Nereo Rocco, do Catenaccio às conquistas com o Milan
O futebol é um território em que costuma ser difícil atribuir responsabilidade por inventos. Praticado por todo o planeta, evolui de modo não-linear. Isso não impede que algumas figuras acabem sendo identificadas como propulsoras de mudanças. Entre o final dos anos 1940 e o princípio da década de 1970, Nereo Rocco foi uma dessas. O treinador triestino acabaria avançando à história como a principal referência do famigerado Catenaccio.
Futebol alpino
Os anos 1930 são marcados por emoções inigualáveis quando o tema é o futebol. No princípio daquele decênio, foi disputada a primeira Copa do Mundo. Ali, países de todas as partes do globo passaram a ter a chance de conhecer melhor o jogo disputado em outras partes. Assim, depois de o Uruguai vencer a disputa original, a Itália reclamou para si a coroa. Com a geração de Giuseppe Meazza, treinada por Vittorio Pozzo, a Nazionale arrebatou as conquistas de 1934 e 38.
A despeito disso, aquele foi um tempo conturbado. Sobre o primeiro título italiano sempre pairaram suspeitas de manipulação de resultados. Não era para menos, tendo em vista que a disputa ocorreu na Itália facista, liderada por Benito Mussolini. Em termos de futebol, naquela altura o mundo presenciava alguns fenômenos evolutivos. Um dos principais foi a afirmação do esquema tático WM, marca do inglês Herbert Chapman, no Arsenal. Por outro lado, as escolas de futebol dos países banhados pelo rio Danúbio também chamavam a atenção.
Não foi por acaso que a Tchecoslováquia foi finalista em 1934 e a Hungria no Mundial seguinte. Há, ainda, muita especulação a respeito de qual teria sido o papel do Wunderteam austríaco, em 1938, caso o país não tivesse sido anexado à Alemanha. A Itália de Pozzo costumava se exibir em um 2-3-2-3, o Metodo, também lido como WW. Enquanto o mundo mudava, o futebol também o fazia. Foi em 1938 que uma outra forma de se praticar o jogo ficou conhecida.
O austríaco Karl Rappan havia sido jogador dos rivais vienenses, Rapid e Austria Viena. Porém, encerrou a carreira no pouco tradicional futebol suíço. Como jogador-treinador, começou a desenvolver um novo estilo. Primeiro no Servette, depois no Grasshoppers e, finalmente, na seleção suíça, foi aplicando e aperfeiçoando o seu verrou. Partindo de um esquema tático 2-3-5, recuou um meia para a defesa. Assim, um dos demais defensores passou a atuar mais recuado. Nascia o verrouller, que mais tarde seria compreendido como líbero.
Aquele movimento, entretanto, não se tratava de um arroubo de genialidade pura de Rappan. Sugeria o suprimento de uma necessidade. Conforme o jornalista Jonathan Wilson reproduziria em A Pirâmide Invertida, o homem austríaco tinha plena consciência de sua missão, vindo a conceder uma célebre entrevista à revista inglesa World Soccer, oportunidade em que, dentre outras questões, destacou que “o suíço não é um futebolista natural, mas é sério a fazer as coisas”.
Os helvéticos poderiam não ter as capacidades técnicas de um brasileiro, um argentino ou um italiano, mas sabiam cumprir um plano de jogo à risca. A fórmula de Karl Rappan se mostraria eficaz também naquela obscura Copa do Mundo de 1938, que acontecia à revelia do ambiente bélico vivido na Europa. Os suíços eliminaram a Alemanha, mesmo ela contando com parte do esquadrão austríaco. Acabaram caindo diante dos húngaros, nas quartas de finais, em uma participação muito melhor do que o esperado.
O Vianema e outras influências importantes
Não há discussão quanto ao fato de que a criação do verrou é atribuída a Rappan. No entanto, a disseminação da ideia para além do contexto do futebol suíço não segue uma linha. Jonathan Wilson indica dois caminhos. Um deles passa pelo russo Alexander Abramov, que, no princípio dos anos 1940, comandou o Krylya Sovetov. A outra, atravessa a trilha do italiano Giuseppe Viani.
