Times de que Gostamos: Espanyol 2005-2007
Depois de falar do supercampeão Torino, do período entre 1942 e 1949, trato do ótimo time que o Espanyol,
rival local do Barcelona, montou em meados dos anos 2000 e conquistou
resultados expressivos.
Em pé: Luis García. Riera, Torrejón. Moisés. Jarque, Iraizoz; Agachados: Rufete, Zabaleta, De la Peña, Tamudo, David García |
Time: Espanyol
Período: 2005-2007
Time Base: (Iraizoz) Kameni; Pablo
Zabaleta, Dani Jarque, Alberto Lopo (Torrejón), David García (Chica); Eduardo
Costa, Moisés Hurtado (Fredson), Rufete (Juanfran), Riera (de la Peña); Luis
García e Tamudo (Pandiani). Téc.: Miguel Ángel Lotina/Ernesto Valverde
Conquista: Copa del Rey
(2005-2006)
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Sempre à sombra do Barcelona, o
Espanyol conquistou muito pouco em sua história centenária. Em 114 anos de
existência, os Blanquiazules nunca
conseguiram a láurea maior do futebol espanhol – La Liga. Apesar disso, em
quatro ocasiões levantaram o troféu da Copa del Rey, 1929, 1940, 2000 e 2006,
quando, ao bater o Zaragoza, por 4x1, confirmou ao país que possuía uma equipe (com
muito talento feito em suas categorias de base) segura na defesa, com bom toque
de bola e atacantes mortais à frente.
Graças ao referido título, o “primo pobre” da cidade de Barcelona quase conquistou sua maior glória da história.
Classificado para a disputa da Copa da UEFA, e com um time ainda melhor do que o
da temporada anterior, o clube catalão foi deixando grandes equipes para trás –
casos de Ajax, Benfica e Werder Bremen – e só parou nas cobranças penais,
finalmente batido pelo Sevilla, que se sagrava ali bicampeão da Copa da UEFA.
Protegendo a meta, os catalães contaram com dois goleiros de perfis diferentes. Na maior parte da temporada
2005-2006, o clube foi protegido por Gorka Iraizoz, goleiro basco. Mais
alto que seu concorrente, o arqueiro, que chegou à Barcelona em 2002,
destacava-se mormente pelo posicionamento e tranquilidade.
Por outro lado, o camaronês Carlos Kameni (foto), opção mais frequente em 2006-2007, tinha como pontos fortes a elasticidade e a rápida resposta aos ataques adversários. Apesar de ambos terem tido períodos de titularidade, nunca ficou exatamente claro quem era a opção principal do clube, que viu-os revezar durante as duas temporadas.
Por outro lado, o camaronês Carlos Kameni (foto), opção mais frequente em 2006-2007, tinha como pontos fortes a elasticidade e a rápida resposta aos ataques adversários. Apesar de ambos terem tido períodos de titularidade, nunca ficou exatamente claro quem era a opção principal do clube, que viu-os revezar durante as duas temporadas.
Pela lateral direita, os catalães
contavam com a juventude, explosão física e grande presença do lateral
argentino Pablo Zabaleta (foto), então um jovem que havia capitaneado sua nação no título
do Mundial Sub-20 de 2005. Apesar de ser hoje mais centrado e menos explosivo,
já demonstrava, na época, boa técnica e enorme disposição e dedicação.
Pelo lado oposto, na primeira
temporada, o titular foi David García, lateral de técnica apenas razoável, mas
de boa marcação e muito espírito de equipe – além de forte identificação com o
clube, onde foi revelado e jogou por 11 anos. Todavia, na temporada seguinte
começou a perder espaço para o jovem Javi Chica, que, embora tenha se firmado na carreira como lateral direito, jogou algumas vezes pelo flanco canhoto.
O miolo de zaga também sofreu
algumas modificações durante o biênio, mas uma coisa era certa: a titularidade
de Dani Jarque (foto). Atleta da base do Espanyol, era um dos zagueiros espanhóis mais
promissores da época e uma das grandes referências da equipe. Além de boa
técnica, tinha muita liderança e marcava seus gols. Tragicamente,
faleceu em 2009 quando a equipe fazia sua pré-temporada na Itália. Frequente
opção nas Seleções de Base da Espanha, era amigo pessoal de Andrés Iniesta, que
o homenageou ao marcar o gol do título mundial de 2010. Anteriormente, já havia
sido homenageado por Cesc Fàbregas.
Na primeira temporada, o beque
teve a companhia de Alberto Lopo, jogador de estilo de jogo mais físico e menos
técnico, que, contudo, complementava bem o setor. Com sua saída para o
Deportivo La Coruña em 2006, Marc Torrejón, outra cria do clube e detentor de
qualidades superiores às de Lopo, assumiu a titularidade
O meio-campo era protegido pelo
brasileiro Eduardo Costa (foto), volante que é lembrado por sua boa capacidade de
destruição e inicial construção dos lances ofensivos. Ajudando na proteção da
defesa, o brasileiro contou algumas vezes com a parceria de outro jogador
tupiniquim, o meio-campista Frédson. Não obstante, Costa compôs o setor, sobretudo, com o
espanhol Moisés Hurtado, outro jogador criado no clube e que era adepto da forte marcação, a qual lhe proporcionava muitos cartões. Em 2006-2007, o
clube também contou, por vezes, com os préstimos de Jônatas, volante
ex-Flamengo.
