Times de que Gostamos: Real Madrid 2001-2003
Na sequência da
série Times de que Gostamos, depois de
falar do Olympique de Marseille, da temporada 1992-1993, trato do time do Real
Madrid das temporadas 2001-2002 e 2002-2003, no início da era dos Galácticos.
Em pé: César Sánchez, Hierro, Helguera, Solari, Figo, Zidane. Agachados: Makelele, Salgado, Roberto Carlos, Raúl e Morientes. |
Time: Real Madrid
Período: 2001-2003
Time base: César Sánchez
(Casillas); Michel Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele, Solari
(Cambiasso/Guti), Zinedine Zidane, Luís Figo; Raúl González e Fernando Morientes
(Ronaldo). Téc.: Vicente Del Bosque
Conquistas: Supercopa da
Espanha, UEFA Champions League, Campeonato Espanhol, UEFA Super Cup e Mundial
de Clubes.
O primeiro
mandato de Florentino Pérez no Real Madrid consagrou uma política utilizada até
hoje no clube madrileno. Nas palavras do jornalista John Carlin, que acompanhou
de perto o clube nesse período, o clube entendia que o futebol funcionava da
seguinte maneira: “Os melhores jogadores/o melhor espetáculo/o maior sucesso/o maior alcance global do clube/
maiores lucros/maior capacidade de comprar os melhores jogadores”, numa
ideia sequencial.
Com isso em
mente, em três temporadas, a equipe uniu Luís Figo, Zinédine Zidane e Ronaldo, um
grande craque por temporada – nos anos que se seguiriam, viriam, ainda, David
Beckham e Michael Owen. Assim, somando a grande qualidade destes reforços com a
sólida base de um clube já vencedor, nas temporadas 2001-2002 e 2002-2003 os
títulos vieram. A sequência vitoriosa só foi quebrada pelo grande desempenho do
Barcelona, de Ronaldinho Gaúcho, nas temporadas posteriores.
Conquanto a
equipe tenha ganhado a alcunha de “time de Zidanes e Pavones”, reforçando uma
ideia de que a qualidade do meio-campo para a frente não se refletia no setor
defensivo, o time desempenhou grande espetáculo nas referidas temporadas. E,
com a qualidade do futebol, vieram os títulos: cinco em dois anos.
No início deste
período, a grande equipe, treinada por Vicente Del Bosque, não tinha um goleiro
titular fixo. Experiente, César Sánchez, figura histórica no Valladolid, dava
suporte para Iker Casillas, que surgia, mostrando a fantástica qualidade que o
consagraria e teria seu ápice no título espanhol da Copa do Mundo de 2010.
Contrariando a crítica, Del Bosque apostou em Sánchez nas partidas decisivas na
temporada, mas, desafortunadamente (ou não), o arqueiro se lesionou durante a
final da UEFA Champions League e deu lugar a Iker Casillas, que foi, ao lado de
Zidane, o principal herói do título e não mais sairia da equipe titular.
A defesa central
abrigava dois jogadores históricos para o clube Merengue. Capitão e quinto jogador que mais vezes defendeu o clube
(com 601 jogos), Fernando Hierro era um
zagueiro técnico, bom chutador e excelente no jogo aéreo. Prova de suas
qualidades são os mais de 100 (!) gols marcados ao longo de sua carreira. A seu
lado, na maior parte do tempo, atuou Iván Helguera, zagueiro que também tinha
boa qualidade e era opção para a contenção. Ao todo, atuou por oito anos no
time. Nesse período, os dois também eram presença certa na Seleção Espanhola.
Nas laterais, o clube tinha dois jogadores completamente opostos. Pela direita, Michel Salgado tinha função meramente defensiva, até mesmo por seu deficiente trato da bola. Comumente lembrado como patinho feio da equipe, sendo muitas vezes excessivamente violento, atuou 10 anos no clube. Já na esquerda, Roberto Carlos era o melhor lateral do mundo. Completo, tinha enorme capacidade física, atacava e defendia com grande eficiência e ainda marcava muitos e importantes gols, normalmente, fruto do “canhão” que possuía em sua perna canhota.
Nas laterais, o clube tinha dois jogadores completamente opostos. Pela direita, Michel Salgado tinha função meramente defensiva, até mesmo por seu deficiente trato da bola. Comumente lembrado como patinho feio da equipe, sendo muitas vezes excessivamente violento, atuou 10 anos no clube. Já na esquerda, Roberto Carlos era o melhor lateral do mundo. Completo, tinha enorme capacidade física, atacava e defendia com grande eficiência e ainda marcava muitos e importantes gols, normalmente, fruto do “canhão” que possuía em sua perna canhota.
