2009: Nasce uma estrela, o Banfield é campeão argentino
JOGADORES DE FOOTBALL MANAGER mais maduros se lembrarão dos dias em que havia, na Argentina, um enorme talento jovem, cuja contratação não era assim tão difícil de conseguir. Apesar de nem ter atingido a maioridade, ele já havia se mudado de país. Era, afinal, colombiano e se criara nas categorias de base de um dos times mais famosos justamente por isso, formar craquinhos, o Envigado. Seu nome era James David Rodríguez Rubio e, já naquele tempo de Banfield, era evidente que estava destinado à grandeza.
Sua estreia só aconteceu no final de fevereiro de 2009, um bom tempo depois da chegada; levou um período para que o clube entendesse que ele estava preparado para enfrentar os desafios do futebol argentino. Para alguns, ele parecia inclusive gordito.
Contra o Godoy Cruz, no dia 7 daquele mês, começou a ser escrita a página mais especial de uma equipe que, apenas naquela década, contou com os serviços de gente como Daniel Bilos, Rodrigo Palacio e Jesús Dátolo, foi bem, mas não triunfou. O empate por 1 a 1 e os 13 minutos em campo não causaram impacto e naquela temporada não houve tempo suficiente para mudar a vida do Talandro.
Falcioni tratou de armar uma equipe aguerrida com uma proposta simples. Era um 4-4-2 tradicional, com duas linhas de quatro homens e uma dupla de ataque (o também uruguaio Sebastián Fernández acompanhava Santiago Silva). O time praticamente não tomava gols, mas também gastava a bola. A prova disso foi o posicionamento encontrado para o mais talentoso de um time de operários.
James foi titular do início ao fim do torneio, que começou da melhor forma possível. O Banfield recebeu um River Plate carregado pela veterania de Marcelo Gallardo e Ariel Ortega e venceu por 2 a 0. De cara, a dupla de ataque charrua clicou e cada um marcou um gol.
As rodadas começaram a se avolumar e o ritmo do Banfield não diminuiu. Empatou com o Argentinos Juniors, 1 a 1; venceu o Chacarita de Germán Cano, 1 a 0; e, então, enfrentou seu grande rival.
Vários times além do Newell’s Old Boys, casos de Colón, Vélez Sarsfield, San Lorenzo…, pleitearam a conquista durante aquele semestre, mas só uma conseguiu manter a consistência até o fim. E o time que nunca seria campeão carregou a taça e o entusiasmo adiante. James fez três gols e três assistências.
Com Rubén Ramírez no lugar de Santiago Silva, que obviamente foi chamado de volta pelo Vélez, o Banfield ficou em 5º lugar no Clausura. O time também foi até as oitavas de finais da Libertadores de 2010 e, por pouco, não caminhou mais.
Na Argentina, James abriu a contagem em uma vitória imponente contra o Internacional, 3 a 1. Só que a regra do gol marcado fora de casa ter peso extra ainda vigorava. Em terras gaúchas, Alecsandro e Walter salvaram o Colorado na volta, 2 a 0.
No meio do ano, James fez as malas e se mandou para o Porto. A partir de então, passou a ser necessária grande fortuna para contratá-lo no Football Manager, como os aficionados pelo jogo também devem se lembrar. Ele já não era assim uma novidade quente, assim como o Banfield nunca mais seria um time sem conquistas importantes e vindo da imensa Grande Buenos Aires. O clima não era de fim de festa.
Foto: RTVE/Arte: O Futebólogo |
Quando chegou ao Estádio Florencio Sola, James já tinha mais de um ano de carreira e ainda era um adolescente. Estreara aos 14 anos e provara logo o sabor de um acesso da segunda divisão à elite. O movimento internacional aconteceu depois que o Millionarios, que deve ter se arrependido profundamente, desistiu de investir no prospecto, que chegou à Argentina por empréstimo de dois anos.
Sua estreia só aconteceu no final de fevereiro de 2009, um bom tempo depois da chegada; levou um período para que o clube entendesse que ele estava preparado para enfrentar os desafios do futebol argentino. Para alguns, ele parecia inclusive gordito.
“Foi difícil, principalmente porque eu passava o tempo fazendo trabalhos físicos, mas entendia que, se quisesse chegar longe, teria que deixar algumas coisas de lado”, falou, como reproduzido pelo blog Unidos por Banfield.
Contra o Godoy Cruz, no dia 7 daquele mês, começou a ser escrita a página mais especial de uma equipe que, apenas naquela década, contou com os serviços de gente como Daniel Bilos, Rodrigo Palacio e Jesús Dátolo, foi bem, mas não triunfou. O empate por 1 a 1 e os 13 minutos em campo não causaram impacto e naquela temporada não houve tempo suficiente para mudar a vida do Talandro.
O Banfield terminou o Clausura 2009 apenas na 12ª posição.
Apoiado pelo companheiro e compatriota, Jairo Patiño, James estava se preparando para explodir. “Me sinto muito bem aqui na Argentina, tudo está saindo de uma forma muito positiva, o futebol é muito rápido e já estou me acostumando. Patiño é uma ótima pessoa e me ajudou bastante aqui em Buenos Aires, mas, em geral, todos os companheiros são muito gentis”.
