Elas vêm aí: Bósnia e Camarões
Depois de contar um pouco sobre as situações em que se encontram as seleções de Bélgica e Brasil passo a falar das seguintes, a estreante em Copas do Mundo Bósnia e Herzegovina do artilheiro Edin Dzeko e a República dos Camarões do craque Samuel Eto’o.
BÓSNIA
Time esperado:
Begovic; Vrsajevic (Mujdza), Spahic, Bicakcic (Pandza), Kolasinac; Medunjanin (Rahimic),
Pjanic, Lulic, Misimovic (Salihovic); Ibisevic e Dzeko. Téc. Safet Susic
Grupo: F. Com
Argentina, Nigéria e Irã
Expectativa:
brigará com a Nigéria por uma vaga nas oitavas de final.
Histórico:
Estreante.
Pjanic comemora a primeira classificação da Bósnia |
Fragmento da
antiga e poderosa Iugoslávia, a Bósnia se tornou independente em 1992, mas foi
um dos países que mais sofreu com os terrores trazidos por guerras nos últimos tempos.
Foram três anos e meio de destruição intensa entre a independência da nação e a
assinatura do Tratado de Dayton, que selou a paz no país. A demora para a estruturação
da seleção de futebol local deveu-se, em grande parte, a esses problemas.
Nas
eliminatórias a seleção foi sorteada para um grupo relativamente fácil (com
Grécia, Eslováquia, Lituânia, Letônia e Liechtenstein) e classificou-se para sua
primeira Copa do Mundo com certa tranquilidade. Apesar da disputa particular com a
Grécia (ambas as seleções alcançaram 25 pontos), o ataque massivo da Bósnia
fez-se notar com a impressionante média de 3 gols por partida e registrando
resultados memoráveis como contra Liechtenstein, ocasião em que goleou a
minúscula nação por 8x1. Nos encontros contra a rival Grécia, conseguiu uma
vitória por 3x1 em casa e um empate sem gols fora.
O primeiro
destaque da equipe é o responsável pela manutenção da meta intacta. Asmir Begovic,
goleiro do Stoke City tem se apresentado a cada temporada um goleiro mais
seguro no clube inglês. O jogador foi formado no futebol inglês e chegou a
defender a seleção canadense de futebol na base. Na temporada pode se orgulhar
de dois fatos, primeiramente do prêmio de melhor jogador da partida, no encontro
contra o Liverpool na abertura da temporada e, curiosamente, do gol acidental
marcado contra o Southampton.
A lateral
direita titular é uma das incógnitas da equipe e a razão é a diferença de estilo de jogo
das duas opções mais utilizadas. Se por um lado Vrsajevic, jogador do Hajduk Split,
vai bem no apoio ao ataque, por outro, deixa espaços no setor defensivo. Já
Mensur Mujdza, outra opção, apresenta características contrárias, sendo forte
defensivamente. Do outro lado a titularidade deverá ser responsabilidade do
jovem e defensivo Sead Kolasinac, de 20 anos e jogador do Schalke 04.
Última escalação da Bósnia |
A zaga será,
provavelmente, composta pelo capitão Emir Spahic, com longas passagens pelo
futebol russo, pelo Sevilla e atualmente jogador do Bayer Leverkusen. E por
Ermin Bicakcic do lanterninha na Alemanha Eintracht Braunschweig. Uma defesa
sem muitos recursos técnicos, mas que, estando entrosada, é capaz de desempenhar um
papel eficiente.
Iniciando as
ações ofensivas da equipe a Bósnia contará com o jogador Haris Medunjanin. Alto
(1,88) e canhoto, o meio-campista do Gaziantepspor deverá ser o primeiro elo
entre a defesa e o ataque de sua seleção. Além disso, certamente é um jogador
que fortalece o jogo aéreo da equipe. Em 33 jogos pela seleção já marcou cinco
gols. Vale ressaltar, ainda, que o Medunjanin tem passagens pelas seleções de
base da Holanda.
Já a armação das
jogadas será responsabilidade do trio de meias formado pelo excelente Miralem
Pjanic, da Roma e que vive excepcional fase, por Senad Lulic também morador da
capital italiana, mas jogador da Lazio e pelo ótimo meia-atacante Zvjezdan
Misimovic, hoje no futebol chinês, mas com passagens muito importantes pelo
Wolfsburg, onde foi campeão alemão e pelo Dinamo Moscow. Enquanto Pjanic e
Misimovic, são mais dados aos passes e lançamentos, Lulic impõe velocidade à
equipe, atuando sempre pela faixa esquerda do campo. Na falta de algum desses
meias que deve ganhar a vaga na equipe é o meio-campista Sejad Salihovic
jogador do Hoffenhein da Alemanha.