“Carregando o
piano”, como se diz na gíria do futebol, o time tinha a vitalidade e incrível
capacidade de marcação de Claude Makelele. Carrapato, o francês era o principal
trabalhador da equipe, dando suporte para que os meias e atacantes pudessem se
preocupar apenas com a beleza do jogo da equipe. Um pouco à frente, o jogador
teve vários parceiros. Na temporada 2001-2002, Santiago Solari, meio-campo
argentino de bom passe, foi a opção mais
utilizada. Outras opções usuais para a função, ajudando no controle do jogo,
foram Guti (10º jogador que mais jogou pelo clube, com 542 jogos) e Steve
McManaman, médio-centro inglês. Já no ano seguinte, quem mais vezes atuou foi o
volante Esteban Cambiasso, que pôde dar ainda mais estabilidade à equipe.
Grandes
responsáveis pelo espetáculo do Real, Zinédine Zidane e Luís Figo eram diferentes e
complementares. Veloz e driblador, o português era o principal condutor de bola
da equipe, o elo entre o meio-campo e o ataque. Já o francês, talento puro, era
o organizador do jogo, o regente da equipe. Um dos jogadores mais técnicos da
história do futebol mundial, Zidane sempre será lembrado pela categoria com
que, sempre com a cabeça erguida, controlava a bola, desmontada as defesas
adversárias com passes maravilhosos e passava por seus adversários. Em comum,
os dois craques tinham o grande poder de decisão e finalização a qualquer
distância. Imortal, Zidane também será sempre lembrado pelo maravilhoso gol
marcado na final da UEFA Champions League.
No ataque,
marcando os gols da equipe, a equipe teve duas duplas muito marcantes.
Primeiro, jogaram Raúl González e Fernando Morientes. Lenda do clube e facilmente
considerado um dos maiores de todos os tempos, Raúl detém os maiores recordes do
clube. Em 741 partidas, que lhe dão a primeira posição no ranking dos que mais
vezes atuaram pelo clube, marcou 323 gols, outro recorde absoluto. Rápido, bom
driblador e letífero finalizador, foi o principal artilheiro do clube na
temporada 2001-2002, com 29 gols, oito a mais que Morientes, que não possuía sua
qualidade mas era muito eficiente na frente dos goleiros adversários.
Em 2002-2003, o
clube fechou com Ronaldo “Fenômeno”, que assumiu a artilharia e
aumentou o encanto da equipe. Um dos maiores centroavantes de todos os tempos,
marcou 30 gols em sua primeira temporada no clube. Sua inteligência,
habilidade, excelente posicionamento e fantástica capacidade de finalização relegaram
Morientes ao banco de reservas e foram vitais para o título nacional da equipe.
Confira: O teatro dos sonhos de Ronaldo
Confira: O teatro dos sonhos de Ronaldo
Além do estelar
time titular, havia peças muito úteis no banco de reservas. Geremi, Albert
Celades, Flávio Conceição e Sávio são alguns exemplos de opções válidas que o
clube tinha, tanto para mudar a característica do jogo madrileno quanto para as eventualidades (lesões e suspensões). Galáctico, o Real Madrid do
período entre 2001-2003, treinado pelo vitorioso Vicente Del Bosque, com seus títulos e espetáculo, se tornou inesquecível.
Ficha técnica de alguns jogos importantes nesse
período:
Final da Supercopa da Espanha de 2001: Real Madrid 3x0
Real Zaragoza
Estádio Santiago
Bernabéu, Madrid
Público 70.000
Gols: ’74, ’81 e ’89 Raúl
(Real Madrid)
Real Madrid: Casillas;
Salgado, Hierro, Karanka, Roberto Carlos (Solari); Makelele, Flávio Conceição,
Zidane (Sávio), Figo; Raúl e Morientes (Guti). Téc.: Vicente Del Bosque
Zaragoza: Laínez;
Sundgren, Xavier Aguado, Paco Jémez, Esquerdinha; Roberto Acuña, José Ignacio,
Santiago Aragón (Yordi); Jamelli, Vellisca (Juanele), Luciano Galletti (Cuartero).
