Zenit 2007-2008

Em pé: Krizanac, Anyukov, Danny, Pogrebnyak, Malafeev, Puygrenier; Agachados: Denisov, Zyryanov, Tymoshchuk, Sirl, A. Domínguez
Time: Zenit
Período: 2007-2008
Time base: Malafeev; Anyukov, Krizanac, Shirokov, Sirl; Tymoshchuk, Denisov, Zyryanov; A. Domínguez, (Fayzulin/Danny), Arshavin, Pogrebnyak (F. Tekke). Téc. Dick Advocaat
Conquistas: Campeonato Russo, Supercopa da Rússia, Copa da UEFA, Supercopa da UEFA
Texto atualizado em 1º de abril de 2025
Ao longo do período soviético, o domínio dos principais acontecimentos do futebol russo incumbiu, em grande parte, aos clubes da capital, Moscou. Spartak, Dynamo, CSKA e Torpedo acumularam 33 dos 54 troféus disputados entre 1936 e 91. Eles se tornaram os grandes rivais do papão de títulos da vizinha Ucrânia, o Dynamo de Kiev. Foram poucas as conquistas que escaparam dessas mãos, uma delas partindo para a antiga cidade de Leningrado, mais tarde rebatizada como São Petersburgo. O campeão de 1984 foi o Zenit.
Apesar dessa conquista, o clube só voltou a ser campeão nacional mais de duas décadas, muito depois da ruína da URSS. Enfim, em 2007, o Zenit voltou ao primeiro plano do futebol, tanto doméstico quanto internacional.
O esquadrão liderado pelo holandês Dick Advocaat tinha a obrigação de conseguir resultados; as cobranças internas eram intensas desde que, em 2005, o clube passou a ser controlado pela maior empresa do ramo de gás natural do mundo, a Gazprom. O braço da companhia que assumiu o comando do time de futebol investiu mais de 100 milhões de dólares em contratações e na construção do novo estádio, que só seria inaugurado oficialmente em abril de 2017.

Foto: Getty Images
Advocaat foi chamado para a missão, muito provavelmente, por conta de seu jeito de ser e a forma como enxerga o futebol. Como boa parte de seus compatriotas, o treinador formou uma reputação como uma pessoa de trato firme e direto, tudo dentro de um cenário de cordialidade. Se seus jogadores lhe entregassem os níveis de trabalho exigido, ele se satisfazia. O apelido recebido nos tempos de Rangers, Little General, ajuda a entender o que ele levou ao Zenit.
Sua principal aposta foi firmada na construção de um meio-campo sólido e eficiente, ainda que não propriamente criativo, jogadores de velocidade e um centroavante com presença de área. Foi assim que o time voltou aos pódios.
Após 23 anos de jejum, o Zenit venceu o Campeonato Russo, levando também a Supercopa da Rússia, e seus dois primeiros títulos internacionais, a Copa da UEFA e a Supercopa da UEFA. Com resultados expressivos, como uma goleada contra o Bayern de Munique em semifinais, o time voltou a ser levado a sério e, desde então, tem conseguido resultados importantes e a contratação de jogadores de alto nível, como Hulk e Axel Witsel.
Esse período abriu a porteira, permitindo ao clube construir uma hegemonia nacional a partir do final dos anos 2010.

