristizábal, Juan Pablo Ángel e Camilo Zuñiga. Apesar disso é
impossível não citar a figura de Pablo Escobar, traficante de cocaína, que
dedicou grande parte de sua fortuna ao clube na década de 80.
O narcotraficante viabilizou grandes contratações, a manutenção da equipe e conseqüentemente avalizou os
títulos. Outras equipes como o Millonarios, o América de Cali e o Deportivo
Cali também tiveram envolvimento com dinheiro oriundo do tráfico de drogas, mas
nenhum deles foi tão intenso como o do Atlético. Para se ter uma ideia, Pablo Escobar chegou a entrar
para a lista da Forbes das pessoas
mais ricas do mundo.
É, ainda, preciso dizer que junto com o
Independiente Santa Fé, os rivais são as únicas equipes que nunca foram
rebaixadas para a segunda divisão na Colômbia.
Independiente Santa Fé, os rivais são as únicas equipes que nunca foram
rebaixadas para a segunda divisão na Colômbia.
Trago ainda as atuais escalações das
duas equipes:
duas equipes:
Sobre a história do tráfico de drogas no futebol Colombiano recomendo o documentário “30 to 30” The Two Escobars (104 min)
Só passando para i=dizer que o artigo está excelente. Parabéns!
Agradeço o elogio, Antonio. Muito obrigado!
2 times colombianos ganharam a Liberta…
Nacional e 11 Caldas
Tem razão, Stephano. Ato falho. Corrigido, obrigado!
"El Mexicano" (Cartel de Medellin) foi "patrono" do "Millos", tanto que há bandeiras da torcida azul com a imagem do traficante.