Como o citado estilo de jogo defensivo passa mais por uma ideia do que pelo esquema tático propriamente dito, é possível entender que tenha se desenvolvido em lugares distintos, mas de modo contemporâneo. A história por trás do esquema defensivo de Abramov é mais obscura que a de Viani, que não tardaria a receber nome: Vianema. Liderando a Salernitana, obteve resultados superiores aos esperados.
Foto: MaisFutebol/Arte: O Futebólogo |
Na temporada 1946-47, as táticas do italiano deram resultados imediatos. Viani não apenas conduziu os Granati à primeira divisão, como obteve a melhor defesa da segundona, então disputada em três grupos, somando um total de 60 equipes. Em 32 jogos, concedeu apenas 23 tentos. Aquilo era, sem dúvidas, uma demonstração bem acabada do que viria a ser conhecido como Catenaccio. Apesar disso, a Salernitana não teria sucesso em seu ano na elite, regressando, de imediato, ao escalão de acesso.
Curiosa é a história, um tanto romantizada, contada por Viani ao reclamar para si o reconhecimento como pai do mencionado Catenaccio. O antigo comandante expunha que, certa vez, caminhava próximo a um rio, local de onde pescadores puxavam, em sequência, duas redes. O italiano notou que alguns peixes escapavam da primeira rede, mas não da segunda. Assim, percebeu que poderia ter sucesso se, por trás de sua defesa, tivesse alguém por conta de evitar que algo “escapasse” à tradicional linha da retaguarda. Logo, a Salernitana deixou de atuar com dois atacantes de área, passando a ter um líbero.
A questão é que, no período, e mesmo no Bel Paese, não foi apenas Viani quem se utilizou de um líbero, da marcação homem a homem e do posicionamento mais recuado no campo, esperando oportunidades de contragolpe. Em 1944, foi disputado o Campionato Alta Italia, durante a Segunda Guerra Mundial. Seu resultado somente seria reconhecido em 2002, no entanto, é certo que o modesto Spezia se superiorizou ao poderoso Torino fazendo uso de táticas similares ao Catenaccio. Seu treinador era Ottavio Barbieri.
Também convém mencionar que a tática que era vista como artifício de equipes menores acabaria sendo aplicada no mais alto nível — não sem unir detratores. Com Alfredo Foni na casamata, a Inter venceu o italiano de 1953 com um esquema extremamente defensivo, vencendo vários jogos pela margem mínima e empatando outros numerosos encontros (marcou 27 gols a menos que a vice-campeã Juventus). Naquele time, o lateral direito fazia as vezes de líbero, enquanto o ponta direita recuava para recompor a defesa.
Como se nota, o Catenaccio não era um esquema tático, mas uma ideia que vários comandantes utilizaram com suas próprias peculiaridades.
Foto: Massimo Perrone/Arte: O Futebólogo |
Apesar disso, o nome mais reconhecido pela prática acabaria sendo o de Nereo Rocco. E há quem diga que tais ideias lhe chegaram através de Mario Vilini, seu ex-companheiro de Triestina enquanto jogador, que o treinou na sequência, e viria a ser seu antecessor nos Alabardati. Com o citado chefe, a equipe de Trieste terminou o campeonato de 1942 na oitava colocação, com a melhor defesa do certame.
De Trieste para o mundo: Nereo Rocco
Quando Nereo Rocco veio ao mundo, a cidade de Trieste ainda integrava o Império Austro-Húngaro, sendo importante saída portuária. Isso aconteceu em 1912. Foi o começo de uma longa relação de orgulho mútuo, já que foi na própria cidade que Rocco deu seus primeiros passos no futebol. Ele já se conformara com o exercício das funções de auxiliar de açougueiro, com seu avô, quando a Triestina o chamou para representá-la.