Téc.: Rojo
Quartas de finais da UEFA Champions League 2001-2002:
Real Madrid 2x0 Bayern de Munique
Estádio Santiago
Bernabéu, Madrid
Árbitro: Stefano
Braschi
Público 75.328
Gols: ’69 Helguera e ’85 Guti
(Real Madrid)
Real Madrid: César
Sánchez; Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele, Solari, Zidane,
Figo (Geremi); Raúl e Morientes (Guti). Téc.: Vicente Del Bosque
Bayern de Munique: Oliver
Kahn; Kuffour (C. Pizarro), Robert Kovac, Linke, Lizarazu; Hargreaves,
Salihamidzic, Jeremies (Thorsten Fink), Effenberg; Élber e Roque Santa Cruz. Téc.:
Ottmar Hitzfeld
Semifinais da UEFA Champions League 2001-2002:
Barcelona 0x2 Real Madrid
Estádio Camp
Nou, Barcelona
Árbitro: Anders
Frisk
Público 98.260
Gols: ’55 Zidane e ’90 McManaman
(Real Madrid)
Barcelona: Bonano; Reiziger
(Geovanni), Abelardo (Cristanval), Frank de Boer, Cocu; Thiago Motta (Gabri),
Fábio Rochemback, Luis Enrique; Javier Saviola, Kluivert, Marc Overmars. Téc.: Carles
Rexach
Real Madrid: César
Sánchez; Salgado, Hierro, Pavón, Roberto Carlos; Makelele, Helguera, Solari (Flávio
Conceição), Guti (McManaman), Zidane; Raúl. Téc.: Vicente Del Bosque
Final da UEFA Champions League 2001-2002: Bayer
Leverkusen 1 x 2 Real Madrid
Estádio Hampden
Park, Glasgow
Árbitro: Urs
Meier
Gols: ‘8 Raúl e ’45
Zidane (Real Madrid); ’14 Lúcio (Bayer Leverkusen)
Bayer Leverkusen: Butt;
Sebescen (Kirsten), Zivkovic, Lúcio (Babic), Placente; Ramelow, Ballack,
Schneider, Basturk; Brdaric (Berbatov) e Neuville. Téc. Klaus Toppmöller
Real Madrid: César Sanchez
(Iker Casillas); Michel Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele
(Flávio Conceição), Solari, Zidane, Figo (McManaman); Raúl e Morientes. Téc.
Vicente Del Bosque
Final da UEFA Super Cup 2002: Real Madrid 3x1
Feyenoord
Estádio Louis
II, Monaco
Árbitro: Hugh
Dallas
Gols: ’15 Paauwe (contra);
’21 Roberto Carlos e ’60 Guti (Real Madrid); ’56 van Hooijdonk (Feyenoord)
Real Madrid: Casillas;
Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele, Cambiasso (Pavón), Guti (Portillo),
Zidane (Solari), Figo; Raúl. Téc.: Vicente Del Bosque
Feyenoord: Zoetebier; Christian Gyan (Thomas Buffel),
Paauwe, van Wonderen, Rzasa; Ono, Emerton, Bosvelt; Bonaventure Kalou, van
Hooijdonk e Lurling. Téc.: Bert van Marwijk
Final do Mundial Interclubes 2002: Real Madrid 2x0
Olimpia
Estádio Nissan,
Yokohama
Público 70.000
Gols: ’14 Ronaldo e ’84 Guti
(Real Madrid)
Real Madrid: Casillas;
Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos; Makelele, Cambiasso (Pavón), Zidane
(Solari), Figo; Raúl e Ronaldo (Guti). Téc. Vicente Del Bosque
Olimpia: Tavarelli; Isasi,
Pedro Benítez, Julio César Cáceres, Juan Jara, Nelson Zelaya; Enciso, Córdoba (Richart
Baéz), Orteman; Rodrigo López e Miguel Benitez (Mauro Caballero). Téc.: Luis
Cubilla
37ª rodada do Campeonato Espanhol 2002-2003: Atlético
de Madrid 0x4 Real Madrid
Árbitro: Alfonso
Pérez Burrull
Gols: ‘6 e’31 Ronaldo, ’18
e ’73 Raúl (Real Madrid)
Atlético de Madrid:
Esteban; Jorge Otero (Jorge), García Calvo, F. Coloccini, Sergi; Albertini,
Aguilera, Emerson; José Mari, Fernando Torres e Luis García (Movilla). Téc.:
Luis Aragonés
Real Madrid: Casillas;
Salgado, Hierro, Helguera, Roberto Carlos (Pavón); Makelele, Guti, Zidane
(Solari), Figo (McManaman); Raúl e Ronaldo. Téc.: Vicente Del Bosque
Ai nessa época que comecei a adorar vê o Real Madrid jogar!! Ótimo e espetacular time!!
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