Seleções de que Gostamos: Dinamarca 1992
Após rememorar o time paraguaio que fez bonito na Copa do Mundo de 1998, trago à lembrança o grande time
dinamarquês de 1992, que conquistou feito único, sendo eternizada por uma
alcunha: Dinamáquina.
Em pe: Schmeichel, Olsen, Jensen, Sivebӕk, Piechnik, Christofte; Agachados: Povlsen, Laudrup, Nielsen, Larsen, Vilfort. |
Seleção: Dinamarca
Período: 1992
Time base: Schmeichel; Sivebӕk, Olsen, Piechnik, Nielsen,
Christofte; Jensen, Vilfort, Larsen; Laudrup e Povlsen. Téc.: Richard Nielsen
Parte em muitas guerras, a Iugoslávia
chegou à Eurocopa de 1992 classificada, mas diante do momento por que passava
foi desqualificada. Sua vaga passou às mãos dos dinamarqueses, vice-líderes do
Grupo 4 nas eliminatórias para o certame e que pouco tiveram que viajar para
chegar à vizinha Suécia, sede da competição. Contando com um dos melhores times
de sua história, liderado por figuras importantes da estirpe de Peter
Schmeichel e Brian Laudrup, e um time relativamente envelhecido, surpreenderam.
Vale a lembrança de que, a
despeito de terem alinhado equipe extremamente qualificada, a Dinamarca não
contou com sua maior estrela: Michael Laudrup, afastado do selecionado desde
1990 em razão de discordâncias quanto ao estilo de jogo escolhido pelo
treinador Richard Nielsen. O craque só voltaria a ser chamado em 1993. Em
determinada ocasião, o comandante chegou a afirmar que com M. Laudrup o êxito
de 1992 não teria sido possível:
“Provavelmente não teríamos vencido o título com ele no time. Sem dúvidas, ele era um dos melhores jogadores do mundo naquele momento. Mas a forma como o time jogava futebol era muito diferente [da dele]. Ela era defensiva e com contra-ataques. Com ele dentre os titulares, penso que perderíamos muitos desarmes e talvez não conseguíssemos vencer. É uma história estranha, porque você pode ter o melhor jogador do mundo e se tornar o melhor time sem ele”.
Membros do difícil Grupo 1, que
dividiu com a anfitriã Suécia, a França de Eric Cantona e Jean-Pierre Papin e a
Inglaterra de Gary Lineker, a Seleção Dinamarquesa não encheu os olhos na
primeira fase, mas fez o suficiente para avançar. Empatou sem gols com a
Inglaterra, perdeu para a Suécia e venceu os franceses. Segundo o meio-campista
Kim Vilfort, a vitória contra Les Bleus
só foi possível pelo fato de que sua equipe entrou relaxada, crendo ser
impossível vencê-los: “Jogamos sem
pressão, pois imaginávamos que já estávamos acabados”.
Assim, os Rød-Hvide avançaram às semifinais, ocasião em que se viram perante
um dos maiores desafios – senão o maior – de toda sua história. Pela frente
teriam simplesmente a Seleção Holandesa de Dennis Bergkamp, Frank Rijkaard,
Marco van Basten, Ruud Gullit e Ronald Koeman, equipe que havia liderado o
Grupo 2.
Contando com o talento de
jogadores como o do capitão Andreas Brehme e do polivalente Mathias Sammer, além
dos gols de Jürgen Klinsmann e das defesas do grande goleiro Bodo Illgner, os
germânicos haviam vencido os suecos para chegar à final. Curiosamente, o time
alemão havia batido uma equipe que vencera a Dinamarca na fase de grupos e o
mesmo se aplicava aos Rød-Hvide, que
bateram os holandeses, responsáveis pela única derrota da Alemanha na fase de
grupos.
Com esquemas de jogo espelhados,
Alemanha e Dinamarca viram o resultado final ser definido nos pequenos
detalhes. A Nationalef atacou mais,
mas a bola insistiu em parar num muro intransponível: Schmeichel. Todavia, da
luta de Vilfort em bola praticamente perdida na ponta direita se originou a
ocasião que o atacante Flemming Povlsen entregou a John Jensen na entrada da
área. Dos pés do volante saiu o petardo que abriu o placar, estufando as redes
germânicas. O espírito coletivo incutido pelo treinador Nielsen se reafirmava acertado.