Nos Giuliani, formou-se como meio-campista, representando a equipe entre 1930 e 1937. Também foi a partir de sua passagem pela Triestina que recebeu sua única convocação para representar a Azzurra. O evento foi um encontro ante a Grécia, em 1934, partida válida pelas Eliminatórias para o Mundial daquele mesmo ano. Ele não voltaria a ser lembrado, mas a oportunidade teria sua valia, já que ter representado a seleção era critério para permitir que um jogador se tornasse treinador ao fim de sua carreira, como lembrou o site da Fifa.
Rocco representaria, ainda, Napoli e Padova, encerrando a carreira em 1945. Dois anos mais tarde, acabaria começando a trajetória que lhe garantiria a notoriedade. Outra vez, na Triestina, mas agora como treinador. Não por acaso, notabilizar-se-ia pela alcunha de El Parón, triestino para "O Mestre". E as coisas saíram bastante bem desde o princípio.
Aplicando os princípios do Catenaccio, Rocco conseguiu terminar a temporada 1947-48 em segundo lugar na Serie A. Empatou em pontos com Milan e Juventus, ficando atrás apenas do poderoso Torino. A maior parte desse sucesso se pautou no fato de o modesto clube ter sido a quarta melhor defesa do certame, já que o ataque foi apenas o sétimo mais forte. Foram 51 tentos marcados. Em contraste, o Torino fez 125, o Milan 76 e a Juve 74.
Nas duas campanhas seguintes, Rocco emplacaria honrosas oitavas colocações. Não é exagerado lembrar que a Triestina só não fora rebaixada na temporada que antecipou a chegada do Parón por uma concessão da organização do torneio. Diante de conflitos na Iugoslávia, a equipe não pôde atuar em sua casa durante a campanha, obtendo o salvo conduto que a livrou do descenso.
A despeito de tudo isso, desarranjos com a direção levaram Rocco a deixar o clube em 1950, sendo substituído pelo húngaro Béla Guttmann.
Foto: Padova/Arte: O Futebólogo |
Da Triestina, Rocco rumou ao Treviso, permanecendo três anos em Vêneto. Depois, voltou para casa, por apenas um ano. A campanha da Triestina foi mediana, mas ele pode se gabar de pelo menos um fato: ter revelado um certo Cesare Maldini — também ele natural da cidade Trieste. Antes de chegar ao mais alto nível do futebol italiano, o comandante passaria, ainda, algumas temporadas no Padova. E elas fariam jus ao currículo que Nereo construía.
Em sua primeira campanha, 1953-54, Rocco livrou os Patavini do descenso à terceirona. No segundo ano, levou-os à elite. Logo no retorno à Serie A, em 1955-56, o Padova terminou o ano em uma confortável oitava colocação. À moda de Rocco: conseguindo um impressionante recorde defensivo, tendo a quinta melhor defesa do certame. Mas o melhor estava por vir. Em 1957-58, o clube ficou em terceiro lugar.
Com Nereo Rocco na casamata, o Padova viveu anos de muita tranquilidade.
Enfim, o Milan
O desempenho consistente de Rocco o levou ao comando da seleção olímpica da Itália. O Catenaccio estava em alta, tanto que o comandante dividiria a função de treinador com Gipo Viani, que, na altura, liderava o Milan. Juntos, os mestres da defesa conduziram a Nazionale a uma colocação respeitável nos Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Liderou o Grupo B, suplantando Brasil, Grã-Bretanha e Taiwan. No entanto, nas semifinais, a Azzurra acabaria superada pela Iugoslávia na prorrogação. Perderia o bronze para a Hungria.
Pouco depois, através de um infortúnio de Viani, Rocco recebeu o esperado convite. Gipo sofreu um ataque cardíaco e foi afastado de suas funções no clube milanista. O Parón foi contratado e, já em sua primeira campanha completa, conduziu os rossoneri ao título italiano. O curioso é pensar que, Catenaccio à parte, o Milan foi bastante eficiente em termos ofensivos. Seu ataque somou 22 gols a mais do que o da Roma, a segunda esquadra com mais tentos favoráveis. A retaguarda concedeu 36, em 34 jogos, sendo apenas a quinta melhor do certame.
