Cadê o (Yaya) Touré?
A semana ficou
marcada por alguns prêmios e escolhas. Na segunda-feira (13), a FIFA – em
parceria com a tradicionalíssima revista France Football – premiou o melhor
jogador do ano, e também montou a seleção
de 2013. Esta, demonstrou uma sucessão de escolhas contestáveis – aparentemente fruto da inércia
dos votantes que seguem com uma imagem congelada de seus ídolos – deixando de
fora um dos melhores meio-campistas do mundo e que, certamente, deveria fazer
parte dela. Em seguida veio o “Time do Ano” da UEFA, eleito por votação popular
pela internet. Apesar de ter sido bem mais equilibrada que a escolha da FIFA, a
seleção da UEFA também apresentou escolhas questionáveis (poucas, é verdade),
e, igualmente, escanteou o melhor jogador africano do ano e, seguramente, o
melhor volante da temporada: Yaya, o Touré.
deu seus primeiros passos como futebolista profissional no futebol belga. Entre
os 18 e os 20 anos defendeu o Beveren e, até então, era pouco mais do que o
irmão de Kolo Touré, zagueiro do poderoso Arsenal e, de fato, um jogador de
topo. Talvez por isso, o “irmão do verdadeiro Touré” conseguiu ir para o clube
londrino, onde passou por testes. Mas, com dificuldades para descobrir sua
melhor posição (atuou como atacante no período) e sem o importantíssimo
passaporte europeu, Yaya preteriu a espera pela decisão do treinador dos Gunners e agiu. Foi para o Metalurh
Donetsk da Ucrânia, onde se destacaria por duas temporadas.
Yaya conseguiu sua primeira boa chance no cenário europeu, foi jogar no
Olympiacos (foto) da Grécia.
Afirmado-se na meia-cancha, passou a ser chamado de “o novo Patrick
Vieira” e, depois de conquistar a Copa da Grécia e a Supercopa da Grécia, o
africano partiu para o Principado, onde defenderia o Monaco (foto abaixo) por uma temporada.
início difícil sob o comando do treinador romeno Laszlo Bölöni – responsável pelo
último título português do Sporting CP – que não o escalava no meio-campo e
reclamava de falta de dedicação, alegando que o marfinense estava acima do peso,
o clube trocou de treinador e a estrela de Touré brilhou. Isso levou,
inclusive, o site da FIFA a publicar uma matéria, cujo título dizia: “Yaya
Touré, a rocha do Monaco” exaltando sua “extrema habilidade de distribuição de
bola e finalização à distância”.
trás o rótulo de “irmão de Kolo Touré”, Yaya fechou em 2007 com o poderoso
Barcelona (foto). Apesar de não ter se tornado um titular absoluto do clube catalão,
foi muito importante em diversos momentos, mas sofreu com a falta de posição na
equipe.
Devido à sua versatilidade, Touré foi, muitas vezes, um “quebra galho” na
equipe, e apesar de corresponder sempre que chamado, não se satisfez com essa
condição e optou por deixar a equipe em 2010, indo para o Manchester City.
Importante lembrar que em uma de suas melhores partidas pelo Barcelona, jogou
como zagueiro, na final da UEFA Champions League de 2009 contra o Manchester
United.
deslanchou. Podendo atuar onde gosta, desenvolveu seu futebol e se tornou um
jogador espetacular. Hoje, apresenta todos os atributos de um grande
meio-campista, desde elegância e qualidade de passe, até uma força incomum e
grande velocidade. Valorizado, é atualmente o jogador africano mais bem
pago do mundo, e, foi outrora, o mais bem pago da Inglaterra. Hoje, em grande
forma, não há quem não queira contar com seu futebol.
jogador africano do ano nos três últimos anos, Touré passou por problemas
dentro e fora de campo, rompeu rótulos e se transformou num grandíssimo
jogador. As chances de algum sucesso do Manchester City e da seleção marfinense
passam pelo seu talento. Hoje, é cada vez menos “o novo Patrick Vieira” e mais
o Yaya, e, se as autoridades do futebol e os votantes do mundo ainda relutam em
lhe dar os devidos créditos e reconhecer-lhe os méritos, há, certamente, quem o
defenda irresistivelmente. Assim, cabe uma pergunta para os eleitores da FIFA e
da UEFA: cadê o (Yaya) Touré?
Para mim, o jogador mais completo do mundo atualmente. Sabe jogar em quase todas as funções.
De fato, o Touré, que já marcou outro gol hoje, está muito bem!