Inabaláveis, os alemães se
mantiveram no ataque, mas Schmeichel fazia um dos melhores jogos de sua
carreira e se confirmava novamente herói. E mais: quando não chegava a fazer a defesa
final, contava com a dedicação e entrega de sua defesa. Nada diferente podiam
ter feito os comandados de Berti Vogts. Outra vez, de uma bola recuperada veio
o êxtase. Após rechace aéreo a bola sobrou para Vilfort, que limpou seu marcador
e bateu. O capricho ainda levou a bola a roçar a trave. As arquibancadas
explodiram. A Dinamarca ganhava seu primeiro título de relevância.
Árbitro: Hubert Forstinger
Árbitro: Bruno Galler
Defendendo a meta dinamarquesa, como ressaltado, Peter
Schmeichel vivia fase esplendorosa em sua carreira, afirmando-se um dos maiores
goleiros do planeta, com reflexos impressionantes. Grandalhão (1,96m), fez-se
um verdadeiro muro, sendo decisivo quando sua seleção mais precisou. Com 129
aparições é até os dias atuais o atleta que mais vezes representou seu país.
A defesa atuava com três zagueiros e dois laterais, cuja
vocação era defensiva. Pelo miolo da retaguarda, as opções habituais foram o
capitão Lars Olsen, Torben Piechnik e Kent Nielsen. O primeiro deles era o melhor
dos três, figura importante para a saída de bola da equipe. Embora não tenha
tido uma carreira de sucesso fora da Dinamarca, representou seu selecionado por
uma década, somando 84 partidas, e chegou a ser eleito o melhor jogador
dinamarquês do ano de 1988.
Piechnik, por sua vez, chegou mais longe que seu
companheiro, mas não viveu o mesmo sucesso. Conquanto tenha sido contratado pelo
Liverpool, passou pouco tempo na Inglaterra e sem destaque. Todavia, foi peça
importante na Seleção Dinamarquesa ainda que durante um pequeno período. Por
último, Nielsen, o mais alto do trio (1,92m), apresentava predicados
semelhantes aos de seus companheiros, tendo, igualmente, feito carreira
majoritariamente na própria Dinamarca, mas com destaque. Todos eram zagueiros
de imposição física, bons no jogo aéreo e muito firmes.
Pela lateral direita, o titular era John Sivebæk,
atleta que chegou a representar o Manchester United na década de 80 e marcou
época no Saint-Étienne. Era mais um defensor confiável da
equipe, sendo também lembrado por ter marcado o primeiro gol da “Era Alex
Ferguson” em seu período na Inglaterra. Do lado contrário, Kim Christofte foi o
habitual titular, embora tivesse aptidão para atuar na defesa central e até
mesmo no meio-campo. Houve partidas também em que o atleta atuou na zaga, com o
ingresso de Henrik Andersen, lateral de ofício que fez carreira no Anderlecht
e no Colônia, mas sofreu lesão grave durante a competição europeia.
Na contenção, e fazendo a transição da defesa para o ataque,
Kim Vilfort e John Jensen eram dois pilares importantíssimos para a Seleção
Dinamarquesa. Meio-campistas trabalhadores e incansáveis, eram as principais
engrenagens necessárias ao funcionamento do time e ainda foram decisivos em
momentos chave, anotando os gols do título. Ambos chegaram a ser eleitos o
melhor jogador dinamarquês do ano, Jensen em 1987 e Vilfort em 1991, tendo o
primeiro inclusive atuado durante quatro anos no Arsenal.
Mais à frente, naquela função que poderia ter sido exercida
por Michael Laudrup, atuou Henrik Larsen, outro responsável por gols
importantíssimos, o artilheiro do time e da competição na Euro, com três gols.
Curiosamente, também não fez sucesso além-Dinamarca.
Havia também espaço para o talento nato na equipe. No ataque, movimentando-se muito, atuava o jogador com maior técnica do time: Brian Laudrup. Habilidoso e criativo, era o jogador mais capaz
de propor algo inusitado, imprevisível, mas, diferentemente de seu irmão, comprometeu-se com
a estrutura de jogo proposta por seu treinador. Mesmo sem marcar gols, integrou
o time da competição, eleito pela UEFA.