Foto: Desconhecido/Arte: O Futebólogo |
Ainda assim, era um time que primeiro se defendia. Assim, não foi propriamente surpreendente que o inglês Jimmy Greaves não tenha se adaptado ao clube. Boêmio e autossuficiente, não era uma peça moldada para a entrega ao coletivo. Mesmo tendo somado nove gols nos 10 jogos em que se vestiu de vermelho e preto, logo voltou ao seu país.
“Eles adotavam um estilo mais defensivo. Priorizavam o setor, em vez de partir para o ataque [...] Até os meias ajudavam”, contaria Dino Sani ao Ludopédio.
Com o Milan, o Parón materializou, com perfeição, suas ideias. O esquema tático era algo como um 1-3-3-3 (admitindo variações). Postado logo à frente do goleiro Giorgio Ghezzi, o protetor da defesa era Maldini. Adiante, posicionava-se Giovanni Trappatoni. Pela direita, Mario David, e, pela sinistra, seu xará, Mario Trebbi. Na meia cancha, o peruano Víctor Benítez se somava ao brasileiro Dino Sani, importantes peças na recuperação da bola e na construção do jogo. O camisa 10 e jogador mais talentoso do time era Gianni Rivera, o único desincumbido de tarefas de marcação. Na ponta esquerda, ficava lotado Gino Pivatelli; na direita, Bruno Mora. O centroavante era José João Altafini, o popular Mazzola.
Essa seria a base da equipe que venceria a Copa dos Campeões da Europa, em 1962-63. Depois de passear ante o Union Luxembourg (14 a 0, no agregado), superar o Ipswich Town (4 a 2), destroçar o Galatasaray (8 a 1), e bater os escoceses do Dundee FC (5 a 2), o Milan teve a chance de enfrentar o bicampeão vigente, no que seria um confronto de ideias, acima de tudo.
O Benfica era uma máquina. Liderada pelo talento de Eusébio e de Mário Coluna, o esquadrão encarnado alinhava cinco atacantes, sempre buscando amassar seus adversários. Por outro lado, parecia que o Milan desejava que isso acontecesse. Por certo, teria de mostrar perfeição na marcação, mas chamando os portugueses para o seu campo, teria as desejadas chances de contragolpe. Em Wembley, Eusébio abriria o placar para as Águias. Mas Altafini, duas vezes lançado por Rivera, garantiria o título italiano. O segundo tento, em especial, evidenciaria a força do contra-ataque milanista.
“Ele treina com um pragmatismo genial. Enquanto o treinador italiano médio simplesmente confia em uma pálida imitação do futebol inglês, Rocco o evolui e o inova”, diria Gianni Brera, antigo editor da Gazzetta dello Sport, amigo pessoal do Parón, e figura crucial no desenvolvimento da cultura futebolística italiana.
Durante a competição europeia, outra questão surgiria: jogadores do Ipswich Town acusaram os italianos de abusar do antijogo e da violência. Não seria a única vez que o time de Rocco se veria diante de alegações dessa natureza.
Após o certame continental, o treinador teria atritos com a direção e deixaria o clube, sequer comandando-o no Mundial, perdido para o Santos.
Foto: Milan/Arte: O Futebólogo |
Reconstrução em Torino e volta gloriosa ao Milan
Procurado por Orfeo Pianelli, presidente do Torino, Rocco seguiu para Turim. Os homens de grená viviam um momento ruim. Não haviam se recuperado da Tragédia de Superga, de 1949, chegando a vagar pela segunda divisão. Com o novo treinador na casamata e um craque como Gigi Meroni nos gramados, o Toro deu a volta por cima. Reestabeleceu-se como time de primeira divisão, alcançando, ainda, um terceiro lugar na temporada 1964-65 (concedendo apenas 27 gols, em 34 partidas).
Também foi em sua passagem pelo clube que um fato sobre o Rocco ficaria evidente. A busca pelo controle de seus atletas era tanta que levou Meroni a pedir a sua namorada para dizer ao comandante que era sua irmã, evitando investigações a respeito da vida privada do craque. É ponto pacífico a ideia de que o Parón era uma pessoa tímida, mas, ao mesmo tempo, uma presença forte e dotada de liderança.