Foto: Zenit
À época, o goleiro da equipe era Vyacheslav Malafeev, criado nos Sine-Belo-Golubye e que passou toda a carreira no clube. O jogador estreou pelo Zenit em 1999 e permaneceu até 2016, atuando em mais de 400 partidas. Apesar de não ser um goleiro dos mais altos (1,85m), era muito ágil, tinha bons reflexos e bom posicionamento. Nas já mencionada semifinal da Copa da UEFA, chegou a defender uma penalidade máxima cobrada pelo francês Franck Ribery, mas em vão: o jogador marcou no rebote.
Nas laterais, atuavam jogadores de boa qualidade técnica, tanto ofensiva quanto defensiva. Cria do Krylia Sovetov, Aleksandr Anyukov, figura importante no time entre 2005 e 2020 e que só mais tarde na carreira perdeu espaço para Igor Smolnikov, fazia a faixa direita do campo. Pelo outro lado, o esquerdo, havia a presença do tcheco Radek Sirl, que também era opção para o meio-campo. Ali, vivia sua melhor fase e costumava figurar entre os selecionáveis de seu país.
No centro da zaga, após a saída do eslovaco Martin Skrtel para o Liverpool, então um jovem com muita projeção, um impasse sobre quem lhe sucederia foi instaurado.
O experiente croata Ivica Krizanac seguiu titular no coração da defesa, contudo, não se sabia quem seria seu companheiro. Foi assim que uma excelente possibilidade foi pensada pelo treinador Dick Advocaat. Com poucas chances de titularidade no meio-campo, o controverso Roman Shirokov foi, naquele momento, fixado na defesa. Com 1,87m e excelente capacidade técnica, compôs uma defesa que não primou pela força, mas pela técnica. O movimento também foi necessário devido a uma grave lesão sofrida pelo belga Nicolas Lombaerts.

Foto: Getty Images
Com o tempo, entretanto, o russo deixou claro que não gostava de atuar na zaga e retornou à meia cancha. Ele permaneceu no clube até 2014.
Havia bons motivos para Shirokov não ter espaço no meio-campo russo. Uma trinca de peças de forte marcação, mas com chegada ao ataque, demandava a titularidade. No centro do setor, protegendo a defesa e iniciando as jogadas ofensivas, o ucraniano Anatoliy Tymoshchuk era a maior referência da equipe, não por acaso, seu capitão. Incansável, parecia ter a habilidade de se multiplicar e possuía também um potente chute de longa distância. Sem surpresa, acabaria se mudando para o Bayern, retornando para um biênio entre 2013 e 15.
Completando a meia-chancha, Igor Denisov e Konstantin Zyryanov tinham bom passe, mas avançavam com frequência — especialmente o segundo — marcando gols importantes. Na final da Copa da UEFA, foram os autores dos tentos do título.
Já o ataque… ele era especial. Com dois talentos pelos lados e um matador, dava inveja a muitos gigantes internacionais. No início, a trinca tinha o argentino Alejandro Domínguez, que se alternava com Viktor Fayzulin. Ele foi determinante na campanha da Copa da UEFA, provendo duas assistências na partida contra o Bayern de Munique.
Eventualmente, a titularidade passou para os pés do português Danny, contratado junto ao Dynamo Moscou. Completavam o setor o endiabrado Andrey Arshavin e o matador Pavel Pogrebnyak — que tinha no turco Fatih Tekke uma sombra.

