A maturidade de Andrés Guardado no Real Betis
Em um início interessante de temporada do
Campeonato Espanhol, com o renascimento do Valencia sob a batuta de
Marcelino Toral e contínua mostra de força da parte do Sevilla, talvez a grande
surpresa sejam as performances do rival Rojiblanco,
o Real Betis. Comandado por Quique Sétien, o responsável pelo belo futebol
praticado pelo Las Palmas nas últimas temporadas, os Verdiblancos jogam com classe, voltados para o domínio da posse e o
ataque. Para tanto, algumas peças têm tido desempenho exemplar, uma delas sendo a de Andrés
Guardado. Passados os 30 anos, o mexicano se afirma um grande meio-campista central.
Campeonato Espanhol, com o renascimento do Valencia sob a batuta de
Marcelino Toral e contínua mostra de força da parte do Sevilla, talvez a grande
surpresa sejam as performances do rival Rojiblanco,
o Real Betis. Comandado por Quique Sétien, o responsável pelo belo futebol
praticado pelo Las Palmas nas últimas temporadas, os Verdiblancos jogam com classe, voltados para o domínio da posse e o
ataque. Para tanto, algumas peças têm tido desempenho exemplar, uma delas sendo a de Andrés
Guardado. Passados os 30 anos, o mexicano se afirma um grande meio-campista central.
Lá se vai uma década desde que o
jogador partiu para o Velho Continente. Naquela altura, era pretendido por
várias equipes. Procurando um substituto para Roberto Carlos, até o Real Madrid
chegou a propor oferta pelo jogador. No entanto, não o atraiu a perspectiva de
passar um período junto à segunda equipe madrilena, o Castilla. Pouco tempo depois,
desembarcou em La Coruña, então um talentoso ala pelo flanco esquerdo,
habilidoso e versátil. Podia fazer com qualidade qualquer função daquele lado.
No Deportivo, Andrés passou a
maior parte de sua carreira. Contudo, já não era uma equipe em boa fase e, em
algum momento, foi necessário procurar novos desafios. “Ali deixei boas
recordações. É uma segunda casa. Estive cinco anos e vivi de tudo, Europa
[disputas continentais] e Segunda [divisão]”, revelou em entrevista coletiva recente.
Ainda hoje, é lembrado com carinho na Galícia. Foram 143 partidas disputadas e
25 tentos anotados, além de várias assistências.
Partiu para o Valencia. No Mestalla,
foi, na maior parte do período de um ano e meio em que atuou no clube, lateral.
Depois, atuou pela metade da temporada 2013/14 no Bayer Leverkusen, sem deixar
sua marca.
A despeito da importante
influência com a camisa da Seleção Mexicana, que atualmente capitaneia e é o
quinto com mais internacionalizações, precisou fazer um movimento apontado como
retrocesso para alcançar aquele que é provavelmente o melhor nível de sua
trajetória: rumou para o futebol holandês, assinando com o PSV Eindhoven.
Representando os Boeren, inicialmente por empréstimo e,
posteriormente, em definitivo, percebeu-se que boa parte do talento do mexicano
ficava subaproveitado pelo lado. A visão de jogo e qualidade para distribuir
bolas foi descoberta. Na instância, os neerlandeses possuíam muita força na
equipe. Hoje peça importante no Liverpool, Georginio Wijnaldum ainda atuava em
sua meia-cancha, e, a toda potência pela esquerda, o time contava com o lateral
Jetro Willems e o ponteiro Memphis Depay. Não havia espaço para Guardado por
ali. Então, o mexicano foi convertido em eixo central do time.
A qualidade do pé canhoto de
Andrés, antes percebida em seus chutes, cruzamentos e cobranças de falta,
passou a ser percebida em seus passes. Atuando pelo meio, tornou-se o cérebro do
onze inicial e, com ampla visão do campo, peça fundamental na saída de bola e
construção de jogo. Como era de se esperar, os gols dos tempos de Depor rarearam, mas o número de
assistências cresceu. O carillero deu
lugar ao organizador. Em suas duas últimas temporadas pelo time holandês,
ofertou nove assistências em cada uma. A média de 30-40 passes por partida dos
tempos de ala superou o patamar dos 60 com a conversão em meia. Esse é o jogador que
retornou à Espanha e vem sendo instrumental no renascimento bético.
Quique Sétien enxergou na figura
do mexicano a peça perfeita para desempenhar o papel que entregava a Roque Mesa
em seu tempo no Las Palmas. No último ano, este se tornou um dos jogadores mais
elogiados da Espanha e carimbou seu passaporte para a Premier League, firmando
contrato com o Swansea.
Em suas primeiras sete partidas
como jogador do clube andaluz, Guardado já ofertou seis assistências. Tem
também média de 85,7% de aproveitamento de seus passes e dá aproximadamente
2,6 passes-chave por encontro.
“[Guardado] Nos deu várias assistências, tem uma qualidade enorme, uma
capacidade de trabalho enorme. Ninguém chega a jogar 140 partidas
internacionais nem todos os de liga sendo um qualquer. Guardado é um dez
enorme. Nos dará muito, mas é preciso cuidar dele, o queremos para o ano
inteiro”, disse seu treinador em entrevista coletiva.
Dentre os meio-campistas do clube,
apenas Javi García, volante e fiel escudeiro do mexicano, tem mais passes entregues
até agora na temporada. Aliás, em seu retorno à La Liga, após passar por
Benfica, Manchester City e Zenit, o espanhol é outro atleta que tem papel
fulcral para os planos de Sétien, com sua proposta de aplicação do famigerado jogo
de posição, sendo o atleta comentado protagonista da saída de bola com três atletas, que tem em
Pep Guardiola um de seus maiores aplicadores.
Sétien chegou ao Betis para dar
nova cara ao time e vem conseguindo. Ainda sofre muitos gols nesse período de
adaptações, mas também marca em grande quantidade (são 14 marcados para 11 sofridos).
Um de seus méritos foi buscar no mercado peças capazes de lhe permitir a
execução de sua proposta.
Assim, encontrou em Guardado um
jogador fundamental; maduro, experimentado. Alguém que atuou em várias funções
diferentes durante a carreira, disputou competições europeias, Copas do Mundo
por sua seleção nacional, já foi preterido e renasceu como centrocampista. Com
a camisa Verdiblanca, Andrés mostra,
ao máximo, como foi útil sua partida para a Holanda. Aos 31, é muito
mais influente do que aos 20.
jogador fundamental; maduro, experimentado. Alguém que atuou em várias funções
diferentes durante a carreira, disputou competições europeias, Copas do Mundo
por sua seleção nacional, já foi preterido e renasceu como centrocampista. Com
a camisa Verdiblanca, Andrés mostra,
ao máximo, como foi útil sua partida para a Holanda. Aos 31, é muito
mais influente do que aos 20.