A nova (grande) fase de Wayne Rooney
APÓS A APOSENTADORIA DE SIR ALEX FERGUSON, a janela de transferências do verão europeu confirmou o esperado: David Moyes foi o escolhido para suceder o mito do Manchester United. Escocês como seu antecessor e vindo de um longo período à frente do Everton, Moyes parecia o nome perfeito para os Red Devils. Apesar disso, um nome de peso da equipe passou a viver dias de incerteza e intranquilidade: Wayne Rooney, astro do Manchester, revelado pelo Everton e histórico desafeto do comandante do clube.

Foto: Michael Regan/Getty Images
A história de problemas entre David Moyes e Wayne Rooney começou a ser escrita em 2004 ,quando o jovem atleta (então com 18 anos) foi vendido para o United. A partir desse fato, criaram-se várias histórias para justificar a saída do promissor garoto. A mais difundida à época foi a de que o treinador teria forçado a saída do craque. Cunhou-se um jogo de cena em que ambos os lados tentaram fazer o papel de “mocinho” para o torcedor dos Toffees.
O passar do tempo — e um processo na justiça inglesa — confirmaram posteriormente que David Moyes não havia forçado nada. Rooney assumiu o fato e pagou um valor não divulgado ao treinador a título indenizatório. Essa verba foi doada pelo treinador às categorias de base do clube.
Desde sua saída do lado azul de Liverpool, Rooney e Moyes não mais se entenderam. Ciente disso, o jogador tentou de todas as formas possíveis desligar-se do clube quando foi confirmado que Moyes comandaria o United. Especulou-se uma mudança para o Arsenal e houve boatos de que Rooney estaria conversando com José Mourinho para reforçar o Chelsea.
A janela fechou e Manchester permaneceu sendo a casa do “Shrek” e do treinador escocês. A princípio, houve certa má vontade em relação à escalação do atleta. Mas o desejo de provar seu valor cresceu enormemente em Rooney, que passou a agarrar suas chances como se fossem a última.

Foto: Tony Marshall/EMPICS
Disposto a alcançar um protagonismo impedido pelo brilho do futebol de Cristiano Ronaldo e mais recentemente de Robin van Persie, Rooney correu mais do que nunca, marcou seus adversários como se a bola fosse um prato de comida (e ele passasse fome), assistiu seus companheiros com uma solidariedade nunca antes vista e voltou a marcar muitos gols.
Vindo de trás e com liberdade para flutuar entre toda a zona ofensiva do Manchester, Rooney tem participado de toda a ação ofensiva do clube. Aparecendo desde a linha dos volantes para iniciar as jogadas ofensivas até a pequena área para finalizar, o bad boy preferido da torcida vermelha vive um excepcional momento. Há quem fale no melhor de sua carreira.
Com isso, embora não tenham se tornado melhores amigos, parece ter crescido um laço de respeito entre jogador e treinador. Recentemente, ambos, elogiaram-se em entrevistas coletivas, tendo o treinador ressaltado o ápice físico vivido por Rooney, o qual teria uma condição tão privilegiada que lhe possibilitaria jogar todas as partidas da temporada do United.
Rooney e Moyes podem até não ser melhores amigos, mas a recuperação do Manchester United – que faz um início de temporada pífio – passa pelas mãos do treinador e pelos pés do craque. Trabalhando juntos e em prol dos Red Devils, os dois personagens têm o céu como limite. O futebol torce para que os dois continuem assim, como manda o nome do Manchester, United.
Números de Wayne Rooney na temporada 2013-14:
– Premier League: 12 jogos, 8 gols e 7 assistências;
– Liga dos Campeões: 4 jogos, 2 gols e 4 assistências;
– Copa da Liga Inglesa: 2 jogos e 2 assistências.