Alejandro Silva, um jogador que ainda não aconteceu

A Copa Libertadores de 2013 foi
especial por algumas razões. Evidentemente, a principal delas foi a emocionante trajetória do Atlético Mineiro, campeão, mas outras, como o renascimento do Newell’s Old
Boys de Maxi Rodríguez e a volta do Olimpia aos holofotes, também foram importantes. No
que toca ao clube paraguaio, uma grande expectativa foi criada em cima de um de seus jogadores: o uruguaio e polivalente Alejandro Silva, que chegou a marcar na partida
de ida das finais daquela competição, entrou nas pretensões de clubes brasileiros, mas não
deslanchou na carreira.

Jogador que chegou a desistir definitivamente
do futebol e a trabalhar em vários empregos distintos ainda na adolescência,
como vendedor de frutas e entregador de pizza, por exemplo, Alejandro viu sua paixão pelo
esporte bretão levar sua família a apoiá-lo na busca por um clube para jogar.
Assim, em 2009, seu tio conseguiu um teste e Silva, que já tinha quase 20 anos,
despontou no modesto Fénix, da capital uruguaia, Montevidéu.

“Nós sempre falamos sobre voltar a jogar e um dia disse-lhe para
se dedicar ao futebol. Meu cunhado começou a procurar um clube. Foi quando
surgiu o Fênix, onde foi campeão na terceira divisão. Em 2009, ele não jogou
profissionalmente. Em 2010, o treinador responsável na primeira divisão lançou
Ale”
, disse sua mãe ao periódico paraguaio Ultima Hora.

Em três temporadas com os Albivioletas, o jogador mostrou suas
qualidades e, em julho de 2012, partiu para o Olimpia, onde faria grande sucesso.
Selecionado entre os quatro suplentes da Seleção Uruguaia para os Jogos
Olímpicos de 2012, via sua carreira deslanchar, sempre atuando pelos flancos,
tanto direito quanto esquerdo, mostrando habilidade, rapidez e facilidade para
trabalhar a bola com os dois pés.

No Rey de Copas, único clube paraguaio com títulos da Copa
Libertadores da América, ao lado de figuras como a do goleiro Martín Silva, do
zagueiro Julio Manzur e dos atacantes Juan Salgueiro e Fredy Bareiro, foi um
dos grandes destaques do time que chegou à final da maior competição
interclubes do continente americano em 2013, sendo excelente válvula de escape para a
equipe, útil na saída de bola e nos avanços ao ataque.

“Me considero polivalente (…) Posso jogar em várias posições e creio
que posso dar uma mão em qualquer parte do campo. Sou destro e me sinto mais
cômodo jogando um pouco mais adiantado”
, disse ao Cardinal Deportivo.

Com isso, ganhou projeção e suas primeiras
oportunidades com a camisa da Celeste
Olímpica
. Convocado por Óscar Tabárez, Alejandro Silva jogou suas duas e
únicas partidas pela Seleção Uruguaia ainda em 2013, contra Chile e Equador,
encontros válidos pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2014. Tudo ia bem
na carreira do jogador, que, com o bom desempenho, passou a ser pretendido por
várias equipes, como Internacional e Peñarol. Acabou firmando com o Lanús, em
decisão que mostrou-se não ter sido a melhor.
Nos Granate, pouco jogou e não se destacou. Sem conseguir ganhar a
posição de Carlos Araújo, jogador importante do clube, perdeu espaço e sequer
chegou a completar 30 partidas no clube argentino, que não relutou a permitir sua
cessão, por empréstimo, ao Peñarol, time de seu coração. “É o que eu queria e mais: o que pedi”, revelou ao El Observador, quando de sua chegada. Todavia, novamente teve
desempenho abaixo do esperado e não convenceu os Carboneros a buscar sua contratação em definitivo.
De volta ao Lanús, logo tomou um
rumo crucial à retomada de sua carreira: deixou os Granate e retornou ao Olimpia. “Na
Argentina, sempre acompanhei o Olímpia, como torcedor”
, garantiu à rádio 1080 AM, de Assunção. Desde que
retornou, Silva voltou a ser titular e a destacar-se, já tendo disputado 35
partidas e anotado nove tentos*. Apesar de tudo isso, ainda não voltou à Seleção Uruguaia e sofre com a má fase de seu time, que é o último no Grupo 7 da Copa Libertadores da América de 2016 e apenas o 10º, dentre 12 times, no Torneo Apertura do Paraguai.
Embora venha recuperando
prestígio e voltando a mostrar muito bom nível, Alejandro Silva, hoje com 26
anos, teve oportunidades de mostrar seu futebol em praças superiores ao
Campeonato Paraguaio e não foi bem. O jogador que se imaginava fixando lugar na
Seleção Uruguaia e, brevemente, partindo para a Europa sumiu e agora paira a
dúvida sobre seu potencial desempenho fora do Decano. Há tempo para se recuperar, mas certamente o jogador perdeu
tempo e arrefeceu as expectativas criadas em 2013.

* Dados do site soccerway.com.

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  1. Anônimo disse:

    Me lembro desse cara, era promissor, mas acabou se tornando uma eterna promessa, um jogador fogo de palha, igual tantos outros, como o italiano cassano por exemplo

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