Seu companheiro habitual era Flemming Povlsen, atacante que curiosamente não chegou a marcar na Euro, mas fez carreira sólida, defendendo equipes como Real Madrid Castilla, Colônia, PSV Eindhoven e Borussia Dortmund, sempre destacando-se por ser um centroavante rápido e por trabalhar muito duro. Alternativa usual para o ataque foi Lars Elstrup, autor do gol da vitória dinamarquesa contra a França.
Seu companheiro habitual era Flemming Povlsen, atacante que curiosamente não chegou a marcar na Euro, mas fez carreira sólida, defendendo equipes como Real Madrid Castilla, Colônia, PSV Eindhoven e Borussia Dortmund, sempre destacando-se por ser um centroavante rápido e por trabalhar muito duro. Alternativa usual para o ataque foi Lars Elstrup, autor do gol da vitória dinamarquesa contra a França.
Comandando o time, Richard Nielsen pode ser considerado o
maior responsável pelo sucesso da equipe. São muitas as razões. Por ter
definido um formato específico de jogo, comprado e vencido uma briga com o
maior astro da seleção e unir juventude e experiência, o treinador merece todos
os méritos, ficando eternizado por ter conquistado algo inédito e até hoje não igualado por
ninguém.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Grupo 1 da Euro 1992: Dinamarca 2x1 França
Estádio Malmö, Malmö
Árbitro: Hubert Forstinger
Público 25.763
Gols: ‘7 Larsen e ’78 Elstrup (Dinamarca); ’61 Papin (França)
Dinamarca: Schmeichel; Sivebӕk, Olsen, Christofte, Nielsen
(Piechnik), Andersen; Jensen, Larsen, Laudrup (Elstrup); Frank e Povlsen. Téc.:
Richard Nielsen
França: Martini; Amoros, Blanc, Boli, Casoni; Durand, Deschamps,
Perez, Vahirua; Cantona e Papin. Téc.: Michel Platini
Semifinal da Euro 1992: Dinamarca 2 (5)x(4) 2 Holanda
Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Árbitro: Emilio Soriano Aladrén
Público 37.450
Gols: ‘5 e ’33 Larsen (Dinamarca); ’23 Bergkamp e ’86 Rijkaard
(Holanda); Larsen, Povlsen, Elstrup, Vilfort e Christoft marcaram nos pênaltis
para a Dinamarca; Koeman, Bergkamp, Rijkaard e Witschge marcaram nos pênaltis
para a Holanda, Van Basten desperdiçou
Dinamarca: Schmeichel; Sivebӕk, Olsen, Piechnik, Christofte,
Andersen (Christiansen); Jensen, Vilfort, Larsen; Laudrup (Elstrup) e Povlsen.
Téc.: Richard Nielsen
Holanda: Van Breukelen; Van Tiggelen,
Rijkaard, Koeman, De Boer (Kieft); Wouters, Witschge; Gullit, Bergkamp, Roy
(Schip); Van Basten. Téc.: Rinus Michels
Final da Euro 1992: Dinamarca 2x0 Alemanha
Estádio Nya Ullevi, Gotemburgo
Árbitro: Bruno Galler
Público 37.800
Gols: ’19 Jensen e ’78 Vilfort (Dinamarca)
Dinamarca: Schmeichel; Sivebӕk (Christiansen), Olsen, Piechnik, Nielsen,
Christofte; Jensen, Vilfort, Larsen; Laudrup e Povlsen. Téc.: Richard Nielsen
Alemanha: Ilgner; Reuter, Kohler, Buchwald,
Helmer, Brehme; Sammer (Doll), Effenberg (Thom), Häβler; Riedle, Klinsmann.
Téc.: Berti Vogts
Na euro 84 o tecnico alemao piontek fez a dinamarca jogar com tres zagueiros novidade na epoca na copa 86 usou o mesmo esquema e venceu escocia 1 a 0 enfiou historicos 6 a 1 no uruguai e jantou a alemanha 2 a 0 nas oitavas levou de 5 a 1 da espanha e tchau.na euro 92 com tres zagueiros a dinamarca ganhou o titulo mas antes dela a argentina de 86 e a alemanha em 90 ganharam a copa no 3 5 2 e lembrando que da copa 86 pra euro 92 so tinha sobrado um jogador o zagueiro kent nielsen e depois disso demorou 10 anos pra se ganhar a copa com tres zagueiros o brasil 2002 mas foi a dinamaquina que inventou isso.
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