Na maior parte das partidas, o Espanyol atuou com dois meio-campistas abertos pelos flancos. Criado no Real Madrid e hoje
lateral direito do Atlético de Madrid, Juanfran foi a peça que preencheu o lado
direito do meio-campo catalão na temporada 2005-2006, sempre com muita
velocidade. Pelo outro lado, o versátil Luis García, jogador que podia fazer
qualquer função do meio-campo para frente era a principal opção. Pelo centro da meia-cancha, Ivan de la Peña, cria do Barcelona, era o grande pensador e
passador da equipe, mas, em função das muitas lesões e de problemas físicos, teve de
permanecer ausente em boa parte do biênio, mormente na temporada 2006-2007.
Para a temporada 2006-2007, o
clube perdeu Juanfran que havia sido contratado por empréstimo e, para sua vaga, contratou o
experiente Francisco Rufete, ídolo no Valencia e que muito se destacou com
preciosas assistências. Pelo flanco canhoto, Albert Riera, que
estava emprestado ao Manchester City, ascendeu com grande destaque, conduzindo
Luis García (foto) mais para o centro do ataque.
No centro do ataque, duas opções
fortíssimas e goleadoras disputavam ferrenhamente a titularidade. De um lado, a
lealdade de Raúl Tamudo (foto), capitão, ídolo e cria do clube, que defendeu por mais de 10 anos,
chegando inclusive à Seleção Espanhola; do outro, o explosivo andarilho uruguaio
Walter Pandiani. O primeiro foi a principal escolha, o que não quer dizer que o
último não tenha tido enorme importância para o sucesso da equipe, como prova a
artilharia da Copa da UEFA de 2006-2007, que teve o sul-americano como líder, com
11 gols.
Durante esse período, a equipe
foi treinada primeiramente por Miguel Ángel Lotina e depois por Ernesto
Valverde. Havia também outros jogadores, além dos citados, que tiveram
participações relevantes entre 2005 e 2007. Para a zaga, o clube contou com a
experiência de Mauricio Pochettino (foto), hoje treinador do Tottenham; para as
laterais o francês Didier Domi e o espanhol Jesus Maria Lacruz; no meio-campo
havia a experiência de Ito e Moha; e no ataque, já muito poderoso, a
juventude de Coro.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse período:
Final da Copa del Rey 2005-2006:
Espanyol 4x1 Zaragoza
Estádio Santiago Bernabéu, Madrid
Público 78.000
Gols: ‘1 Tamudo, ’33 e ’88 Luis
García, ’73 Coro (Espanyol); ’28 Ewerthon (Zaragoza)
Espanyol: Kameni; Zabaleta,
Jarque, Lopo, David García; Eduardo Costa, Fredson (Moisés), Ito (Coro), De La
Peña; Luis García e Raúl Tamudo (Pandiani). Téc.: Lotina
Zaragoza: César Sánchez; Álvaro,
Gabriel Milito, Delio Toledo (Valbuena); Ponzio, Celades (Movilla), Zapater,
Óscar (Sávio), Cani; Ewerthon e Diego Milito. Téc.: Víctor Muñoz
Semifinal (Jogo de Ida) da Copa
da UEFA 2006-2007: Espanyol 3x0 Werder Bremen
Estádio Olímpico Lluís Companys,
Barcelona
Público 40.250
Gols: ’20 Moisés, ’50 Pandiani, ’88
Coro (Espanyol)
Espanyol: Iraizoz; Lacruz,
Jarque, Torrejón, David García; Moisés, Rufete (Coro), Riera, De la Peña (Jônatas);
Pandiani (Ito) e Tamudo. Téc.: Valverde
Werder: Wiese (Reinke); Owomoyela,
Pasanen, Naldo, Baumann (Vranjes), Fritz; Jensen, Frings, Diego, Hunt; Klose
(Hugo Almeida). Téc.: Thomas Schaaf
Final da Copa da UEFA 2006-2007:
Espanyol 2x2 Sevilla (1x3 nos pênaltis)
Estádio Hampdem Park, Glasgow
Árbitro: Massimo Busacca
Público 48.000
Gols: ’18 Adriano e ‘105 Kanouté
(Sevilla); ’28 Riera e ‘115 Jônatas (Espanyol)/ Kanouté, Dragutinovic e Puerta
marcaram de pênalti, Daniel Alves perdeu (Sevilla); Pandiani marcou de pênalti,
Luis García, Jônatas, Torrejón perderam (Espanyol).
Espanyol: Iraizoz; Zabaleta,
Torrejón, Jarque, David García; Moisés, De la Peña (Jônatas), Rufete
(Pandiani), Riera; Luis Garcia e Tamudo (Lacruz). Téc. Valverde
Sevilla: Palop; Daniel Alves,
Javi Navarro, Dragutinovic, Adriano (Renato); Poulsen, Martí, Maresca (Jesús
Navas), Puerta; Luis Fabiano (Kherzakhov) e Kanouté. Téc. Juande Ramos
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