Foto: AP Photo/Jon Super
Enquanto Arshavin, outro que cresceu na carreira se mudando para o Arsenal e voltando em 2013, era o diamante da equipe, com sua habilidade, dribles e velocidade, Pogrebnyak empurrava a bola para as redes. Foi, ao lado do italiano Luca Toni, o artilheiro da Copa da UEFA, com 10 gols.
O comandante dos Sine-Belo-Golubye, como falado, foi o holandês Dick Advocaat, já um nome de muito destaque internacional, valorizado por boas campanhas no PSV e no Rangers, além de dois trabalhos em seleções, primeiro com a Holanda e, posteriormente, na Coreia do Sul. Adaptação nunca foi um problema para ele. Extremamente organizada e equilibrada em todos os setores, sua equipe tinha também boas peças no banco de reservas.
Além de Fayzulin, Lombaerts e Tekke, contava com o versátil holandês Fernando Ricksen e do jovem e promissor meia Aleksey Ionov, que surgia.
Partidas importantes no período
25ª rodada do Campeonato Russo de 2007: Zenit 2×1 CSKA
Estádio Petrovskiy, São Petersburgo
Árbitro: Claus Bo Larsen
Público 22.000
Gols: ’33 Pogrebnyak e ’88 Denisov (Zenit); ’90 Vágner Love (CSKA)
Zenit: Contofalsky; Anyukov, Krizanac, Lombaerts, Dong-Jin Kim; Tymoshchuk, Denisov, Zyryanov, Sirl; Arshavin, Pogrebnyak. Téc. Dick Advocaat
CSKA: Mandrykin; Eduardo Ratinho (Ramón), V. Berezytskiy, Ignashevich, A. Berezutskiy; Semberas, Dudu Cearense (Janczyk), Krasic, Zhirkov (Gusev); Vágner Love e Jô. Téc. Valeriy Gazzaev
Semifinal da Copa da UEFA (Jogo de Volta): Zenit 4×0 Bayern de Munique
Estádio Petrovskiy, São Petersburgo
Árbitro: Tom Øvrebø
Público 21.500
Gols: ‘4 e ’73 Pogrebnyak, ’39 Zyryanov, ’54 Fayzulin (Zenit)
Zenit: Malafeev; Anyukov, Krizanac, Shirokov, Gorshkov; Tymoshchuk, Denisov (Ionov), Zyryanov; Fayzulin, A.Domínguez (Ho Lee), Pogrebnyak. Téc. Dick Advocaat
Bayern: Kahn; Lahm, Lúcio, Demichelis, Jansen (Podolski); van Bommel, Zé Roberto (Lell), Schweinsteiger, Ribery; Toni e Klose (Sosa). Téc. Ottmar Hitzfeld
Final da Copa da UEFA: Zenit 2×0 Rangers
Estádio City of Manchester, Manchester
Árbitro: Peter Frojdfeldt
Público 47.726
Gols: ’72 Denisov e ’90 Zyryanov (Zenit)
Zenit: Malafeev; Anyukov, Krizanac, Shirokov, Sirl; Tymoshchuk, Denisov, Zyryanov; Fayzulin (Kim Dong-Jim), Arshavin, Tekke. Téc. Dick Advocaat
Rangers: Alexander; Broadfoot, Weir, Cuellar, Papac (Nacho Novo); Hemdani (McCulloch), Whittaker (Boyd), Ferguson, Thomson, Davis; Darcheville. Téc. Walter Smith
Final da Supercopa da UEFA: Manchester United 1×2 Zenit
Estádio Louis II, Mônaco
Árbitro: Claus Bo Larsen
Público 18.064
Gols: ’44 Pogrebnyak e ’59 Danny (Zenit); ’73 Vidic (Manchester United)
Manchester United: van der Sar; Gary Neville (Brown), Ferdinand, Vidic, Evra; Fletcher (Park), Scholes, Anderson (O’Shea); Nani, Tévez e Ronney. Téc. Alex Ferguson
Zenit: Malafeev; Anyukov, Puygrenier (Shirokov), Krizanac (Radimov), Sirl; Tymoshchuk, Denisov, Zyryanov; A. Domínguez (Arshavin), Danny, Pogrebnyak. Téc. Dick Advocaat
Final da Supercopa da Rússia: Zenit 2×1 Lokomotiv Moscou
Estádio Luzhniki, Moscou
Árbitro: Yuri Baskakov
Público 48.000
Gols: ’34 Arshavin e ’82 Pogrebnyak (Zenit); ’69 Rodolfo (Lokomotiv)
Zenit: Malafeev; Anyukov, Krizanac, Shirokov, Hubocan; Tymoshchuk, Zyryanov, Sirl, Fayzulin (Denisov); Arshavin, Pogrebnyak. Téc. Dick Advocaat
Lokomotiv: Levenets; Gurenko, Rodolfo, Spahic, Sennikov; Cocsis, Yanbayev, Bilyaletdinov, Mujiri; Odemwingie, Sychev. Téc. Rashid Rakhimov
esse era um verdadeiro time so falta agora ganhar uma champions league
Era… O maior la é o CSKA meu camarada! Meu time! Zenit nunca chegara aos pes do CSKA.
Nunca esquecerei esse time, essa temporada. Arshavin era um mago. Muitas saudades.