Início azarado dos Toffees
Em junho, o treinador do Atlético Mineiro,
Levir Culpi, lançou sua autobiografia. “Um burro com sorte?”, cujo título é
obviamente irônico, pode ser interpretado a contrario
sensu – mas aqui sem escárnio – com relação ao comandante do Everton,
Roberto Martínez, que, apesar de mostrar um trabalho indubitavelmente
consistente (cujo resultado tem sido visto em campo), não teve sorte nas três
primeiras jornadas do Campeonato Inglês. O sorteio da tabela, responsável por
colocar os Toffees, logo de início, frente a frente com Arsenal e Chelsea, já foi um prenúncio agourento.
demonstrando um futebol de boa qualidade, mantendo a linha da temporada
passada, o clube de Liverpool liderou o placar por duas vezes (gols de Aiden
McGeady e Steven Naismith) mas, ao final, aos 41 do segundo tempo, sucumbiu e deixou
dois pontos lhe escaparem.
Park, contra o Arsenal, o Everton parecia espantar todo o azar que aparentava
ronda-lo. Os 2×0 no placar – gols de Mirallas e Naismith (foto) – anunciavam: o
perigoso e traiçoeiro time dos Toffees
da temporada 2013-2014 estava de volta. Grave engano.
Mais uma vez, ficou
provado que, no futebol, nunca se deve comemorar antecipadamente. Com a entrada
do francês Olivier Giroud na vaga do apagadíssimo Alexis Sánchez, o clube
londrino ganhou presença de área e, nos últimos 15 minutos, empatou um jogo perdido
(tentos marcados por Aaron Ramsey, aos 38 do segundo tempo, e Giroud, aos 45). Mais
dois pontos escaparam, no final, ao clube de Liverpool.
talvez tenha representado a melhor performance do time e o pior resultado. O
placar final registrou um sonoro 6×3 para o clube de Londres, mas as
circunstâncias do jogo mostram que o largo placar não foi condizente com o futebol demonstrado
pelo Everton. Como se começasse o jogo com uma desvantagem de dois gols no
placar, o time viu Diego Costa e Branislav Ivanovic balançarem as redes de Tim Howard
duas vezes em menos de três minutos. O mais impressionante é que o gol do
hispano-brasileiro saiu antes de o Everton sequer tocar na bola.
pelos flancos e, contando com a inspiração de Naismith e do belga Kevin
Mirallas, diminuiu o prejuízo. Todavia, uma série de falhas de atenção impediram
uma virada do clube, que, por duas vezes, sofreu gols imediatamente após
balançar as redes do goleiro Thibaut Courtois.
pelo momento conturbado do time. Todavia, a ótima qualidade do jogo do time dá esperanças. As inovações táticas de Martínez, como por exemplo o uso de Romelu
Lukaku aberto pelo flanco direito e de Naismith na condição de “falso 9”, tem
dado resultados interessantes. Apesar disso, é vital a observação e a correção
de desconcentrações nos finais das partidas, bem como de um cansaço excessivo.
Outro ponto que tem que ser observado são as alterações.
jogadores de funções semelhantes deve ser feita. Algumas alterações mais
conservadoras poderiam ter evitado os fracos placares, que, neste momento,
rendem a perigosa 17ª posição ao clube. Parece claro que o clube não brigará
pelas posições de baixo, muito pelo contrário. Com o ótimo trabalho do
treinador espanhol, o azar tende a se dissipar, mas, para obter alguns
resultados cruciais, o clube terá que gerir melhor seu elenco e as situações de
jogo, podendo ser importantes algumas mudanças menos ambiciosas.