No ataque fazem
dupla a estrela do time Edin Dzeko, do Manchester City, e o competente Vedad Ibisevic,
jogador do Stuttgart que já marcou 10 gols na atual edição da Bundesliga.
Apesar de ser uma dupla de jogadores pesados, apresentam boa técnica
(principalmente Dzeko) e são ótimos finalizadores, tanto com os pés quando com
a cabeça. A dupla, é, sem dúvida, a principal esperança de gols do selecionado
bósnio.
Apesar de
apresentar alguma fragilidade defensiva a seleção bósnia tem uma equipe técnica
e, num grupo de moderada dificuldade, pode surpreender. Se passar de fase seu
futuro dependerá muito da equipe com a qual cruzará nas oitavas de final.
CAMARÕES
Time esperado:
Kameni (Itandje); Mbia, N’Koulou (Matip), Chedjou, Assou-Ekoto; Alex Song, Enoh
(N’Guemo); Samuel Eto’o, Makoun, Moukandjo; Webó (Aboubakar). Téc. Volker Finke
Grupo: A. Com
Brasil, Croácia e México.
Expectativa:
Pode brigar com Croácia e México pela segunda vaga, mas a tendência é que pare
na fase de grupos.
Histórico:
Disputa sua sétima copa. 31ª na última Copa.
Em 1994, Roger Milla se tornou o jogador mais velho da história das Copas. |
Depois do vexame
protagonizado na última Copa do Mundo a seleção camaronesa vem ao Brasil com o
intuito de apagar a péssima impressão da última Copa. Apesar disso, a equipe
está envelhecida e seus principais destaques, exceção feita ao volante Song, já
beiram ou ultrapassaram a casa dos 30 anos.
Para chegar à
competição a seleção camaronesa teve de enfrentar as seleções da Líbia,
República do Congo e Togo na fase de grupos – da qual passou sem dificuldades –
e, na fase final, a seleção tunisiana. No último e decisivo jogo, houve muita
expectativa em cima da equipe que havia empatado por 0x0 no jogo de ida na
Tunísia, mas, em seus domínios, os leões indomáveis impuseram um sonoro placar
de 4x1 à adversária.
No gol mora a
primeira indefinição da equipe: Kameni, Assembé ou Itandje? O primeiro, já
disputou inúmeras partidas pela seleção, mas não foi o titular na última Copa
do Mundo e tem vivido dias ruins na reserva do Málaga. O segundo, que atua no modesto
Guingamp, recebeu algumas chances na
seleção, foi o terceiro goleiro em 2010, mas também parece não ter convencido o
treinador. Já o terceiro – quem menos vezes defendeu a seleção – é quem teve as
últimas oportunidades e se apresenta como forte candidato à titularidade. Joga
no turco Konyaspor.
A linha de
defesa camaronesa apresenta bons nomes, mas também uma grave deficiência: não
possui lateral direito. Quem tem desempenhado a função nas últimas partidas é o
multifuncional Stéphane Mbia do Sevilla. Outro que fez a função foi o zagueiro
Dany Nounkeu, atualmente no Besiktas.
Última escalação de Camarões |
O meio-campo é protegido
por Alex Song e Eyong Enoh. Os dois apresentam boa saída de bola e consistência
defensiva, mas, tal como os zagueiros, gostam de ir ao ataque. Além disso, pesam
contra o ótimo volante Alex Song a pouca frequência com que atua pelo Barcelona e também a sua utilização fora de sua posição
original. Já Enoh, que já foi destaque no Ajax, também não vive bom momento e
defende o modesto Antalyaspor da Turquia.
Quem auxilia os
volantes mas também tem responsabilidades criativas é o experiente meio-campista
Jean Makoun, do Rennes. Meio-campista box-to-box,
percorre toda a faixa do meio e é ajudado na criação por Samuel Eto’o, que é
centroavante, mas tem jogado aberto pelo flanco direito quando veste a camisa da
seleção e também pelo velocíssimo Benjamin Moukandjo do Nancy.
Na frente quem
comanda as ações é Pierre Webó, atacante do Fenerbahçe. Uma alternativa para
esse setor é a utilização de Samuel Eto’o em sua posição originária e a opção
por Choupo-Moting aberto pelo flanco.
Num grupo
difícil e sem ter mostrado grande futebol nas eliminatórias, exceto no jogo
final, os leões indomáveis devem apostar num jogo de muita garra e velocidade
para tentar algo mais relevante na competição.
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