Apoiado pelo companheiro e compatriota, Jairo Patiño, James estava se preparando para explodir. “Me sinto muito bem aqui na Argentina, tudo está saindo de uma forma muito positiva, o futebol é muito rápido e já estou me acostumando. Patiño é uma ótima pessoa e me ajudou bastante aqui em Buenos Aires, mas, em geral, todos os companheiros são muito gentis”.
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo |
O time já não tinha Darío Cvitanich, artilheiro do Clausura 2008 com 13 gols e que se transferira para o Ajax; estava órfão de um craque, embora houvesse um núcleo de bons jogadores como Walter Erviti e Nico Bertolo (outro que não tardaria a se despedir, mas deixaria dinheiro nos cofres do time).
A campanha medíocre do Banfield, porém, teve um fator positivo: propiciou a troca de treinadores que mudou a sorte do quadro alviverde. Um certo garoto colombiano, em especial, mudou completamente de estatuto após a troca de Jorge Burruchaga por Julio César Falcioni. Ali, já se notava sua personalidade: “Desde pequeno sempre fui James, não Djeims”.
Com Falcioni, James foi recebendo minutos gradativamente e, no final da competição, até entrou em campo como titular pela primeira vez. Foi diante do Tigre — numa derrota nada animadora por 3 a 0. Porém, o elenco estava relaxado depois de se livrar completamente da ameaça de rebaixamento e não havia razões para fazer estardalhaço. Só o futuro interessava.
"Houve um efeito psicológico importante para o segundo semestre com a incorporação de alguns reforços. Um ou dois nomes, acho. Trabalhamos seriamente e corrigimos os pontos fracos da equipe. Alteramos as posições de alguns dos jogadores e aí apareceu James Rodríguez como titular", disse Omar Piccoli, ex-auxiliar de Falcioni, à ESPN.
A campanha medíocre do Banfield, porém, teve um fator positivo: propiciou a troca de treinadores que mudou a sorte do quadro alviverde. Um certo garoto colombiano, em especial, mudou completamente de estatuto após a troca de Jorge Burruchaga por Julio César Falcioni. Ali, já se notava sua personalidade: “Desde pequeno sempre fui James, não Djeims”.
Com Falcioni, James foi recebendo minutos gradativamente e, no final da competição, até entrou em campo como titular pela primeira vez. Foi diante do Tigre — numa derrota nada animadora por 3 a 0. Porém, o elenco estava relaxado depois de se livrar completamente da ameaça de rebaixamento e não havia razões para fazer estardalhaço. Só o futuro interessava.
"Houve um efeito psicológico importante para o segundo semestre com a incorporação de alguns reforços. Um ou dois nomes, acho. Trabalhamos seriamente e corrigimos os pontos fracos da equipe. Alteramos as posições de alguns dos jogadores e aí apareceu James Rodríguez como titular", disse Omar Piccoli, ex-auxiliar de Falcioni, à ESPN.
Foto: El Gráfico/Arte: O Futebólogo |
Para a disputa do Apertura de 2009, entre agosto e dezembro, chegaram alguns atletas necessários, ainda que não fossem craques. O principal deles foi o carequinha Santiago El Tanque Silva, que buscava revitalizar a carreira e chegou por empréstimo, junto ao Vélez Sarsfield. Outros nomes importantes que fortaleceram a base do time foram os dos veteranos Sebastián Méndez, zagueiro ex-San Lorenzo, e Marcelo Quinteros, lateral ex-San Martín.
Falcioni tratou de armar uma equipe aguerrida com uma proposta simples. Era um 4-4-2 tradicional, com duas linhas de quatro homens e uma dupla de ataque (o também uruguaio Sebastián Fernández acompanhava Santiago Silva). O time praticamente não tomava gols, mas também gastava a bola. A prova disso foi o posicionamento encontrado para o mais talentoso de um time de operários.
"Quando chegamos, James estava jogando como, aquilo que chamamos na Argentina, enganche, um meia ofensivo, um típico 10. Nós o posicionamos como um volante externo. Um jogador defensivo quando o adversário tinha a posse de bola, e um jogador ofensivo quando a bola era nossa. Ele aparecia na esquerda, aí sim podendo jogar como enganche e se mover livremente", disse Omar.
James foi titular do início ao fim do torneio, que começou da melhor forma possível. O Banfield recebeu um River Plate carregado pela veterania de Marcelo Gallardo e Ariel Ortega e venceu por 2 a 0. De cara, a dupla de ataque charrua clicou e cada um marcou um gol.
As rodadas começaram a se avolumar e o ritmo do Banfield não diminuiu. Empatou com o Argentinos Juniors, 1 a 1; venceu o Chacarita de Germán Cano, 1 a 0; e, então, enfrentou seu grande rival.
Em La Fortaleza, casa do Lanús, o time mostrou o que o torcedor queria ver. Treinado por Luis Zubeldía, o granate tinha talentos como Eduardo Salvio e Sebastián Blanco e saiu na frente com gol do artilheiro Santiago Salcedo. Implacável, Silva, que marcara em todos os jogos anteriores, deu a vitória ao Taladro, 2 a 1.