Curiosamente, o Torino voltaria a ser campeão justamente na primeira temporada após a saída de Rocco, levantando a Coppa Italia. Em 1967-68, o treinador havia reatado com o Milan, estreitando laços e começando um novo e brilhante trabalho.
No gol, Ghezzi dera lugar a Fabio Cudicini. Maldini, levado por Nereo ao Torino, já não estava lá. Em sua vaga, Saul Malatrasi protegia a defesa, composta, ainda, por Angelo Aquiletti, pelo alemão Karl-Heinz Schnellinger, e por Roberto Rosato. Adiante, Trapattoni seguia sendo uma peça fiável. Na vaga de Dino Sani, ingressara Giovanni Lodetti. E o número 10 ainda figurava às costas de Rivera. O dono da ponta direita era o sueco Kurt Hamrin (velho conhecido de Rocco dos tempos de Padova); o da esquerda era Pierino Prati. O centroavante era outro brasileiro: Ângelo Sormani.
Uma vez mais, o Milan conquistou a Serie A. Em 1967-68, concedeu apenas 24 tentos, em 30 jogos. Teve a melhor retaguarda do certame, e o melhor ataque, autor de 53 gols. Assim, retornou ao mais importante palco europeu. Na temporada, ainda se sagrou vencedor da Recopa Europeia, superando o Hamburgo na final.
É justo dizer que havia desconfiança com o Catenaccio, quando os milanistas ingressaram na disputa da Copa dos Campeões da Europa 1968-69. Dois anos antes, a Inter, de Helenio Herrera, havia sido abatida pelos escoceses do Celtic, em uma demonstração de que a ideia defensiva vinha sendo superada. Porém, conforme o Milan superou Malmö, o próprio Celtic, e o Manchester United, campeão da última edição, a descrença foi se dissipando.
O teste final acabaria colocando, outra vez, os homens de Rocco diante de uma escola de futebol ofensivo, das mais refinadas que a história conheceu. Do outro lado da disputa, estava o Ajax, já treinado por Rinus Michels e com Johan Cruyff na linha de frente. Apesar disso, a linha que prevaleceu foi a Maginot — alusão feita à defesa do Milan, em referência à fortificação construída pela França, em suas fronteiras com Itália e Alemanha, após a Primeira Grande Guerra.
O Milan venceu por 4 a 1. Prati fez uma tripletta e Sormani completou o placar pelo lado italiano, enquanto o líbero iuguslavo Velibor Vasovic descontou, de pênalti, para os amsterdameses. Ali, Rocco voltava a estar em primeiro plano e, com ele, o Catenaccio.
Todavia, aquela seria uma das últimas vitórias da tática italiana, superada nos anos 1970, com o tricampeonato mundial do Brasil, e a partir do avanço das escolas alemã e holandesa. Elas ditaram avanços do esporte, fomentando ideias como a da marcação pressão e por zona, além do uso da linha de impedimento.
Rocco permaneceria no Milan até 1973, vencendo por duas vezes a Coppa Italia, em mais um turno a Recopa Europeia, e conquistando o Mundial de 1969, ao bater o Estudiantes. Logo depois, partiria para uma temporada ruim na Fiorentina e se aposentaria. Em 1977, retornaria como diretor milanista, mas a fase duraria pouco. Ele passaria à eternidade como o técnico mais vencedor da história rossonera.
Dois anos depois, na sua Trieste, o Parón faleceu, aos 66 anos. No entanto, suas influências persistiram ao menos por meio de dois de seus pupilos. Na fase final de seus trabalhos no Milan, Rocco teve Maldini como auxiliar. Também Trapattoni ressaltaria, ao longo dos anos, a importância do comandante no ofício que, com sucesso, veio a empreender. O triestino pode até não ter sido o responsável pela gênese do Catenaccio, mas acabou sendo seu principal propagador. Desse modo, parece justo vincular seu nome ao da famosa ideia de futebol.
Bela reportagem, parabens , eu ja tinha conhecimento do trabalho do Paron , mas nessa reportagem acabei conhecendo muito mais. Obrigado
ResponderExcluirValeu pelo feedback!
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