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo |
O Banfield simplesmente não perdia, Silva continuava marcando gols e James se mostrava cada vez mais pronto para os grandes palcos. Na sexta rodada, o colombiano provou que, sim, seria um jogador decisivo. O jogo contra o Newell’s Old Boys, logo visto como o maior perseguidor do alviverde até o final da competição, foi decidido pelo jovem que sofreu pênalti convertido por Silva e que, depois, confirmou ele próprio uma virada por 2 a 1.
O time de Falcioni não mudava muito. A dupla de ataque entregava gols, o meio-campo trabalhava sem parar, a defesa rebatia tudo o que vinha pela frente e o goleiro Cristian Lucchetti salvava quando necessário. Assim, o Banfield foi até a 16ª rodada (de 19) sem perder um jogo sequer.
Foi cair aos pés de um Racing que não tinha nenhuma pretensão no campeonato e sequer tinha um time convincente. Gabriel Mercado, o zagueiro, fez o gol da vitória da Academia. Ali, o Banfield chegou a perder a liderança, mas logo recuperou-a: venceu o Huracán, 1 a 0. Alguém se arrisca a dizer de quem foi o gol da vitória? Ele veio do Uruguai, seu nome começava com S… e terminava com ...ilva. Era o 14º na competição, o que lhe garantiu a artilharia do certame.
James, que vestia a camisa 8, efetivamente se comportava como um meio-campista completo e regia a equipe. O prodígio só não foi capaz de evitar a derrota para o Boca Juniors, na rodada derradeira, na Bombonera. Foi o segundo desaire da equipe, com dois gols de Martín Palermo.
E daí? O NOB, the last man still standing, sucumbiu diante do San Lorenzo treinado por Diego Simeone. Falcioni, que levou o Banfield à primeira Libertadores de sua história, em 2005, conseguiu o feito inédito e o Taladro foi campeão pela primeira vez.
O time de Falcioni não mudava muito. A dupla de ataque entregava gols, o meio-campo trabalhava sem parar, a defesa rebatia tudo o que vinha pela frente e o goleiro Cristian Lucchetti salvava quando necessário. Assim, o Banfield foi até a 16ª rodada (de 19) sem perder um jogo sequer.
Foi cair aos pés de um Racing que não tinha nenhuma pretensão no campeonato e sequer tinha um time convincente. Gabriel Mercado, o zagueiro, fez o gol da vitória da Academia. Ali, o Banfield chegou a perder a liderança, mas logo recuperou-a: venceu o Huracán, 1 a 0. Alguém se arrisca a dizer de quem foi o gol da vitória? Ele veio do Uruguai, seu nome começava com S… e terminava com ...ilva. Era o 14º na competição, o que lhe garantiu a artilharia do certame.
James, que vestia a camisa 8, efetivamente se comportava como um meio-campista completo e regia a equipe. O prodígio só não foi capaz de evitar a derrota para o Boca Juniors, na rodada derradeira, na Bombonera. Foi o segundo desaire da equipe, com dois gols de Martín Palermo.
E daí? O NOB, the last man still standing, sucumbiu diante do San Lorenzo treinado por Diego Simeone. Falcioni, que levou o Banfield à primeira Libertadores de sua história, em 2005, conseguiu o feito inédito e o Taladro foi campeão pela primeira vez.
“Comemorei o título comendo muitas pizzas e tomando champanhe. Até porque deixamos a virgindade de lado”, disse o treinador, como reproduzido pelo Futebol Portenho.
Vários times além do Newell’s Old Boys, casos de Colón, Vélez Sarsfield, San Lorenzo…, pleitearam a conquista durante aquele semestre, mas só uma conseguiu manter a consistência até o fim. E o time que nunca seria campeão carregou a taça e o entusiasmo adiante. James fez três gols e três assistências.
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo |
Com Rubén Ramírez no lugar de Santiago Silva, que obviamente foi chamado de volta pelo Vélez, o Banfield ficou em 5º lugar no Clausura. O time também foi até as oitavas de finais da Libertadores de 2010 e, por pouco, não caminhou mais.
Na Argentina, James abriu a contagem em uma vitória imponente contra o Internacional, 3 a 1. Só que a regra do gol marcado fora de casa ter peso extra ainda vigorava. Em terras gaúchas, Alecsandro e Walter salvaram o Colorado na volta, 2 a 0.
No meio do ano, James fez as malas e se mandou para o Porto. A partir de então, passou a ser necessária grande fortuna para contratá-lo no Football Manager, como os aficionados pelo jogo também devem se lembrar. Ele já não era assim uma novidade quente, assim como o Banfield nunca mais seria um time sem conquistas importantes e vindo da imensa Grande Buenos Aires. O clima não era de fim de festa.
Rapaz, me fez lembrar das boas horas perdidas jogando meu Football Manager 2009.
ResponderExcluirEsse Banfield foi o cometa que apareceu e logo retornou ao universo.
Horas perdidas não, amigo! Horas valiosas!
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